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08/06/2005 - 11h56

Presidente da OAB diz que governo Lula parece o Maguila

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RODRIGO WERNECK
Colaboração para a Folha Online, em Roma

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabe se comportar em momentos de crise. Busato comparou o governo Lula ao ex-boxeador Adilson "Maguila" Rodrigues.

"O governo me lembra o Maguila, que batia forte, com um soco potente, mas tinha um queixo de cristal. Quando levava um golpe no queixo, ficava perdido no ringue sangrando", disse o presidente da OAB em Roma, onde participa de um seminário de juristas e advogados brasileiros e italianos.

Para Busato, o governo federal demora a dar respostas satisfatórias às denúncias de corrupção, o que coloca o país em um momento "perigoso" e de "fraqueza institucional". Ele descartou, porém, a hipótese de um impeachment.

"Essas crises administrativas não são resolvidas a contento, com transparência, e colocam a moralidade do governo em dúvida. Essa letargia ocorre desde o caso Waldomiro Diniz e se aprofunda agora, de forma incompreensível. [Lula e o PT] Nos pareciam ser as alternativas mais transparentes e perderam a oportunidade de transformar os hábitos da administração pública, frustrando as nossas esperanças. Esse governo repete as mazelas dos governos anteriores."

O presidente da OAB chega a falar em desmoronamento do governo. "É lamentável que esse governo desmorone tão rápido e de forma infantil. Isso mostra que o governo não estava preparado para gestar uma nação como o Brasil." Para ele, Lula agora tem sua última chance de "sacudir" sua administração.

Além de perder a oportunidade de explicar "ilicitudes", ao "varrer uma CPI para debaixo do tapete", Busato diz que o "governo ainda assina um cheque em branco para políticos com vida pública questionada", uma referência à defesa do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) feita por Lula no mês passado, quando surgiram as primeiras denúncias de corrupção nos Correios.

Busato também critica o Congresso, que manteria uma "relação incestuosa" com o governo. Para o presidente da OAB, o suposto pagamento do "mensalão" implica em descrédito do Poder Legislativo.

"O Congresso vem decaindo em qualidade moral, sem traduzir a grandeza de representar o povo brasileiro. Hoje, o Congresso não ajuda e muito atrapalha, pensa absolutamente em si", afirmou.

No entanto, ele acredita que uma CPI é a melhor instância de investigação das denúncias de corrupção nos Correios e do pagamento do "mensalão" a deputados federais do PL e PP.

"O momento pede serenidade e uma CPI, mas os parlamentares devem ter consciência de que CPI não é show. CPI é um processo investigatório moderno que deve alinhar o país com a ética e a moralidade. E o Executivo deve admitir seus erros e aprender que as alianças devem ser éticas", afirma, assegurando que a OAB vai acompanhar todo o trabalho de apuração das denúncias.

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