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21/11/2008 - 13h38

Mendes critica excesso de MPs e diz que elas provocam "letargia" no Congresso

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Em meio à polêmica sobre a decisão do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), de devolver ao Poder Executivo a MP (medida provisória) das Filantrópicas, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, criticou nesta sexta-feira o modelo de tramitação de MPs no Legislativo. Mendes disse que, no formato atual, as medidas provisórias deixam o Congresso em situação de "letargia" --uma vez que as matérias constantemente trancam a pauta de votações da Câmara e do Senado.

"Eu dizia que teríamos uma roleta russa com todas as balas nos revólveres. Você pára o Congresso a toda hora. O Congresso foi expropriado no direito de determinar sua agenda", disse Mendes ao lembrar o período em que foi titular da AGU (Advocacia Geral da União) no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) --quando disse ter alertado integrantes do governo sobre os riscos do modelo de trancamento de pauta das MPs.

Apesar das críticas às medidas provisórias, o ministro evitou comentar o ato de Garibaldi porque disse que o STF pode vir a se pronunciar sobre eventuais ações que questionem a da evolução da MP ao Executivo.

"Pode haver judicialização contra neste ano, por isso prefiro não me manifestar. Mas há uma crise no modelo das medidas provisórias", afirmou.

Mendes disse que o Congresso está em situação de "inércia" em conseqüência do atual modelo das MPs, mas reconheceu que as medidas são necessárias para garantir a governabilidade do presidente da República.

"Precisamos encontrar um justo equilíbrio. Talvez o governo mande mais projetos de lei ao Congresso, ou haja um limite máximo de medidas provisórias a serem encaminhadas pelo Executivo. A gente consegue imaginar saídas. A gente não sabe exatamente o que quer, mas sabe o que não quer, que é o modelo que está aí."

Tramitação

Atualmente, as medidas provisórias editadas pelo governo valem por 60 dias e podem ser prorrogadas pelo mesmo período. Se o Congresso não aprovar uma MP no prazo de 120 dias, a medida perde sua eficácia. Porém, se uma MP não for votada em 45 dias, ela passa a trancar a pauta de votações da Casa Legislativa onde está --o que reduz o ritmo de trabalhos do Legislativo.

Irritado com o excesso de MPs que constantemente trancam a pauta do Senado, Garibaldi decidiu devolver ao governo a MP das Filantrópicas --após sucessivos protestos de parlamentares contra o teor da matéria.

Foi a segunda vez na história do Congresso que o seu presidente devolveu uma MP ao Executivo, o que irritou integrantes do governo federal.

A Câmara promete votar na próxima quarta-feira a PEC (proposta de emenda constitucional) que altera o ritmo de tramitação das MPs.

Se o texto for aprovado no Senado, uma medida provisória deixará de trancar a pauta de votações da Câmara. A proposta, no entanto, mantém em 120 dias o prazo de validade das medidas --que entram em vigor no momento da sua edição pelo Executivo.

A PEC também submete a admissibilidade das medidas às comissões de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado, além de exigir que as MPs tenham homogeneidade em seu conteúdo.

Comentários dos leitores
Alcides Emanuelli (1365) 09/07/2009 20h00
Alcides Emanuelli (1365) 09/07/2009 20h00
O faz nosso Parlamento, e nosso executivo!
Eles fazem leis que serão aprovadas e colocadas em execução, o outro é o executor dessas leis e tambem tem o poder de legislar.
E começa a grande fanfarra das leis:
De incentivo ao esporte amador, de incentivo as ONGs, de incentivo a cultura, de incentivo a muita coisa que pode levar o dinheiro do povo brasileiro.
Nesse ponto entram as Estatais que estão sempre financiando uns e outros desses incentivos e desses esportes tidos como amadores com salarios mensais maiores muito maiores que o salario minimo.
O que nossos politicos fazem, são projetos para beneficiar todo um sistema corporativista que interage entre si.
E a Nação o povo coitado, fica na berlinda, fica de lado e exposto a todo o tipo de sorte que possa conseguir para sobreviver nessa onde de violência.
E o dinheiro vai saindo fazendo um mensalão aqui, outro mensalão ali, e muitos mensalões vão sendo construidos se transformando na maior industria do mundo com o produto sendo a corrupção.
Realmente tudo isso é vergonhoso e o pior é que ninguem faz nada para evitar tanta violencia contra a Nação brasileira.
E vem eleições, sai as eleições e o povo burro, comprado, manipulado, massa de manobra, vota sempre sa mesma cambada de safados, e eternamente essa vergonha toda se institucionaliza nos fazendo de refens dessa covarde atitude de um poder politico.
sem opinião
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Sudeste/ sudestino (112) 21/06/2009 10h12
Sudeste/ sudestino (112) 21/06/2009 10h12
Deu no "Financial Time" que os EUA incorporaram NOVAS TERRAS para produção agrícola e terão um lucro líquido de U$92,3 bilhões de dólares na atual safra. Os EUA podem incorporar novas terras e nós não? SERÁ QUE SOMOS MAIS RICOS QUE OS EUA?
Ou essa política radical ambientalista é para evitar a concorrência internacional no agronegócio? Enquanto eles aumentam suas áreas, mandam ONGs para doutrinar os brasileiros a não produzirem e eles permanecerem hegemônicos e mais ricos.
sem opinião
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marcelo coelho (2) 21/06/2009 05h32
marcelo coelho (2) 21/06/2009 05h32
Espero acessar conteúdos formadores de opinião além de estar bem informado sobre as atualidades. sem opinião
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