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19/05/2006 - 08h38

Uma semana após início de ataques, SP começa a voltar à normalidade

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da Folha Online

Uma semana após o início da onda de violência promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), São Paulo começa a voltar ao normal.

Por volta das 2h30 desta sexta, homens atiraram contra a sede da Guarda Municipal em São Roque. De acordo com a Polícia Militar, duas ocorrências de resistência foram registradas --uma em São Paulo e outra em Ribeirão Preto. Porém, não há confirmação se alguma das três ocorrências tem envolvimento com a facção criminosa. Inicialmente, a polícia afirmado que não havia registrado confrontos ou ataques.

Apesar da redução da violência, a polícia continua mobilizada e deve manter blitze nas ruas, na tentativa de localizar criminosos, armas e drogas.

A último caso supostamente ligado aos ataques foi registrado na noite de quinta (18), em Ermelino Matarazzo (zona leste de São Paulo). Por volta das 22h30, guardas civis metropolitanos detiveram um adolescente com um garrafa cheia de gasolina. Segundo os guardas, o garoto teria dito que usaria o combustível para incendiar um ônibus.

Números

Desde o início da série de ataques --a maior contra as forças de segurança já ocorrida no Estado--, 107 suspeitos foram mortos pela polícia.

Outras 45 pessoas morreram: 23 policiais militares, sete policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária e quatro civis --sendo uma namorada de um policial.

Somadas às mortes de nove detentos de penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) ocorridas durante os motins, o total de pessoas mortas em decorrência da onda de crimes sobe para 161. Outros nove presos também teriam morrido em motins, o que elevaria o número para 170.

Segundo balanço divulgado na quinta-feira pela Secretaria da Segurança, desde o dia 12 foram registrados 293 ataques no Estado --82 a ônibus, 56 a residências de policiais, 17 a bancos e caixas eletrônicos, um à garagem de ônibus, um à estação de metrô, um à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), além de outras 135 "agressões diversas".

Crimes

A onda de violência começou com ataques a policiais, guardas municipais e agentes penitenciários. Como parte do movimento, presos promoveram uma onda de rebeliões que atingiu 80 unidades prisionais paulistas --na segunda-feira (15), todas as rebeliões haviam terminado.

Criminosos também incendiaram ônibus em diferentes cidades. Foram cerca de 60 apenas em São Paulo.

A sensação de insegurança se espalhou e, nesta semana, muitas escolas e universidades dispensaram os alunos, especialmente no período noturno.

O aeroporto de Cumbica, segundo a Polícia Militar, teve a segurança reforçada na quarta-feira (17), após o serviço de inteligência da polícia divulgar que novas ondas de ataque estavam programadas. De acordo com o órgão, a polícia da Aeronáutica atuou no local. Procurada pela Folha, a Infraero confirmou que as polícias Civil, Militar e Federal atuaram.

Reação

Os ataques e rebeliões são uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. No último dia 11, 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação do crime.

O governo confirma que houve uma "conversa" com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, mas nega qualquer acordo para encerrar os ataques.

Na última quarta, a CPI do Tráfico de Armas informou que o depoimento secreto dos delegados da Polícia Civil de São Paulo Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), foi vendido a dois advogados do PCC por um funcionário terceirizado da Câmara, por R$ 200.

Por meio dos advogados, os CDs teriam chegado a Marcola, e detonado a série de ataques e rebeliões.

Com Agência Folha

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