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16/04/2007 - 13h27

MST ameaça manter ocupação do Incra em Brasília se governo não negociar

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que invadiram esta manhã a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Brasília prometem deixar o local somente se o governo federal mostrar disposição em atender às reivindicações dos trabalhadores rurais.

O governo, por outro lado, disse que aceita negociar com os trabalhadores se eles deixaram pacificamente a sede do Incra. "Evidentemente, havendo a desocupação pacífica do prédio, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário estão dispostos a sentar, discutir e encaminhar a pauta que eles apresentaram", disse o ouvidor agrário nacional, Gercino Silva.

O MST reivindica o cumprimento da promessa do governo federal de assentar 150 mil famílias acampadas hoje pelo país. No Distrito Federal, as principais reivindicações são o assentamento de 1.800 famílias acampadas e a liberação de créditos, convênios e recursos para o programa de habitação nos assentamentos.

Os sem-terra também decidiram invadir a sede do Incra para relembrar o assassinato de 19 trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás, no Pará. Eles foram mortos no dia 17 de abril de 1996. "Essa ação tem o objetivo de pedir que sejam punidos a coordenação dos mandantes e os que fizeram aquela ação histórica em Eldorado dos Carajás", disse Valter de Mello, representante do MST.

Cerca de 800 trabalhadores rurais ligados ao MST, à Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e ao MTR (Movimento dos Trabalhadores Rurais) ocuparam desde o início desta segunda-feira o prédio do Incra na capital federal. Segundo informações do Incra, os trabalhadores teriam ocupado nove andares do prédio --que teve janelas e portas quebradas.

Críticas

O MST reivindica mudanças na política de reforma agrária do governo federal. Marina dos Santos, que integra a coordenação nacional do MST, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não cumpriu sua promessa de assentamentos do primeiro mandato.

"Havia uma grande esperança colocada pelo governo Lula de se fazer a reforma agrária. Essa esperança de que o presidente Lula priorizaria a reforma agrária nós não acreditamos mais", disse.

Segundo reportagem publicada hoje pela Folha, o comando do MST decidiu focar os ataques no presidente Lula como conseqüência do incentivo do governo à expansão da cultura da cana-de-açúcar e da tentativa de o movimento recuperar parte de seu referencial crítico esvaziado no primeiro mandato do petista.

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