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13/03/2009 - 20h49

Justiça condena líder ruralista no Paraná por porte ilegal de arma

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LUIZ CARLOS DA CRUZ
colaboração para a Agência Folha

A juíza Gabrielle Britto de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Toledo (PR), condenou o presidente licenciado da SRO (Sociedade Rural do Oeste do Paraná), Alessandro Meneghel, a cinco anos de reclusão, em regime semiaberto, por porte ilegal de arma de fogo.

Sob o comando de Meneghel, a SRO iniciou uma resistência às invasões de terra no oeste do Paraná, com o slogan "para cada invasão, uma reação". A primeira ação ocorreu em novembro de 2006 quando um grupo de fazendeiros tentou impedir uma marcha organizada por integrantes do MST que participavam da 1ª Jornada de Educação na Reforma Agrária do Paraná, em Cascavel.

Com cavalos e tratores, eles bloquearam o acesso dos ônibus que transportavam os sem-terra até a fazenda Syngenta, onde ocorreria uma manifestação. Houve confronto e várias pessoas ficaram feridas.

O então líder do MST, Valmir da Mota, conhecido como Keno, foi assassinado dois anos depois em um confronto entre sem-terra e seguranças da mesma fazenda. Um segurança da fazenda também morreu.

Prisão

Meneghel foi preso pela Polícia Militar em 2 de janeiro. Seu advogado vai recorrer na segunda-feira, quando será impetrado um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Paraná para que o réu possa recorrer em liberdade.

A defesa vê equivoco na decisão judicial pelo fato de a juíza ter somado as condenações. Meneghel foi condenado a dois anos de reclusão por porte ilegal de arma e outros três por porte de arma de uso restrito.

Por causa da prisão, Meneghel se licenciou da presidência da SRO. Ele foi preso ao ser parado em uma blitz de trânsito em Toledo. Na caminhonete dele havia uma pistola 380 e uma carabina calibre ponto 30, além de munição. No momento da prisão, o ruralista disse que, devido a ameaças de morte, costumava andar armado.

Ele também responde a processos por supostamente criar milícias armadas para promover reintegrações de terras invadidas no oeste do Paraná.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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