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15/05/2007
-
18h46
da Folha Online
O procurador-chefe do Ministério Público Federal no Pará, Felício Pontes, disse hoje que espera que a condenação do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, encerre o ciclo de "impunidade" no Estado. Bida, acusado de mandar matar a irmã Dorothy Stang em 2005, foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri do Pará.
"Espero que esse julgamento seja um marco na história da Amazônia. Tivemos 776 assassinatos nos últimos 30 anos por conflitos de terra e somente três condenações", disse ele para a Folha Online por telefone.
Segundo ele, esses assassinatos aconteceram por conta da falta de condenações. "Por que tantas pessoas morreram? Porque havia a sensação de impunidade. Se mandava matar e ninguém era condenado."
Pontes afirmou ainda que Bida era um fazendeiro que estava destruindo a floresta da Amazônia. "Ele já havia realizado destruições em várias partes da Amazônia e tinha chegado a Anapu, quando se deparou com irmã Dorothy. Como ela era um empecilho, ele mandou matá-la."
O procurador-chefe do MPF disse ainda que espera que a decisão de hoje ajude a fortalecer os movimentos dos povos das florestas. "Eles vão poder continuar trabalhando para garantir a própria sobrevivência e da Amazônia."
Dorothy foi assassinada em 12 de fevereiro no Pará. Ela foi morta com seis tiros em um assentamento de sem-terra no município de Anapu, região rural do Pará. No local, ela participava de um movimento que reivindica reforma agrária na região.
Julgamento
O julgamento de Vitalmiro começou ontem e foi retomado hoje pela manhã com o debate entre acusação e defesa. O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, da 2ª Vara Penal de Belém, que preside o júri, suspendeu os trabalhos ontem, às 22h45, para o descanso noturno.
Ontem, no primeiro dia de julgamento, Bida negou por três vezes envolvimento no assassinato da missionária Dorothy Stang. No entanto, ele disse que viu a arma do crime na mão do pistoleiro Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, depois de ele ter disparado três vezes contra a freira.
A declaração de Bida a respeito da arma do crime ocorreu quando ele foi indagado pelo promotor de Justiça Edson Cardoso de Souza sobre como tomou conhecimento da morte da missionária.
Bida disse que estava em sua fazenda --o lote 55 da gleba Bacajá, que a freira defendia que fosse incorporado ao PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança-- quando o crime aconteceu.
Ele disse ainda que, no mesmo dia, também se encontrou Amair Feijoli da Cunha, o Tato, que trabalhava em sua fazenda e foi condenado pela acusação de ter atuado como intermediário da contratação dos pistoleiros. Em depoimentos anteriores, o fazendeiro sempre negou o encontro com Fogoió, Eduardo e Tato no dia do crime.
Com Agência Folha
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O procurador-chefe do Ministério Público Federal no Pará, Felício Pontes, disse hoje que espera que a condenação do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, encerre o ciclo de "impunidade" no Estado. Bida, acusado de mandar matar a irmã Dorothy Stang em 2005, foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri do Pará.
Andre Penner/AP |
Tribunal do Juri condena fazendeiro Vitalmiro Bastos, o Bida, a 30 anos de prisão |
Segundo ele, esses assassinatos aconteceram por conta da falta de condenações. "Por que tantas pessoas morreram? Porque havia a sensação de impunidade. Se mandava matar e ninguém era condenado."
Pontes afirmou ainda que Bida era um fazendeiro que estava destruindo a floresta da Amazônia. "Ele já havia realizado destruições em várias partes da Amazônia e tinha chegado a Anapu, quando se deparou com irmã Dorothy. Como ela era um empecilho, ele mandou matá-la."
O procurador-chefe do MPF disse ainda que espera que a decisão de hoje ajude a fortalecer os movimentos dos povos das florestas. "Eles vão poder continuar trabalhando para garantir a própria sobrevivência e da Amazônia."
Dorothy foi assassinada em 12 de fevereiro no Pará. Ela foi morta com seis tiros em um assentamento de sem-terra no município de Anapu, região rural do Pará. No local, ela participava de um movimento que reivindica reforma agrária na região.
Julgamento
O julgamento de Vitalmiro começou ontem e foi retomado hoje pela manhã com o debate entre acusação e defesa. O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, da 2ª Vara Penal de Belém, que preside o júri, suspendeu os trabalhos ontem, às 22h45, para o descanso noturno.
Ontem, no primeiro dia de julgamento, Bida negou por três vezes envolvimento no assassinato da missionária Dorothy Stang. No entanto, ele disse que viu a arma do crime na mão do pistoleiro Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, depois de ele ter disparado três vezes contra a freira.
A declaração de Bida a respeito da arma do crime ocorreu quando ele foi indagado pelo promotor de Justiça Edson Cardoso de Souza sobre como tomou conhecimento da morte da missionária.
Bida disse que estava em sua fazenda --o lote 55 da gleba Bacajá, que a freira defendia que fosse incorporado ao PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança-- quando o crime aconteceu.
Ele disse ainda que, no mesmo dia, também se encontrou Amair Feijoli da Cunha, o Tato, que trabalhava em sua fazenda e foi condenado pela acusação de ter atuado como intermediário da contratação dos pistoleiros. Em depoimentos anteriores, o fazendeiro sempre negou o encontro com Fogoió, Eduardo e Tato no dia do crime.
Com Agência Folha
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