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19/01/2007
-
18h04
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
A Cúpula do Mercosul chegou ao fim nesta sexta-feira sem a inclusão da Bolívia e com ao menos um sinal claro: existem assimetrias e divergências entre os países-membros, que provocaram críticas entre os presidentes participaram do encontro.
A Bolívia, de Evo Morales, ganhou um grupo de trabalho para decidir, nos próximos meses, sobre a adesão do país ao bloco econômico.
Os negociadores tentam acomodar as exigências do país, que diz que só entra para o Mercosul se houver solução para o fato de ter tarifas de comércio mais baixas do que o Mercosul. O Equador preferiu não pedir a adesão plena.
O encontro no Rio de Janeiro contou com a presença de 11 países sul-americanos. A única exceção ficou por conta do Peru. Em documento, os países pedem a consolidação democrática e o respeito aos direitos humanos.
Críticas
Apesar de um discurso em prol da "generosidade" dos maiores sócios e do "despojamento de interesses pessoais e nacionais", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas dos colegas da Bolívia e do Uruguai.
O cocaleiro Evo Morales (Bolívia) afirmou em discurso que o país não vai mais vender gás subvencionado para o Brasil e que apesar do discurso de solidariedade de Lula as assimetrias estão longe do fim.
O presidente uruguaio, Tabaré Vasquez, argumentou na mesma linha de Morales e disse que o país não quer apenas generosidade, mas justiça no tratamento dos sócios menores. "O Uruguai pede justiça no tratamento dos países do Mercosul".
O presidente Néstor Kirchner (Argentina), que recebeu críticas veladas de Lula, afirmou que o principal responsável pelas assimetrias é o fato da agenda do Mercosul não estar concluída. Ele defendeu a criação de um Banco do Sul e de um Gasoduto do Sul.
Para o chanceler brasileiro, Celso Amorim, as divergências no encontro não inviabilizam o Mercosul. "Não há divergência no essencial. É saudável, é parte da democracia [haver divergência]. A homogeneidade só existe nos cemitérios", disse. "Não vejo incompatibilidade, eu vejo diferenças."
Chávez
Uma das vedetes do encontro, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, brincou, fez frases de efeito e foi o principal chefe de Estado a aparecer. "O capitalismo é o caminho da perdição do planeta" foi uma das declarações do venezuelano.
Durante a cúpula, o Banco do Sul, organismo para financiar investimentos na região, dividiu opiniões. Para Kirchner, ele é fundamental para o bloco. O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, já considera melhor idéia a utilização dos bancos de fomento que já existem: BNDES, Banco de La Nación e Banco de Desenvolvimento da Venezuela.
Foram dados os passos iniciais para o Gasoduto do Sul. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, anunciou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) decidiu autorizar o aporte de US$ 200 milhões para a CAF (Corporação Andina de Fomento).
A iniciativa teria, segundo o banco, o papel de promover a integração da América do Sul, marcando a parceria entre as instituições.
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A Bolívia, de Evo Morales, ganhou um grupo de trabalho para decidir, nos próximos meses, sobre a adesão do país ao bloco econômico.
Os negociadores tentam acomodar as exigências do país, que diz que só entra para o Mercosul se houver solução para o fato de ter tarifas de comércio mais baixas do que o Mercosul. O Equador preferiu não pedir a adesão plena.
O encontro no Rio de Janeiro contou com a presença de 11 países sul-americanos. A única exceção ficou por conta do Peru. Em documento, os países pedem a consolidação democrática e o respeito aos direitos humanos.
Críticas
Apesar de um discurso em prol da "generosidade" dos maiores sócios e do "despojamento de interesses pessoais e nacionais", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas dos colegas da Bolívia e do Uruguai.
O cocaleiro Evo Morales (Bolívia) afirmou em discurso que o país não vai mais vender gás subvencionado para o Brasil e que apesar do discurso de solidariedade de Lula as assimetrias estão longe do fim.
O presidente uruguaio, Tabaré Vasquez, argumentou na mesma linha de Morales e disse que o país não quer apenas generosidade, mas justiça no tratamento dos sócios menores. "O Uruguai pede justiça no tratamento dos países do Mercosul".
O presidente Néstor Kirchner (Argentina), que recebeu críticas veladas de Lula, afirmou que o principal responsável pelas assimetrias é o fato da agenda do Mercosul não estar concluída. Ele defendeu a criação de um Banco do Sul e de um Gasoduto do Sul.
Para o chanceler brasileiro, Celso Amorim, as divergências no encontro não inviabilizam o Mercosul. "Não há divergência no essencial. É saudável, é parte da democracia [haver divergência]. A homogeneidade só existe nos cemitérios", disse. "Não vejo incompatibilidade, eu vejo diferenças."
Chávez
Uma das vedetes do encontro, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, brincou, fez frases de efeito e foi o principal chefe de Estado a aparecer. "O capitalismo é o caminho da perdição do planeta" foi uma das declarações do venezuelano.
Durante a cúpula, o Banco do Sul, organismo para financiar investimentos na região, dividiu opiniões. Para Kirchner, ele é fundamental para o bloco. O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, já considera melhor idéia a utilização dos bancos de fomento que já existem: BNDES, Banco de La Nación e Banco de Desenvolvimento da Venezuela.
Foram dados os passos iniciais para o Gasoduto do Sul. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, anunciou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) decidiu autorizar o aporte de US$ 200 milhões para a CAF (Corporação Andina de Fomento).
A iniciativa teria, segundo o banco, o papel de promover a integração da América do Sul, marcando a parceria entre as instituições.
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