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21/09/2005
-
18h51
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Em meio a uma das piores crise da sua história, a Câmara dos Deputados viveu nesta quarta-feira mais um momento considerado "surreal" por parlamentares com a violência demonstrada pela segurança da Casa para conter as manifestações contra o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE).
"Não precisava uma violência destas. Teve um estudante de camiseta amarela que foi literalmente esgoelado pelos seguranças. Foi uma cena descabida, irreal. Isto foi falta de preparo da segurança. Um dia como hoje era tenso. Era esperada alguma manifestação. Quem é que cala estudante?", indagou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Para Delgado, a reação da segurança só prejudica ainda mais a imagem do Legislativo.
Outro momento de tensão no plenário foi quando Severino, ao finalizar seu discurso, disparou: "resistirei". "Foi muito estranho. Muitos deputados prenderam a respiração. Uns disseram, 'ai meu Deus, ele não vai renunciar.' Depois que ele disse que iria se defender e todo mundo suspirou de alívio", afirmou Delgado.
O líder do PSB na Câmara, deputado Renato Casagrande (ES), classificou como lamentável a cena presenciada nas galerias. "Foi um erro a forma como a repressão foi feita. Foi uma tentativa de conter uma manifestação pública que resultou em uma cena lastimável." Casagrande concorda com a avaliação de Delgado "que o tumulto só mostra que há um problema na Câmara."
Silêncio
Além de provocar um leve susto nos deputados presentes em plenário, o discurso de Severino foi recebido com frieza pelos colegas. Ao contrário do que aconteceu com o deputado cassado Roberto Jefferson que foi aplaudido, Severino teve o seu pronunciamento recebido com um frio silêncio.
"O ex-deputado Roberto Jefferson trouxe sua claque. Ele também tinha deputados em plenário a seu favor. Severino contava apenas com um apoio envergonhado. Ele foi eleito presidente de uma maneira irracional e terminou seu mandato de uma maneira surreal", avaliou Casagrande.
Já Delgado avalia que o 'baixo clero", formado por "soldados" de Severino, estava pronto para aplaudir quando os protestos na galeria começaram. "Eles nem tiveram chance de se expressar", comentou.
Sobre o conteúdo do discurso, Delgado afirmou que foi o melhor pronunciamento de Severino na Câmara. "Foi muito bom. Prometeu se defender na Justiça e alegou sua inocência."
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Em meio a uma das piores crise da sua história, a Câmara dos Deputados viveu nesta quarta-feira mais um momento considerado "surreal" por parlamentares com a violência demonstrada pela segurança da Casa para conter as manifestações contra o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE).
"Não precisava uma violência destas. Teve um estudante de camiseta amarela que foi literalmente esgoelado pelos seguranças. Foi uma cena descabida, irreal. Isto foi falta de preparo da segurança. Um dia como hoje era tenso. Era esperada alguma manifestação. Quem é que cala estudante?", indagou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Para Delgado, a reação da segurança só prejudica ainda mais a imagem do Legislativo.
Outro momento de tensão no plenário foi quando Severino, ao finalizar seu discurso, disparou: "resistirei". "Foi muito estranho. Muitos deputados prenderam a respiração. Uns disseram, 'ai meu Deus, ele não vai renunciar.' Depois que ele disse que iria se defender e todo mundo suspirou de alívio", afirmou Delgado.
O líder do PSB na Câmara, deputado Renato Casagrande (ES), classificou como lamentável a cena presenciada nas galerias. "Foi um erro a forma como a repressão foi feita. Foi uma tentativa de conter uma manifestação pública que resultou em uma cena lastimável." Casagrande concorda com a avaliação de Delgado "que o tumulto só mostra que há um problema na Câmara."
Silêncio
Além de provocar um leve susto nos deputados presentes em plenário, o discurso de Severino foi recebido com frieza pelos colegas. Ao contrário do que aconteceu com o deputado cassado Roberto Jefferson que foi aplaudido, Severino teve o seu pronunciamento recebido com um frio silêncio.
"O ex-deputado Roberto Jefferson trouxe sua claque. Ele também tinha deputados em plenário a seu favor. Severino contava apenas com um apoio envergonhado. Ele foi eleito presidente de uma maneira irracional e terminou seu mandato de uma maneira surreal", avaliou Casagrande.
Já Delgado avalia que o 'baixo clero", formado por "soldados" de Severino, estava pronto para aplaudir quando os protestos na galeria começaram. "Eles nem tiveram chance de se expressar", comentou.
Sobre o conteúdo do discurso, Delgado afirmou que foi o melhor pronunciamento de Severino na Câmara. "Foi muito bom. Prometeu se defender na Justiça e alegou sua inocência."
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