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09/07/2006
-
09h16
FERNANDA BASSETTE
da Folha de S.Paulo
Na tarde de anteontem, mesmo dia em que foi assassinado o quinto agente penitenciário em nova ação atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), um diretor técnico da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo enviou um e-mail aos diretores das unidades prisionais do Estado fazendo um alerta sobre novas ameaças de atentados.
O alerta, assinado pelo diretor técnico da SAP Edmilson Jensen Leandro e ao qual a Folha teve acesso, diz que um grampo telefônico interceptado no CDP Belém 2 informava que haveria um "salve" (uma ordem) para que, a partir daquele dia, fossem executados todo e qualquer agente.
No documento, Leandro informa que o "grampo" será investigado pela polícia e faz uma ressalva: "Ainda não tendo a veracidade desta informação, mesmo assim repasso para conhecimento de todos devido às circunstâncias". Desde o dia 28, cinco agentes foram mortos.
Hugo Berni Neto, coordenador das unidades prisionais da região central do Estado --que inclui penitenciárias como a de Itirapina-- reencaminhou o e-mail para os diretores pedindo que a mensagem sobre a ameaça de novos ataques não fosse repassada para os agentes porque ainda não havia a confirmação de sua veracidade. Ele não foi localizado pela Folha.
João Rinaldo Machado, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado, discorda dele.
"A secretaria tem a obrigação de nos passar os alertas, mesmo que a informação não esteja confirmada. É melhor deixar os agentes atentos do que esperar que novos ataques aconteçam para que façam alguma coisa. Eles [agentes] precisam se proteger, estão sendo mortos na porta de casa", disse.
A SAP não confirmou ter havido o envio desse alerta.
Vigia atacado
Na madrugada de ontem, Francisco de Assis Tavares, 42, foi morto com um tiro na cabeça na porta do prédio da Justiça Federal, onde trabalhava como vigilante, na avenida Paulista. Ele era funcionário da empresa que faz a segurança do edifício.
Dois pacotes com jornais antigos foram achados no local. Havia a suspeita de que os criminosos fingiram ser entregadores para atrair Tavares.
A Secretaria da Segurança Pública disse que, apesar de não haver indícios de ligação do crime com ações do PCC, a hipótese não era descartada. Os ataques da facção criminosa, até então, não estavam voltados para alvos federais.
Às 11h de ontem, três homens foram detidos em um ponto de ônibus em frente ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona oeste. Policiais suspeitavam que eles, que carregavam oito celulares, estivessem vigiando agentes. Levados à delegacia, foram liberados à tarde.
O enterro do agente penitenciário Paulo Gilberto de Araújo, 54, assassinado anteontem, foi marcado por um clima de temor e incertezas por parte dos colegas, em meio a lágrimas e silêncio dos familiares. Cerca de cem pessoas compareceram à cerimônia ontem de manhã. No enterro, 15 homens armados fizeram a escolta.
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Estado alerta sobre novos ataques a agente
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da Folha de S.Paulo
Na tarde de anteontem, mesmo dia em que foi assassinado o quinto agente penitenciário em nova ação atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), um diretor técnico da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo enviou um e-mail aos diretores das unidades prisionais do Estado fazendo um alerta sobre novas ameaças de atentados.
O alerta, assinado pelo diretor técnico da SAP Edmilson Jensen Leandro e ao qual a Folha teve acesso, diz que um grampo telefônico interceptado no CDP Belém 2 informava que haveria um "salve" (uma ordem) para que, a partir daquele dia, fossem executados todo e qualquer agente.
No documento, Leandro informa que o "grampo" será investigado pela polícia e faz uma ressalva: "Ainda não tendo a veracidade desta informação, mesmo assim repasso para conhecimento de todos devido às circunstâncias". Desde o dia 28, cinco agentes foram mortos.
Hugo Berni Neto, coordenador das unidades prisionais da região central do Estado --que inclui penitenciárias como a de Itirapina-- reencaminhou o e-mail para os diretores pedindo que a mensagem sobre a ameaça de novos ataques não fosse repassada para os agentes porque ainda não havia a confirmação de sua veracidade. Ele não foi localizado pela Folha.
João Rinaldo Machado, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado, discorda dele.
"A secretaria tem a obrigação de nos passar os alertas, mesmo que a informação não esteja confirmada. É melhor deixar os agentes atentos do que esperar que novos ataques aconteçam para que façam alguma coisa. Eles [agentes] precisam se proteger, estão sendo mortos na porta de casa", disse.
A SAP não confirmou ter havido o envio desse alerta.
Vigia atacado
Na madrugada de ontem, Francisco de Assis Tavares, 42, foi morto com um tiro na cabeça na porta do prédio da Justiça Federal, onde trabalhava como vigilante, na avenida Paulista. Ele era funcionário da empresa que faz a segurança do edifício.
Dois pacotes com jornais antigos foram achados no local. Havia a suspeita de que os criminosos fingiram ser entregadores para atrair Tavares.
A Secretaria da Segurança Pública disse que, apesar de não haver indícios de ligação do crime com ações do PCC, a hipótese não era descartada. Os ataques da facção criminosa, até então, não estavam voltados para alvos federais.
Às 11h de ontem, três homens foram detidos em um ponto de ônibus em frente ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona oeste. Policiais suspeitavam que eles, que carregavam oito celulares, estivessem vigiando agentes. Levados à delegacia, foram liberados à tarde.
O enterro do agente penitenciário Paulo Gilberto de Araújo, 54, assassinado anteontem, foi marcado por um clima de temor e incertezas por parte dos colegas, em meio a lágrimas e silêncio dos familiares. Cerca de cem pessoas compareceram à cerimônia ontem de manhã. No enterro, 15 homens armados fizeram a escolta.
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