Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/04/2007 - 19h43

MST intensifica protestos e promove ações em vários Estados e no DF

Publicidade

da Folha Online

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) intensificou os protestos nesta segunda-feira e realizou manifestações em 13 Estados e no Distrito Federal. As ações fazem parte do chamado "abril vermelho" e tem como objetivo cobrar do governo federal a reforma agrária para assentar 150 mil famílias acampadas pelo país.

As manifestações também acontecem em memória dos 19 trabalhadores rurais mortos em Eldorado de Carajás (PA) em 17 de abril de 1996.

"Queremos apresentar por meio das nossas ações uma proposta de desenvolvimento para o campo brasileiro, que tenha como eixo a geração de emprego e a produção de alimentos no sentido de resolvermos os problemas do povo brasileiro", disse José Batista de Oliveira, da direção nacional do MST, em nota à imprensa.

Segundo o MST, foram realizadas manifestações nesta segunda-feira em São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Piauí, Rio Grande do Sul, Pará, Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Uma das principais ações do MST foi no Distrito Federal, onde cerca de 800 integrantes do movimento e de outras entidades ocuparam hoje pela manhã o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Brasília.

No início da tarde, os sem-terra aceitaram um acordo proposto pela direção do Incra e começaram a desocupar os 23 andares do prédio para se concentrar na garagem. Em contrapartida, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, se reuniu uma comissão de trabalhadores rurais para discutir a pauta de reivindicações do MST.

Segundo o balanço das ações divulgado pelo MST, os sem-terra ocuparam hoje pela manhã a ponte sobre o rio Tocantins, no município de Estreito, no Maranhão, em protesto contra a instalação da Usina Hidrelétrica de Estreito.

Em Santa Catarina, cerca de 500 famílias do ligadas ao MST deixaram hoje um terreno de 10,5 mil hectares que pertence ao Exército. A área fica no município de Papanduva, e os sem-terra queriam a criação de um assentamento no local, pois consideram a área improdutiva.

Em Pernambuco, mais de 200 famílias de trabalhadores rurais ocuparam hoje a Fazenda Rafael, de 2.000 hectares, no município de Ibimirim. Outras 200 famílias sem-terra ocuparam a Fazenda Cajueiro Escuro.

Em Goiás, mais de 600 famílias do MST invadiram três fazendas consideradas improdutivas pelos sem-terra. Segundo o MST, a fazenda Bom Jardim, no município de Bom Jardim de Goiás, e a fazenda São Sebastião da Lavrinha, no município de São Luis do Norte, já foram declaradas improdutivas pelo Incra, mas o processo de desapropriação está parado, pois falta liberar verba para indenizar os proprietários.

No Espírito Santo, os sem-terra ocuparam uma área próxima à Fazenda do Galho, de 500 hectares, no município de Guaçuí. Os trabalhadores rurais exigem a desapropriação e a criação de um assentamento para 50 famílias no local.

Em Cuiabá (MT), o MST realizou uma vigília com 200 pessoas em frente ao prédio da Justiça Federal em protesto contra a morte de 19 trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás (PA).

No Rio de Janeiro, o MST manteve duas áreas ocupadas como forma de denunciar a lentidão da reforma agrária e pedir o assentamento imediato das 1.200 famílias acampadas no Estado.

No Rio Grande do Sul, o MST deixou hoje pela manhã a Granja Nenê, área que ocupava no município de Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre. As cerca de 700 pessoas que estavam no local estão acampadas em uma área cedida pelo assentamento Santa Rita de Cássia, que fica ao lado da granja.

Mais de 5.000 trabalhadores rurais chegaram nesta segunda-feira a Salvador (BA). A marcha pela reforma agrária partiu de Feira de Santana (115 km de Salvador) na semana passada. Os manifestantes estão acampados no centro da cidade.

No Pará, integrantes do MST e de outros movimentos da Via Campesina estão acampados em Belém em defesa da preservação da Amazônia e contra o agronegócio.

Leia mais
  • Incra retoma negociações com MST e manifestantes iniciam desocupação
  • MST ameaça manter ocupação do Incra em Brasília se governo não negociar
  • Pastoral da Terra aponta redução nos conflitos e invasões de terras
  • Movimentos de trabalhadores sem terra ocupam sede do Incra em Brasília
  • Por "sobrevivência", MST decide elevar o tom contra Lula
  • MST faz quarta invasão de terra no sertão de PE

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o MST
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página