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27/04/2007
-
19h36
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
No segundo dia da tomada de depoimentos dos acusados de envolvimento com a organização criminosa que atuava na compra de sentenças judiciais para favorecer a máfia do jogo, os suspeitos adotaram estratégias diferentes frente à juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio. Júlio Guimarães, sobrinho do bicheiro Ailton Guimarães, o Capitão Guimarães, não respondeu a nenhuma pergunta, exceto seu nome, do advogado e endereço.
Para toda pergunta da juíza, ele respondia apenas essas três coisas: nome, nome do advogado e endereço. O seu advogado, Nélio Machado, disse que a estratégia faz parte da defesa, já que os dois ainda não conversaram a sós.
Machado disse ainda que Júlio explicará oportunamente a origem do dinheiro apreendido no fundo falso de uma parede na sua casa. Durante a Operação Hurricane (furacão), que prendeu 25 pessoas no dia 13, a PF encontrou R$ 5 milhões em espécie e R$ 4 milhões (em cheque) com Júlio.
"A questão do dinheiro será explicada adequadamente. Mas hoje, por questão de estratégia da defesa, que é um direito que a Constituição concede... A defesa dará a explicação no momento certo, na hora oportuna, de acordo com o conhecimento prévio do processo como um todo", afirmou Machado.
Já o presidente da Aberj (Associação dos Administradores de Bingos e Similares do Estado do Rio), Paulo Lino, que também depôs hoje, negou qualquer relação com a máfia dos jogos. Ele afirmou desconhecer qualquer esquema de venda de sentenças judiciais, segundo seu advogado, David Zangirolami.
A juíza também ouviu hoje José Renato Granado Ferreira, vice-presidente da Aberj.
Todos eles foram presos no dia 13 numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).
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da Folha Online, no Rio
No segundo dia da tomada de depoimentos dos acusados de envolvimento com a organização criminosa que atuava na compra de sentenças judiciais para favorecer a máfia do jogo, os suspeitos adotaram estratégias diferentes frente à juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio. Júlio Guimarães, sobrinho do bicheiro Ailton Guimarães, o Capitão Guimarães, não respondeu a nenhuma pergunta, exceto seu nome, do advogado e endereço.
Para toda pergunta da juíza, ele respondia apenas essas três coisas: nome, nome do advogado e endereço. O seu advogado, Nélio Machado, disse que a estratégia faz parte da defesa, já que os dois ainda não conversaram a sós.
Machado disse ainda que Júlio explicará oportunamente a origem do dinheiro apreendido no fundo falso de uma parede na sua casa. Durante a Operação Hurricane (furacão), que prendeu 25 pessoas no dia 13, a PF encontrou R$ 5 milhões em espécie e R$ 4 milhões (em cheque) com Júlio.
"A questão do dinheiro será explicada adequadamente. Mas hoje, por questão de estratégia da defesa, que é um direito que a Constituição concede... A defesa dará a explicação no momento certo, na hora oportuna, de acordo com o conhecimento prévio do processo como um todo", afirmou Machado.
Já o presidente da Aberj (Associação dos Administradores de Bingos e Similares do Estado do Rio), Paulo Lino, que também depôs hoje, negou qualquer relação com a máfia dos jogos. Ele afirmou desconhecer qualquer esquema de venda de sentenças judiciais, segundo seu advogado, David Zangirolami.
A juíza também ouviu hoje José Renato Granado Ferreira, vice-presidente da Aberj.
Todos eles foram presos no dia 13 numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).
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