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04/04/2007
-
13h17
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em jantar com senadores do PT, que pretende convocar o Conselho de Defesa Nacional nos próximos dias para discutir uma espécie de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para reequipar as Forças Armadas. Além disso, Lula sinalizou que estuda uma forma de substituir Waldir Pires no comando do Ministério da Defesa.
O PAC das Forças Armadas reuniria uma série de ações para valorizar a Marinha, Exército e Aeronáutica.
O Conselho de Defesa Nacional --órgão consultivo da Presidência da República-- é formado pelo vice-presidente da República (José Alencar), pelos presidentes da Câmara (Arlindo Chinaglia) e do Senado (Renan Calheiros), e pelos ministros Justiça (Tarso Genro), Relações Exteriores (Celso Amorim), Fazenda (Guido Mantega) e Planejamento (Paulo Bernardo), além dos comandantes do Exército (Enzo Perry), Marinha (Júlio Soares de Moura Neto) e Aeronáutica (Juniti Saito).
Com esse plano, Lula quer se antecipar às críticas que serão feitas ao contigenciamento de recursos nas Forças Armadas, que provocaram problemas como a crise do setor aéreo.
Pires
O presidente considera que Waldir Pires já fez o que podia para tentar contornar a crise no setor aéreo. Segundo os senadores, Lula entende que Pires está de mãos atadas porque há erros na estrutura do próprio Ministério da Defesa que fazem com que as Forças Armadas não se sintam subordinadas à pasta nem parte dela.
No entanto, Lula disse à bancada que tem duas dificuldades para efetuar a substituição do ministro: encontrar uma saída honrosa para que ele não deixe o governo desgastado e um substituto que tenha respeito dos militares para tocar a reestruturação da pasta. "Preciso construir uma forma para que ele saia", disse Lula aos senadores segundo relato de um dos participantes do jantar.
A Folha Online apurou que o presidente vai tentar adiar ao máximo a troca porque pretende que o ministro tome a decisão de deixar a Defesa por conta própria. Esse cuidado está sendo tomado em respeito à idade do ministro (78 anos) e ao apreço pessoal de Lula por Pires.
No entanto, o Planalto já começou a "fritar" Pires. A primeira manobra ocorreu ontem quando Lula repassou para um subordinado de Pires a tarefa de discutir com os controladores de vôo as mudanças no setor. As negociações vinham sendo feitas pelo ministro.
Lula ainda demonstrou que não tem um substituto para Pires contrariando as especulações de que teria decidido indicar o ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) para o posto. "Quais são os nomes?", questionou à bancada, que respondeu com silencio à indagação. Lula teria sondado o senador José Sarney (PMDB-AP), que recusou o convite.
O novo ministro terá como função mudar o Ministério da Defesa de forma a agregar as Forças Armadas. Lula afirmou aos senadores que ainda não sabe como isso será feito.
CPI
No encontro, Lula disse ainda temer que a CPI do Apagão Aéreo exponha as deficiências da Aeronáutica. Aos senadores, Lula teria afirmado que o país não ganhará nada com a "exposição desnecessária" das fragilidades da Aeronáutica, algo inevitável numa CPI política.
O presidente observou que há problemas sistêmicos --como a fragilidade dos equipamentos-- que o governo vem resolvendo com investimentos e que não deveriam ser expostos.
Lula sinalizou que não irá proteger o deputado Carlos Wilson (PT-PE) --que comandou a Infraero no seu primeiro mandato-- ao informar que o governo está investigando os contratos do órgão, por meio da CGU (Controladoria Geral da União), e esclareceu não ser este o motivo de sua apreensão com as investigações.
Com relação às denúncias nos contratos da Infraero, o presidente disse que certamente a oposição irá focar a CPI neste assunto, mas que isso não o preocupa porque o governo está investigando.
Para ser instalada a CPI depende de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que analisa mandado de segurança assinado pela oposição. O mandado pede a instalação imediata da CPI sob a alegação de que a minoria tem o direito constitucional de propor uma comissão de inquérito.
