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18/05/2006 - 19h52

Suspeitos mortos pela polícia em onda de ataques em SP somam 107

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da Folha Online

O número de pessoas suspeitas de envolvimento na onda de violência que atinge diversos pontos do Estado de São Paulo desde a sexta-feira passada (12) mortas durante supostos confrontos com a polícia chegou a 107 nesta quinta-feira, segundo balanço da Secretaria da Segurança Pública.

Novas ações criminosas foram registradas entre a noite de quarta-feira (17) e a madrugada desta quinta, em diferentes pontos do Estado.

Liderado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), criminosos têm promovido uma série de ataques --principalmente contra forças de segurança do Estado. Entre sexta e segunda-feira (15), houve ainda uma onda de rebeliões que atingiu mais de 80 unidades prisionais paulistas.

Nos ataques foram mortas 45 pessoas: 23 policiais militares, sete policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária e quatro civis --sendo uma namorada de um policial--, além de parte dos 107 suspeitos mortos em supostos confrontos.

Somadas às mortes de nove detentos de penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) ocorridas durante os motins, o total de pessoas mortas em decorrência da onda de crimes sobe para 161.

Outros nove presos também teriam morrido em motins, o que elevaria o número para 170.

Números

Nos últimos sete dias, criminosos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) promoveram 293 ataques contra forças de segurança do Estado. Destes, 56 foram cometidos contra casas de policiais. No mesmo período, 146 armas foram apreendidas.

Desde o último domingo (14), ao menos 82 ônibus foram incendiados em todo o Estado.

Somente na noite de quarta, ônibus foram queimados nas zonas norte e sul de São Paulo, em Mauá (Grande São Paulo) e em Guaratinguetá (176 km a nordeste de São Paulo). Na capital, os incêndios têm ameaçado o transporte público. Com medo dos ataques, as empresas têm tirado suas frotas de circulação horas antes do previsto.

Medo

Uma nova onda de boatos sobre ameaças do crime organizado circulou por São Paulo e, na noite de ontem, alunos foram dispensados das aulas, estabelecimentos perderam clientes e até o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, teve a segurança reforçada.

O aeroporto de Cumbica, segundo a Polícia Militar, teve a segurança reforçada ontem após o serviço de inteligência da polícia divulgar que novas ondas de ataque estavam programadas para ontem. De acordo com o órgão, a polícia da Aeronáutica atuou no local. Procurada pela Folha, a Infraero confirmou que as polícias Civil, Militar e Federal atuaram.

Nesta quinta, policiais militares encontraram explosivos em um carro que circulava na marginal Tietê, perto da ponte Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo). A polícia afirma que os dois ocupantes do veículo reagiram e atiraram. No revide, um deles foi ferido. O outro conseguiu fugir.

Ataques

Na noite de ontem, um grupo formado por cerca de dez homens disparou vários tiros contra a 1ª Cia do 42º Batalhão de Osasco (Grande São Paulo), no Jardim Princesa. Os policiais revidaram e um dos criminosos morreu.

Por volta da 0h, também em Osasco, homens armados dispararam tiros contra o IC (Instituto de Criminalística) da cidade. Segundo a polícia, os tiros não acertaram o prédio e não houve feridos, mas foi encontrado um cartucho de pistola 380 na rua.

Cerca de uma hora depois, dois homens morreram em confronto com a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) na avenida Estados Unidos, na mesma cidade.

Em Guarulhos (Grande São Paulo), ao menos oito mortes foram registradas em ocorrências diferentes. Ainda não há confirmação sobre o possível envolvimento dos mortos com a onda de violência. Em um dos casos, o confronto envolveu policiais da Rota e homens armados em uma picape Saveiro, por volta das 2h50, no bairro Jardim Palmira. Um dos supostos criminosos morreu.

Em Cotia (região metropolitana), uma operação policial terminou com ao menos um criminoso morto, no final da noite de ontem. Segundo a Polícia Militar, armas foram apreendidas com os criminosos --entre elas um revólver, uma submetralhadora.

Em Valinhos (85 km a noroeste de São Paulo), dois homens suspeitos de tentar atacar a delegacia da cidade ficaram feridos com a explosão de uma bomba caseira, antes do previsto.

Reação

Os ataques e rebeliões são uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. No último dia 11, 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação do crime.

O governo confirma que houve uma "conversa" com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, mas nega qualquer acordo para encerrar os ataques.

Na quarta (17), a CPI do Tráfico de Armas informou que o depoimento secreto dos delegados da Polícia Civil de São Paulo Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), foi vendido a dois advogados do PCC por um funcionário terceirizado da Câmara, por R$ 200.

Por meio dos advogados, os CDs teriam chegado a Marcola, e detonado a série de ataques e rebeliões.

Colaboraram a Agência Folha e a Folha de S.Paulo

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