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09/11/2009 - 13h29

Defesa de Zoghbi prepara defesa para reverter demissão de ex-diretor do Senado

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MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A defesa do ex-diretor do Senado João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) deve recorrer nesta semana da decisão da Mesa Diretora que determinou a demissão do servidor pelo bem do serviço público. O advogado Getúlio Humberto Barbosa de Sá disse à Folha Online nesta segunda-feira que prepara um pedido de reconsideração para que o comando do Senado recue da exoneração.

Segundo o advogado, o processo conduzido pela comissão de sindicância apresenta falhas estruturais.

Barbosa de Sá disse ainda que se o resultado não for favorável, vai recorrer à Justiça Federal. "Vamos fazer um pedido de reconsideração à Mesa Diretora do Senado. Se não tivermos o sucesso esperado, fatalmente vamos recorrer à Justiça. Não foi uma decisão correta", afirmou.

Para o advogado, o parecer da comissão apresenta pelo menos nove pontos que podem anular todo o processo.

"São várias falhas, como rejeitar pedidos de novos depoimentos de testemunhas que faltaram com a verdade e até de negar depoimentos de testemunhas lançadas pela defesa. Até a decisão final é passível de questionamentos porque o caminho natural seria um posicionamento isolado do presidente do Senado [José Sarney (PMDB-AP)] permitindo que a defesa recorresse à Mesa Diretora. Isso não aconteceu e a decisão foi tomada conjuntamente", disse.

A demissão de Zoghbi foi publicada na semana passada no BAP (Boletim Administrativo de Pessoal). Ele ainda responde a uma investigação interna por responsabilidade na edição dos atos secretos --decisões administrativas que foram mantidas em sigilo nos últimos 14 anos. Na quinta-feira, ele foi ouvido obre esse caso.

O histórico do Senado pode favorecer Zoghbi. Em 1997, o Senado recuou no pedido de demissão de um servidor do gabinete do senador Marco Maciel (DEM-PE) envolvido no esquema que permitiu que um preso recebesse salário da Casa durante cinco anos. João Paulo Esteves foi detido em 1991 e continuou na folha de pagamento.

A sindicância aberta para investigar o caso inocentou João Paulo e ele acabou aposentado recebendo sua remuneração sem nenhum prejuízo. Sem aparecer no Congresso, João tinha seu ponto assinado por seu irmão, Sílvio Esteves, quer também era lotado no gabinete. Sua presença também era atestada por Maria Socorro Rodrigues, chefe do gabinete da liderança do DEM, que era ocupada por Maciel na época.

Silvio foi alvo de duas investigações em 1997. Na primeira, foi recomendado que ele fosse suspenso por 90 dias. Na segunda, a sindicância recomendou sua demissão. O servidor recorreu o primeiro-secretário da época, Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB), que determinou que ele fosse suspenso por 90 dias e pagasse uma multa de 50% de seu salário. Atualmente, Silvio está lotado na subsecretaria de anais do Senado.

Denúncias

Em maio, Zoghbi foi acusado de usar o cargo para beneficiar a empresa do filho que operava com empréstimo consignado do Senado. Diretor por oito anos, ele controlava a folha de pagamento de R$ 2,1 bilhões.

Segundo a revista "Época", o ex-diretor colocou uma ex-babá como sócia majoritária da Contact Assessoria de Crédito. A empresa era de Marcelo Zoghbi, filho do ex-diretor. Apenas por conta de operações de empréstimos entre funcionário do Senado e o Banco Cruzeiro do Sul, a empresa faturou R$ 2,2 milhões.

As denúncias também foram investigadas pela Polícia Federal. Em agosto, Zoghbi foi indiciado sob acusação de ter cometido três crimes: concussão (extorsão praticada por funcionário público), inserção de dados falsos em sistemas de informação e formação de quadrilha.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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