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da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em jantar com senadores do PT, que pretende convocar o Conselho de Defesa Nacional nos próximos dias para discutir uma espécie de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para reequipar as Forças Armadas. Além disso, Lula sinalizou que estuda uma forma de substituir Waldir Pires no comando do Ministério da Defesa.
Sergio Lima/Folha Imagem |
Em encontro com senadores, Lula sinalizou intenção de criar o PAC das Forças Armadas |
O Conselho de Defesa Nacional --órgão consultivo da Presidência da República-- é formado pelo vice-presidente da República (José Alencar), pelos presidentes da Câmara (Arlindo Chinaglia) e do Senado (Renan Calheiros), e pelos ministros Justiça (Tarso Genro), Relações Exteriores (Celso Amorim), Fazenda (Guido Mantega) e Planejamento (Paulo Bernardo), além dos comandantes do Exército (Enzo Perry), Marinha (Júlio Soares de Moura Neto) e Aeronáutica (Juniti Saito).
Com esse plano, Lula quer se antecipar às críticas que serão feitas ao contigenciamento de recursos nas Forças Armadas, que provocaram problemas como a crise do setor aéreo.
Pires
O presidente considera que Waldir Pires já fez o que podia para tentar contornar a crise no setor aéreo. Segundo os senadores, Lula entende que Pires está de mãos atadas porque há erros na estrutura do próprio Ministério da Defesa que fazem com que as Forças Armadas não se sintam subordinadas à pasta nem parte dela.
No entanto, Lula disse à bancada que tem duas dificuldades para efetuar a substituição do ministro: encontrar uma saída honrosa para que ele não deixe o governo desgastado e um substituto que tenha respeito dos militares para tocar a reestruturação da pasta. "Preciso construir uma forma para que ele saia", disse Lula aos senadores segundo relato de um dos participantes do jantar.
A Folha Online apurou que o presidente vai tentar adiar ao máximo a troca porque pretende que o ministro tome a decisão de deixar a Defesa por conta própria. Esse cuidado está sendo tomado em respeito à idade do ministro (78 anos) e ao apreço pessoal de Lula por Pires.
No entanto, o Planalto já começou a "fritar" Pires. A primeira manobra ocorreu ontem quando Lula repassou para um subordinado de Pires a tarefa de discutir com os controladores de vôo as mudanças no setor. As negociações vinham sendo feitas pelo ministro.
Lula ainda demonstrou que não tem um substituto para Pires contrariando as especulações de que teria decidido indicar o ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) para o posto. "Quais são os nomes?", questionou à bancada, que respondeu com silencio à indagação. Lula teria sondado o senador José Sarney (PMDB-AP), que recusou o convite.
O novo ministro terá como função mudar o Ministério da Defesa de forma a agregar as Forças Armadas. Lula afirmou aos senadores que ainda não sabe como isso será feito.
CPI
No encontro, Lula disse ainda temer que a CPI do Apagão Aéreo exponha as deficiências da Aeronáutica. Aos senadores, Lula teria afirmado que o país não ganhará nada com a "exposição desnecessária" das fragilidades da Aeronáutica, algo inevitável numa CPI política.
O presidente observou que há problemas sistêmicos --como a fragilidade dos equipamentos-- que o governo vem resolvendo com investimentos e que não deveriam ser expostos.
Lula sinalizou que não irá proteger o deputado Carlos Wilson (PT-PE) --que comandou a Infraero no seu primeiro mandato-- ao informar que o governo está investigando os contratos do órgão, por meio da CGU (Controladoria Geral da União), e esclareceu não ser este o motivo de sua apreensão com as investigações.
Com relação às denúncias nos contratos da Infraero, o presidente disse que certamente a oposição irá focar a CPI neste assunto, mas que isso não o preocupa porque o governo está investigando.
Para ser instalada a CPI depende de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que analisa mandado de segurança assinado pela oposição. O mandado pede a instalação imediata da CPI sob a alegação de que a minoria tem o direito constitucional de propor uma comissão de inquérito.
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