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16/04/2007
-
13h17
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em meio à onda de invasões prometidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no chamado "abril vermelho", a CPT (Comissão Pastoral da Terra) divulgou hoje balanço dos conflitos no campo no ano de 2006 que aponta a redução de 7,82% nas disputas relacionadas à posse, uso e luta pela terra em relação a 2005. Segundo a CPT, em 2006 foram registrados 1.212 conflitos contra 1.304 no ano anterior.
As ocupações de terras também apresentaram redução de 12,13% em 2006. No total, a CPT registrou 384 ocupações em 2006 contra 437 no ano anterior.
Apesar da diminuição nas invasões e no número de conflitos por terras, o presidente da CPT, d. Xavier Gilles d'Ableiges, disse que os índices não refletem a real situação de violência no campo. "A violência continua a mesma, com mais força. Antigamente, o problema era do latifúndio. Hoje, é o agronegócio onde se mata em nome do lucro", afirmou.
Na soma total dos conflitos no campo --que reúnem disputas trabalhistas, por terras e água --também houve a redução de 11,91% em 2006 em relação ao ano de 2005. "Apesar dessa diminuição, não há nada a comemorar pelo governo federal nem pela CPT. Os alicerces sobre os quais os conflitos e violências se medem permanecem iguais", afirmou o secretário nacional da CPT, Antonio Canuto.
Enquanto os conflitos por terra diminuíram, em 2006 houve o aumento no número de assassinatos de 2,63% se comparado ao ano de 2005. As tentativas de assassinato tiveram a redução de 176,92% no mesmo período.
Assentamentos
Segundo a CPT, o governo federal concentrou os assentamentos de trabalhadores rurais sem-terra na região amazônica, com 66% do total. O coordenador do Laboratório de Estudos dos Movimentos Sociais da Universidade Federal Fluminense, Carlos Porto Gonçalves, considerou um equívoco a distribuição de terras protagonizada pelo governo federal.
"Todos os Estados têm terras disponíveis para fazer a reforma agrária. E o governo Lula não tem se diferenciado dos outros concentrando os assentamentos na Amazônia, onde não está a maior demanda", explicou.
Segundo os dados da CPT, o Pará lidera o ranking dos Estados onde há o maior número assassinatos por conflitos de terras, enquanto a região amazônica concentra os mais elevados índices de violência no campo.
Canuto afirmou que a violência é grande no Norte do país pela pequena atuação dos movimentos sociais na região. "Onde mais existem ações dos movimentos sociais, a violência é menor porque os trabalhos estão mais organizados", disse.
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da Folha Online, em Brasília
Em meio à onda de invasões prometidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no chamado "abril vermelho", a CPT (Comissão Pastoral da Terra) divulgou hoje balanço dos conflitos no campo no ano de 2006 que aponta a redução de 7,82% nas disputas relacionadas à posse, uso e luta pela terra em relação a 2005. Segundo a CPT, em 2006 foram registrados 1.212 conflitos contra 1.304 no ano anterior.
As ocupações de terras também apresentaram redução de 12,13% em 2006. No total, a CPT registrou 384 ocupações em 2006 contra 437 no ano anterior.
Apesar da diminuição nas invasões e no número de conflitos por terras, o presidente da CPT, d. Xavier Gilles d'Ableiges, disse que os índices não refletem a real situação de violência no campo. "A violência continua a mesma, com mais força. Antigamente, o problema era do latifúndio. Hoje, é o agronegócio onde se mata em nome do lucro", afirmou.
Na soma total dos conflitos no campo --que reúnem disputas trabalhistas, por terras e água --também houve a redução de 11,91% em 2006 em relação ao ano de 2005. "Apesar dessa diminuição, não há nada a comemorar pelo governo federal nem pela CPT. Os alicerces sobre os quais os conflitos e violências se medem permanecem iguais", afirmou o secretário nacional da CPT, Antonio Canuto.
Enquanto os conflitos por terra diminuíram, em 2006 houve o aumento no número de assassinatos de 2,63% se comparado ao ano de 2005. As tentativas de assassinato tiveram a redução de 176,92% no mesmo período.
Assentamentos
Segundo a CPT, o governo federal concentrou os assentamentos de trabalhadores rurais sem-terra na região amazônica, com 66% do total. O coordenador do Laboratório de Estudos dos Movimentos Sociais da Universidade Federal Fluminense, Carlos Porto Gonçalves, considerou um equívoco a distribuição de terras protagonizada pelo governo federal.
"Todos os Estados têm terras disponíveis para fazer a reforma agrária. E o governo Lula não tem se diferenciado dos outros concentrando os assentamentos na Amazônia, onde não está a maior demanda", explicou.
Segundo os dados da CPT, o Pará lidera o ranking dos Estados onde há o maior número assassinatos por conflitos de terras, enquanto a região amazônica concentra os mais elevados índices de violência no campo.
Canuto afirmou que a violência é grande no Norte do país pela pequena atuação dos movimentos sociais na região. "Onde mais existem ações dos movimentos sociais, a violência é menor porque os trabalhos estão mais organizados", disse.
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