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19/05/2006 - 01h17

PMs querem responsabilizar secretários por omissão nos ataques do PCC

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FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online

A Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo entrou com representação pedindo a responsabilização criminal do secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e do secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, por não terem avisado a polícia sobre o risco de atentados do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Na representação, enviada ao Ministério Público do Estado de São Paulo nesta quinta-feira (18), a Associação acusa os secretários de não alertarem os policiais sobre o risco de atentados que eles passaram a correr depois que o governo paulista transferiu 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo).
LCMurauskas/Folha Imagem
Secretário Nagashi Furukawa
Secretário Nagashi Furukawa


Segundo o cabo Wilson de Oliveira Morais, presidente da Associação, o governo sabia que os ataques aconteceriam, mas não se preocupou em informar os policiais sobre o perigo. O alerta geral para todas as forças de segurança, segundo Morais, só foi enviado na madrugada de sábado (13), horas depois das primeiras mortes de policiais militares.

"Não se pode dizer, muito menos acreditar, muito embora isto esteja em moda, que os ora requeridos nada sabiam, nem imaginavam, que a transferência de Marcola e outros quase 800 presos ligados ao PCC, a contragosto deles, para a Penitenciária de Presidente Venceslau, fosse eclodir --como de fato eclodiu-- essa terrível onda de violência", afirma o texto da representação.

Em entrevista nesta quinta-feira ao SPTV, da Globo, Saulo de Castro disse que a Segurança avisou as forças de segurança sobre os riscos de atentados e culpou os próprios policiais por não darem crédito ao alerta. "Às vezes o policial, por mais que você diga, se acha mais potente do que é", disse.

Ataques

Liderado pelo PCC, criminosos têm promovido uma série de ataques --principalmente contra forças de segurança do Estado. Entre sexta e segunda-feira (15), houve ainda uma onda de rebeliões que atingiu mais de 80 unidades prisionais paulistas.

Nos ataques foram mortas 45 pessoas: 23 policiais militares, sete policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária e quatro civis --sendo uma namorada de um policial--, além de parte dos 107 suspeitos mortos em supostos confrontos.

Somadas às mortes de nove detentos de penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) ocorridas durante os motins, o total de pessoas mortas em decorrência da onda de crimes sobe para 161.Outros nove presos também teriam morrido em motins, o que elevaria o número para 170.

Entre os suspeitos de ligação com os atentados mortos pela PM, o número chegou a 107 nesta quinta-feira, segundo balanço da Secretaria da Segurança Pública.

Colaborou GABRIELA MANZINI da Folha Online

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