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24/02/2005 - 12h38

Igrejas rejeitam casamento informal

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FABIO SCHIVARTCHE
FERNANDA CALGARO
da Folha de S.Paulo

Na festa milionária no castelo francês de Chantilly, o jogador de futebol Ronaldo e a modelo e apresentadora de TV Daniella Cicarelli conseguiram, mesmo sob polêmica, a bênção de um padre --importado do Brasil. Já anônimos em São Paulo com dificuldades semelhantes precisam percorrer uma via-crúcis para obter a graça divina.

A reportagem da Folha visitou nesta semana 13 igrejas católicas da capital paulista apresentando-se como interessada em agendar uma celebração nas mesmas condições do ilustre casal --com o processo de divórcio do noivo não-concluído.

Em 11 delas, os padres ou responsáveis pelo agendamento disseram que não seria possível, pois a condição civil do noivo impediria até mesmo a realização de uma bênção ao casal.

Apenas em duas delas a resposta foi diferente. Na paróquia São Januário, na Mooca (zona leste), o funcionário da secretaria responsável pelos agendamentos explicou que não exigia a comprovação do divórcio para realizar a cerimônia religiosa completa. Bastava pagar a taxa de R$ 400 e os serviços extras (de música e decoração) para marcar o casamento.

Já na igreja Nossa Senhora Salette, em Santana (zona norte), um dos padres afirmou que poderia fazer apenas uma bênção e sob rigorosas condições. O padre estaria de terno e não haveria foto, vídeo nem convidados para não confundir a bênção com uma cerimônia de casamento. Seria um evento simples.

Nas badaladas igrejas São José e Nossa Senhora do Brasil (ambas nos Jardins), onde um casamento em dia de semana custa R$ 750, a resposta foi taxativa: não.
"Sem divórcio não tem casamento. Nem bênção. Já tivemos de cancelar um casório dias antes porque a documentação não ficou pronta", diz Lázara Valentim, da paróquia São José.

O monsenhor Dario Bevilácqua, porta voz da Arquidiocese de São Paulo, afirmou estar contente ao saber que a grande maioria das igrejas respeitou a legislação canônica e rejeitou a possibilidade de realizar o casamento na hipótese de a documentação civil estar incompleta.

"Mas não acho ruim uma bênção simples, se ficar claro que não é um casamento", disse. "Se uma pessoa chega à igreja pedindo uma bênção, o padre não deve recusar, independentemente da motivação. Pode ser uma união matrimonial ou uma casa nova."

No caso de Ronaldo e Cicarelli, Bevilácqua acredita que o padre agiu corretamente. "Ele só deu uma bênção ao casal. Não fez nada de errado", afirmou.

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