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13/01/2009 - 18h02

Chinaglia deixa discussão de adicional de servidores para próximo presidente da Câmara

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MÁRCIO FALCÃO
colaboração para a Folha Online, em Brasília

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deixou para a próxima Mesa Diretora da Casa --que deve ser eleita no dia 2 de fevereiro-- decidir se avança ou não nas negociações com os servidores em relação à concessão de benefícios polêmicos. Chinaglia disse que não há mais interesse da atual Mesa Diretora de discutir a liberação do pagamento do adicional de especialização aos servidores.

O petista disse ainda que encomendou uma série de avaliações sobre as mudanças no sistema de saúde da Casa, mas que qualquer nova posição só deve ser assumida pelo próximo comando.

A Mesa Diretora divulgou uma nota anunciando que tinha cancelado a liberação do pagamento do adicional de especialização aos servidores --um custo de R$ 4 milhões ao mês-- e a carta branca para que o Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Legislativo) negociasse a incorporação de 12 mil servidores comissionados em um plano de saúde custeado pela Câmara.

Chinaglia disse que o entendimento da Mesa mudou por causa das pressões dos servidores e de entidades representativas para que o pagamento da nova gratificação fosse retroativo. Servidores avisaram o comando da Câmara que iriam recorrer à Justiça para garantir que o adicional referente a 2007 e 2008 --a lei que criou o adicional foi aprovada em 2006 e teria validade em 2007-- fosse liberado pela Câmara.

"Isso não é possível. A Mesa teve um gesto para valorizar quem quisesse se qualificar, mas com essa pressão não tem condições. Tem gente que não tem limite e quer sempre empurrar aos cofres públicos todo e qualquer benefício", afirmou o petista.

A gratificação teria impacto nos salários dos funcionários que apresentam cursos de mestrado, doutorado ou especialização reconhecidos pelo Ministério da Educação. Ao todo, mais de 3.500 servidores e 2.000 inativos poderiam ser beneficiados porque o adicional também foi estendido aos funcionários que ocupam cargo de chefia --inclusive aqueles que não apresentam especialização ou até mesmo sem nível superior.

De acordo com a lei que criou o adicional, se o servidor obter a pontuação máxima, que inclui uma série de exigências e titularidades, terá direito ao teto de R$ 1.800 da gratificação --o benefício incide sobre o teto do vencimento básico da Câmara que é de R$ 6.000 e limita-se a 30% disso.

Saúde

O presidente da Câmara disse que a Mesa teria autorizado o Sindilegis a negociar a contratação de uma nova operadora para atender os servidores concursados e incorporar 12 mil comissionados diante da promessa de que a Casa não teria nenhum custo adicional além dos R$ 43 milhões já dispensados para a manutenção do serviço.

Para o petista, a proposta apresentada pelo sindicato foi cercada de incertezas e por isso a Mesa teria decidido avaliar melhor a situação do atual plano, o Pró-Saúde, além de verificar a viabilidade da proposta sem adicional de custo para os cofres do Legislativo apresentada pelo Sindilegis.

O presidente da Casa disse que se reuniu com representantes do TCU (Tribunal de Contas da União) e da ANS (Agência Nacional de Saúde) e decidiu ampliar as avaliações sobre o sistema de saúde. "Vamos aprofundar o diagnóstico, mas tendo cautela porque estamos no final de mandato", afirmou Chinaglia.

Chinaglia disse que ficou surpreso com a descoberta de um superávit de R$ 210 milhões encontrados nas contas do Pró-Saúde. Segundo informações dos atuais dirigentes do Pró-Saúde, esse superávit foi formado a partir de uma reserva anual retirada dos R$ 43 milhões nos últimos 15 anos para cobrir imprevistos, como no caso de servidores precisarem de uma cirurgia delicada não disponível na rede contratada pelo plano.

Servidores

Diante do recuo da Mesa Diretora, os servidores da Câmara realizaram uma assembleia para se posicionar contrários as mudanças propostas pelo Sindilegis. Em meio a muito bate-boca, os servidores aprovaram uma moção pedindo a renúncia do presidente do Sindilegis, Magno Mello, e a quebra do sigilo bancário dele.

Mello disse que a assembleia não teve legitimidade porque não foi presidida por ele e voltou a afirmar que não fez nenhum direcionamento nas negociações. O dirigente do Sindilegis é acusado de favorecer a Amil no processo.

Comentários dos leitores
Carlos Franco Franco (440) 08/05/2009 11h02
Carlos Franco Franco (440) 08/05/2009 11h02
Prestação de contas cai de 24 meses para nove meses, que beleza, qdo usamos verba de empresa, prestamos conta no maximo dia seguinte, no congresso deveria ser minimo trinta dias,gastam a verbas publicas e para prestarem conta nove meses, um absurdo, só neste país. ai vem esquecimentos e as maracutais, e armações, como sabemos. tudo errado.o povo tem que aceitar. sem opinião
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José Lima (12) 01/05/2009 23h27
José Lima (12) 01/05/2009 23h27
com certeza estes e outros se beneficiam com a ignorancia do povo, veja... quando eles falam que não era crime usar dinheiro público para viagens para parentes eles se esquecem dos princípios basilares do direito administrativo que é Legalidade, Impessoalidade, MORALIDADE, Publicidade, vejamos, crime? penalmente seria difícil mesmo, mas com certeza dá ensejo a improbidade administrativa, no mínimo, afinal de contas, usar o dinheiro público para pagar viagens para outros, que não o parlamentar, é uma afronta à moralidade, e a inteligencia do brasileiro em ter de ficar queto e aceitar como sendo uma HIPOCRISIA??? onde estamos? fiquei tão chocado não apenas pelo fato de existir pessoas que façam isso mas com pessoas que ainda DEFENDAM COMO VÁLIDO tais atos... isso é uma humilhação muito grande para o povo brasileiro que acabou de fazer sua declaração de imposto de renda... um dia triste para sociedade brasileira... espero que agora as pessoas entendam o valor do voto... 1 opinião
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Paulo Rêis (89) 01/05/2009 16h30
Paulo Rêis (89) 01/05/2009 16h30
A corrupção e a impunidade, nos meios politicos, chegou a tal ponto, que eles agora confessam em alto e bom som essas imoralidades.De Rui Barbosa para cá, só piorou.
FIM DO VOTO OBRIGATÓRIO,PARA A MORALIZAÇÃO DA POLITICA NACIONAL.
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