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18/05/2006 - 16h09

Apesar de confrontos, polícia diz que situação voltou ao normal em SP

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da Folha Online

O delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), afirmou nesta quinta-feira que a situação se normalizou na cidade de São Paulo, depois da onda de violência iniciada no último dia 12. As ações foram promovidas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em resposta à decisão do governo de isolar líderes da facção.

Ainda assim, novas ações foram registradas entre a noite de ontem e a madrugada desta quinta. O delegado sugeriu que os últimos ônibus queimados não estão necessariamente ligados a ações do PCC.

"As ocorrências estão dentro do normal, do que acontece em uma cidade do porte de São Paulo. A polícia está em alerta, porque este deve ser seu estado normal, e começamos a correr atrás de informações que já havíamos mapeado sobre membros do PCC", afirmou Bittencourt.

Segundo ele, os policiais estão de vigília --por isso a suspensão de férias--, mas a população pode retomar sua rotina como antes dos ataques. Repetindo a postura do Estado, Bittencourt disse que não há necessidade de ajuda federal para conter a série de ataques.

"Agradecemos, mas não precisamos de ajuda de fora. A polícia está na rua e estamos colocando a casa em ordem", disse.

Bittencourt afirmou que, em anos anteriores, ações das autoridades "quebraram os dentes do PCC, deixando sua boca com um dente só". "Mas o PCC é um câncer e cresce à medida em que algum órgão permite", afirmou, sem especificar a quem se referia. "Nas ruas não foi, porque prendemos muitos deles [criminosos]. Temos de descobrir quem deu uma dentadura nova ao PCC", disse.

Ações

Ao contrário do que aconteceu nos últimos dias, até as 15h30 desta quinta-feira as autoridades não haviam divulgado um balanço com o número de suspeitos e policiais mortos nas últimas ações.

Em entrevista nesta quinta, Bittencourt divulgou a morte de um suposto criminoso e a prisão de outros dois. Segundo o delegado, todos estão ligados ao PCC.

Júnior Francisco da Silva, 31, morreu na noite de ontem na região de Itapevi, onde morava. Segundo a polícia, ele trocou tiros e morreu na entrada de uma favela, durante uma ação que contava com dois delegados e 16 policiais.

Em sua casa, os policiais encontraram três pistolas, duas submetralhadoras, dois revólveres, 21 tijolos de cocaína, dois tijolos de maconha e cerca de 5 kg de crack. Estes itens estavam dentro de um tambor, escondido em uma espécie de poço no quintal da casa do suspeito --segundo os policiais, havia três destes buracos cavados no chão, de 2m x 2m x 1,8 m (altura), que serviam também como cativeiro.

Já Eduardo Aparecido Vasconcelos, 27, foi preso ontem à tarde na região de Santana (zona norte de SP). Segundo policiais, ele confessou ter participado do ataque ao quartel do Corpo de Bombeiros no centro da cidade, no início da onda de violência, que terminou com a morte de um bombeiro. Vasconcelos, que disse "ter obedecido ordens", foi preso em flagrante com 80 gramas de cocaína.

A segunda prisão foi realizada na manhã desta quinta-feira em Pinheiros (zona oeste). Kleber Eriberto Paula Monteiro, 29, é acusado de coordenar a logística das armas do PCC --ele distribuiria, recolheria e esconderia as armas nos momentos adequados.

Ataques

Desde o início das ações, foram ao menos 251 ataques. Cerca de cem suspeitos foram mortos em supostos confrontos com a polícia.

Conforme balanço divulgado ontem pela Secretaria da Segurança, em seis dias, as ações contra as forças de segurança causaram outras 44 mortes --23 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária, e quatro civis --entre eles a namorada de um policial. Os motins mataram ainda nove detentos de penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória).

Se somadas aos cerca de cem suspeitos mortos e aos presos mortos em rebeliões no Estado --ao menos nove--, as mortes ocorridas desde o início da série de ataques chegam a 160.

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