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05/04/2007
-
09h52
FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em jantar com senadores petistas anteontem à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo já está realizando sindicâncias para apurar denúncias de irregularidades na Infraero. Lula voltou a dizer, segundo os senadores, ser contra a criação da CPI.
Conforme relatos dos parlamentares, o presidente considera que a CPI seria uma desmoralização da Aeronáutica e que o país não ganharia nada em expor as "fragilidades" das Forças Armadas numa investigação na Câmara. Os petistas interpretaram a ação do governo --de fazer sindicâncias-- como uma medida preventiva caso a CPI seja instalada.
No dia anterior, Lula havia afirmado a líderes da base aliada que agora só resta esperar a decisão da Justiça sobre a CPI.
No dia 21 de março, o plenário da Câmara arquivou o requerimento que criava a CPI por 308 votos contra 141. A oposição recorreu ao STF. Na semana passada, o ministro Celso de Mello concedeu liminar obrigando o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a desarquivar o requerimento, mas esperar a análise do mérito pelo tribunal.
Negócios da Infraero já são investigados na CGU (Controladoria Geral da União) e no TCU (Tribunal de Contas da União), além de haver auditorias na própria estatal. O TCU se limitou a investigar contratos de obras com valores acima de R$ 250 milhões. Num deles, encontrou superfaturamento de mais de 80%. O governo teme que a CPI amplie as investigações para além do problema dos controladores de vôo.
Mesmo com o debate sobre a CPI sendo postergado para depois da Páscoa, o Congresso não desistiu de pressionar o governo. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, recebeu ontem três convocações simultâneas para depor na próxima semana em instâncias do Congresso, duas no Senado e uma na Câmara.
Jantar
Durante o jantar, o presidente cobrou uma defesa mais veemente do governo no Congresso. Já a bancada se queixou de falta de diálogo e de atenção por parte do Planalto.
Após ouvir as reclamações e prometer, outra vez, melhorar a relação, Lula disse que vê na TV Senado e na TV Câmara a oposição fazer críticas e ofensas contínuas ao governo e se pergunta onde está a base.
Disse ainda que, na bancada, "dois ou três" fizeram a defesa do governo nas horas difíceis, em referência ao mensalão.
Anfitrião do jantar que contou com 11 dos 12 senadores da bancada, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou a assinar, em 2005, o requerimento de criação da CPI dos Correios.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), também presente, foi presidente da comissão e contrariou o governo ao atuar de forma independente. Para se redimir, Suplicy deu um beijo em Lula no fim da noite.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em jantar com senadores petistas anteontem à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo já está realizando sindicâncias para apurar denúncias de irregularidades na Infraero. Lula voltou a dizer, segundo os senadores, ser contra a criação da CPI.
Conforme relatos dos parlamentares, o presidente considera que a CPI seria uma desmoralização da Aeronáutica e que o país não ganharia nada em expor as "fragilidades" das Forças Armadas numa investigação na Câmara. Os petistas interpretaram a ação do governo --de fazer sindicâncias-- como uma medida preventiva caso a CPI seja instalada.
No dia anterior, Lula havia afirmado a líderes da base aliada que agora só resta esperar a decisão da Justiça sobre a CPI.
No dia 21 de março, o plenário da Câmara arquivou o requerimento que criava a CPI por 308 votos contra 141. A oposição recorreu ao STF. Na semana passada, o ministro Celso de Mello concedeu liminar obrigando o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a desarquivar o requerimento, mas esperar a análise do mérito pelo tribunal.
Negócios da Infraero já são investigados na CGU (Controladoria Geral da União) e no TCU (Tribunal de Contas da União), além de haver auditorias na própria estatal. O TCU se limitou a investigar contratos de obras com valores acima de R$ 250 milhões. Num deles, encontrou superfaturamento de mais de 80%. O governo teme que a CPI amplie as investigações para além do problema dos controladores de vôo.
Mesmo com o debate sobre a CPI sendo postergado para depois da Páscoa, o Congresso não desistiu de pressionar o governo. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, recebeu ontem três convocações simultâneas para depor na próxima semana em instâncias do Congresso, duas no Senado e uma na Câmara.
Jantar
Durante o jantar, o presidente cobrou uma defesa mais veemente do governo no Congresso. Já a bancada se queixou de falta de diálogo e de atenção por parte do Planalto.
Após ouvir as reclamações e prometer, outra vez, melhorar a relação, Lula disse que vê na TV Senado e na TV Câmara a oposição fazer críticas e ofensas contínuas ao governo e se pergunta onde está a base.
Disse ainda que, na bancada, "dois ou três" fizeram a defesa do governo nas horas difíceis, em referência ao mensalão.
Anfitrião do jantar que contou com 11 dos 12 senadores da bancada, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou a assinar, em 2005, o requerimento de criação da CPI dos Correios.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), também presente, foi presidente da comissão e contrariou o governo ao atuar de forma independente. Para se redimir, Suplicy deu um beijo em Lula no fim da noite.
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