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28/03/2007
-
14h31
ANDREZA MATAIS
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A interpretação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de que os mandatos pertencem aos partidos, e não aos parlamentares, pode atingir 37 deputados que trocaram de legenda desde as últimas eleições. PFL, PPS e PDT já anteciparam que vão recorrer à Justiça para reaver os cargos. Os três partidos entendem que, a partir da orientação do TSE, os deputados que deixaram as legendas sem justificativa perderão os mandatos.
O PSDB também analisa se vai recorrer à Justiça para ter os mandatos de volta. Mas, antes, quer uma explicação técnica de sua assessoria jurídica para ter certeza que a decisão é retroativa. A maioria dos partidos já avisou que não irá aceitar os deputados de volta, caso queiram retornar às suas legendas de origem para evitar a perda do mandato. Se não forem aceitos, perderão as vagas para os suplentes.
O partido que mais terá prejuízos caso a Justiça siga a orientação do TSE será o PR, que ganhou 16 deputados este ano. Na seqüência estão PMDB (6 deputados), PAN (4), PSB (3), PTB (2), PSC (1), PT (1) e PP (1). Outros três que mudaram de partido ainda não se filiram a outro. Esse número considera a deputada Jusmary Oliveira (ex-PFL-BA), que anunciou que vai sair do partido, mas não formalizou a decisão na Mesa Diretora da Câmara. Ela também não informou para qual partido vai.
Por outro lado, o PFL e o PPS poderão ter de volta oito mandatos, enquanto o PSDB, sete.
Nos registros da Câmara, o PFL perdeu oficialmente sete deputados. Mas o partido informou que foi comunicado pela deputada Jusmari Oliveira (PFL-BA) que ela se desfiliou. A parlamentar ainda não comunicou à Câmara sobre a mudança.
Estratégia
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), disse que a interpretação do TSE é um golpe na estratégia do Palácio do Planalto de cooptar parlamentares para a base aliada. "Nos últimos meses, ficou explícita a oferta de cargos para mudanças de partido. Isso envergonha a classe política. É preciso dar um basta nisso", afirmou.
Já o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), também considerou a mudança positiva. "Vem em boa hora essa decisão para restaurar a moralidade no país. O troca-troca estava sendo articulado pelo presidente Lula num processo de cooptação de parlamentares da oposição para a sua base de sustentação", afirmou.
O líder do PR na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), ponderou que o TSE ainda não tomou uma decisão --portanto não vê motivos para que outros partidos comemorem. O PR é um dos partidos que mais atraiu filiados nos últimos meses --começou a legislatura com 23 deputados e já tem 40.
"Tudo vai continuar como está. O TSE respondeu apenas a uma consulta administrativa", afirmou. Castro admitiu, no entanto, que a interpretação do tribunal pode inibir a ida de novos filiados para o PR. "Acho que sim, mas só no início. Nós não estamos promovendo um troca-troca partidário. As pessoas estão vindo por opção. Quem quiser vir, o partido está aberto", afirmou.
O líder adiantou que o PR vai procurar o TSE na tentativa de reverter a decisão do tribunal.
A interpretação do TSE estabelece a chamada fidelidade partidária nas eleições proporcionais (deputados estaduais, federais e vereadores) e tem por objetivo impedir a troca de partidos políticos. O entendimento do tribunal foi em resposta à consulta feita pelo próprio PFL sobre as mudanças partidárias.
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A interpretação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de que os mandatos pertencem aos partidos, e não aos parlamentares, pode atingir 37 deputados que trocaram de legenda desde as últimas eleições. PFL, PPS e PDT já anteciparam que vão recorrer à Justiça para reaver os cargos. Os três partidos entendem que, a partir da orientação do TSE, os deputados que deixaram as legendas sem justificativa perderão os mandatos.
O PSDB também analisa se vai recorrer à Justiça para ter os mandatos de volta. Mas, antes, quer uma explicação técnica de sua assessoria jurídica para ter certeza que a decisão é retroativa. A maioria dos partidos já avisou que não irá aceitar os deputados de volta, caso queiram retornar às suas legendas de origem para evitar a perda do mandato. Se não forem aceitos, perderão as vagas para os suplentes.
O partido que mais terá prejuízos caso a Justiça siga a orientação do TSE será o PR, que ganhou 16 deputados este ano. Na seqüência estão PMDB (6 deputados), PAN (4), PSB (3), PTB (2), PSC (1), PT (1) e PP (1). Outros três que mudaram de partido ainda não se filiram a outro. Esse número considera a deputada Jusmary Oliveira (ex-PFL-BA), que anunciou que vai sair do partido, mas não formalizou a decisão na Mesa Diretora da Câmara. Ela também não informou para qual partido vai.
Por outro lado, o PFL e o PPS poderão ter de volta oito mandatos, enquanto o PSDB, sete.
Nos registros da Câmara, o PFL perdeu oficialmente sete deputados. Mas o partido informou que foi comunicado pela deputada Jusmari Oliveira (PFL-BA) que ela se desfiliou. A parlamentar ainda não comunicou à Câmara sobre a mudança.
Estratégia
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), disse que a interpretação do TSE é um golpe na estratégia do Palácio do Planalto de cooptar parlamentares para a base aliada. "Nos últimos meses, ficou explícita a oferta de cargos para mudanças de partido. Isso envergonha a classe política. É preciso dar um basta nisso", afirmou.
Já o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), também considerou a mudança positiva. "Vem em boa hora essa decisão para restaurar a moralidade no país. O troca-troca estava sendo articulado pelo presidente Lula num processo de cooptação de parlamentares da oposição para a sua base de sustentação", afirmou.
O líder do PR na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), ponderou que o TSE ainda não tomou uma decisão --portanto não vê motivos para que outros partidos comemorem. O PR é um dos partidos que mais atraiu filiados nos últimos meses --começou a legislatura com 23 deputados e já tem 40.
"Tudo vai continuar como está. O TSE respondeu apenas a uma consulta administrativa", afirmou. Castro admitiu, no entanto, que a interpretação do tribunal pode inibir a ida de novos filiados para o PR. "Acho que sim, mas só no início. Nós não estamos promovendo um troca-troca partidário. As pessoas estão vindo por opção. Quem quiser vir, o partido está aberto", afirmou.
O líder adiantou que o PR vai procurar o TSE na tentativa de reverter a decisão do tribunal.
A interpretação do TSE estabelece a chamada fidelidade partidária nas eleições proporcionais (deputados estaduais, federais e vereadores) e tem por objetivo impedir a troca de partidos políticos. O entendimento do tribunal foi em resposta à consulta feita pelo próprio PFL sobre as mudanças partidárias.
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