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26/01/2007 - 07h35

Fórum Social termina com esperança de que movimentos africanos se reforcem

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ANA FLOR
da Folha de S.Paulo, em Nairóbi

Menor do que as edições anteriores, o 7º Fórum Social Mundial terminou ontem em Nairóbi (Quênia) com a esperança de que os movimentos sociais africanos reforcem suas estruturas para se aproximar de seus símiles latino-americanos.

"Os movimentos sociais africanos são mais frágeis, mas o fórum em Nairóbi foi uma ótima chance de reforçá-los, com a troca de experiência com grupos de outros continentes", disse um dos coordenadores do Fórum Social Africano, Taoufik Ben Abdallah.

O número total de participantes foi menor do que o esperado --foram 59 mil inscritos, esperava-se 100 mil.

Para o intelectual marxista Alex Callinicos, do Conselho Internacional do Fórum e organizador do Fórum Europeu, esta edição foi muito menor que as duas anteriores --Porto Alegre, em 2005, e Índia, em 2004-- por ser realizada em um país que não tem movimentos sociais fortes ou uma esquerda radical forte.

Não há equivalente [no Quênia] para o PT, os partidos comunistas na Índia ou os diferentes partidos radicais de esquerda na Europa que, sejamos sinceros, são fatores muito importantes do sucesso dos fóruns.

Mesmo assim, Callinicos considerou o fórum foi um sucesso, uma demonstração da vitalidade dos movimentos sociais no mundo.

O encerramento ocorreu no Parque Uhuru, o mesmo que recebeu os participantes no primeiro dia do fórum. Uma maratona foi organizada, saindo de uma cidade vizinha e chegando no meio da tarde em Nairóbi.

As mais de 300 propostas de ações futuras e atos de protesto durante os próximos dois anos, feitos pelos movimentos na quarta-feira, foram lidas. Elas serão publicadas no website do fórum.

Hoje e amanhã, o Conselho Internacional se reunirá para fazer um balanço e planejar atividades, entre ela a criação de uma comissão que irá decidir onde será o Fórum Social Mundial de 2009. Pelo menos duas cidades brasileiras se prontificaram: Porto Alegre e Salvador. Para Chico Whitaker, um dos idealizadores do evento, há muitos outros países esperando para receber o encontro, inclusive do hemisfério Norte.

Futuro

Alex Callinicos, considerado um radical dentro do conselho internacional, acredita que o fórum precisa dar um passo à frente e buscar consenso em torno de alguns temas. "Não é suficiente que nós celebremos nossa diversidade, precisamos perguntar o que temos em comum", diz.

Para o acadêmico, o que todos os grupos que participam do fórum têm em comum é, de uma maneira ou de outra, serem oprimidos pelo neoliberalismo. "Precisamos descobrir como concentrar nossa energia contra um inimigo comum".

Callinicos avaliou que o Fórum Econômico Mundial enfrenta "enormes" dificuldades: "A agenda do comércio está em crise e a catástrofe do Iraque está poluindo a política internacional", diz. "Apesar de o outro lado não estar bem, precisamos ter muito mais foco para nos concentrar em nossas causas", finalizou.

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