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14/06/2005 - 21h45

Ex-secretária é processada por Marcos Valério

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O sócio das agências de publicidade mineiras SMP&B Comunicação e DNA Propaganda (que detém cinco contas no governo federal) Marcos Valério Fernandes de Souza está processando uma ex-secretária dele, Fernanda Karina Ramos Somaggio, por suposta tentativa de extorsão.

Na denúncia do Ministério Público Estadual que consta no processo que tramita na 6ª Vara Criminal do Fórum Lafayete, em Belo Horizonte, Marcos Valério acusa a sua ex-secretária de tentar extorquir dinheiro dele para não revelar a supostos jornalistas o que eventualmente pudesse saber sobre os seus negócios e seus relacionamentos com políticos e pessoas influentes.

A ex-secretária de Marcos Valério negou à polícia e à Justiça ter algum documento contra o ex-chefe e negou também a acusação. A negativa foi feita ao juiz José Dalai Rocha, da 6ª Vara. Ocorreu no último dia 20 de maio. A Folha teve acesso ao processo, que está com o juiz mineiro.

Mas ela disse que estava sendo procurada por um suposto jornalista, que não soube identificar quem era, querendo saber detalhes da vida do seu ex-chefe. Disse ter recebido também um e-mail do suposto jornalista no qual oferecia dinheiro a ela para dar as informações.

Sobre esse e-mail, assinado por "AnaM e equipe", consta no processo que ela foi atrás de Marcos Valério para mostrar o que tinha recebido. Tanto no "De" da mensagem quanto no "Para", está o endereço de e-mail dela. Ela não encontrou Valério na DNA Propaganda e, então, lhe deixou um bilhete.

Nesse bilhete, ela escreveu --e reconheceu ser dela a letra: "Pedi ajuda de um amigo que faz programas sobre e-mail que recebi. Ele rastreou e descobriu que saiu do servidor do governo em Brasília. Eles fizeram um 'relai' que faz mandar do meu e-mail para ele mesmo".

Demitida

Em janeiro de 2004, oito meses após ser contratada, Fernanda Somaggi foi demitida da SMP&B sob alegação de que a empresa estava passando por uma reestruturação. Desde então, ela continuou mantendo contatos por telefone com outra secretária da agência, Adriana Fantini Boato.

E foi a partir dessas conversas que aconteceu o processo, quando Adriana contou o que vinha conversando com Somaggio para a gerente financeira Simone Reis Lôbo de Vasconcelos. Adriana revelou que Sommagio falava das dificuldades de conseguir emprego e dos supostos contatos de jornalistas.

Conforme a denúncia, a ex-secretária executiva de Valério é acusada de tentar obter "indevida vantagem econômica". Diz que Somaggio "estava sendo procurada por um jornalista para informar sobre a vida pessoal e profissional" de Marcos Valério e que "estaria disposta a fornecer tais dados, caso não recebesse uma ajuda financeira". No seu depoimento, a secretária Andréia disse que, quando Somaggio deixou a empresa, deu falta de uma agenda com várias anotações.

À polícia, em 8 de setembro de 2004, a ex-secretária contou que tinha acesso "aos documentos pessoais e todos os documentos que chegavam em nome dele", que também "fazia os telefonemas dele" e que com ela "ficava alguns documentos". Mas negou saber de fatos contra o ex-chefe ou a empresa. Consta nos autos: "Que nada tem em seu poder em desfavor da empresa onde trabalhou".

Esses contatos ocorreram em meados de 2004, quando Somaggio teria recebido o e-mail assinado por "AnaM e equipe" e que atribuiu vir do governo.

Nos seus depoimentos, ela sempre negou querer prejudicar o seu ex-chefe e sempre negou saber de coisas contra ele.

Somaggio não foi localizada à tarde em sua residência. Também à noite, pelo telefone, a informação era que ela não estava, que chegaria muito tarde. O seu advogado, Leonardo Macedo Poli, disse que estava "assustada" com o que estava acontecendo e que não queria falar sobre o caso.

O advogado disse à Folha que não tinha conhecimento sobre conversas da sua cliente com algum jornalista, recentemente. "Se ela fez isso, fez sem eu saber."

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