Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/07/2006 - 20h00

Crime organizado promove 71 ataques em SP e mata ao menos cinco

Publicidade

da Folha Online

A nova onda de violência atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital) voltou a assustar moradores de São Paulo. Das 22h de terça-feira (11) até o início da noite desta quarta, a Secretaria da Segurança Pública contabilizava 71 ataques a forças de segurança ou órgãos públicos e privados, em diferentes pontos do Estado. Até as 19h30, o governo estadual confirmava a morte de cinco pessoas nas ações.

As vítimas são um policial militar e sua irmã --baleados na região da Vila Nova Cachoeirinha (zona norte de São Paulo)-- e três vigilantes, assassinados no Guarujá (litoral).

O número de mortos, porém, pode aumentar. Na noite de terça, o filho de um investigador da Polícia Civil foi baleado em São Vicente (litoral) e morreu no hospital. Ainda não há confirmação se o crime está relacionado aos ataques.
Moacyr Lopes Jr/Folha Imagem
Tiros disparados durante nova onda de ataques quebram vidro de mercado em SP
Tiros disparados durante nova onda de ataques quebram vidro de mercado em SP


Na tarde desta quarta, um agente penitenciário morreu depois de ser atacado a tiros em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo). O crime não entrou nas estatísticas da secretaria.

Presos

Cinco suspeitos de envolvimento com os ataques foram presos. De acordo com o governo estadual, todos têm ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Um deles, Emivaldo Silva Santos, 30, o BH, é apontado como o "general" do facção na região do ABC e foi preso horas antes do início dos ataques, na rodovia Imigrantes, em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar.

Em outra ação, quatro homens que possivelmente promoveriam um ataque também foram presos após denúncia de um agente penitenciário.

Um adolescente suspeito de participar dos ataques a ônibus também foi detido.

Ataques

Um possível plano de transferência de presos para a penitenciária federal de Catanduvas (PR) teria sido o motivo da nova onda de ataques --a maior desde as ações de maio.

O secretário da Segurança do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, atribuiu a movimentação dos presos à divulgação das possíveis transferências. Reportagem publicada pela Folha nesta quarta mostra que o governo estadual pretendia fazer as transferências nos próximos dias.

O secretário da Segurança negou a existência da lista e disse que, por meio de escutas, foi constatado que os presos ficaram apreensivos com a possível transferência. Já o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, admitiu que, em conversa com o governo federal, pediu 40 vagas na unidade, mas que ainda não obteve resposta.

Alvos

Ao contrário da ação promovida em maio e também atribuída à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), os ataques desta quarta atingiram também dois supermercados, lojas de carros e agências bancárias. Ônibus foram incendiados.

Em algumas ataques foram usados coquetéis molotov e em outros, disparados tiros. As ações ocorreram, além de São Paulo, em municípios como Santos, Guarujá, Praia Grande, Santa Isabel, Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Osasco, Guarulhos, Mauá, Taubaté, Embu, Taboão da Serra e Pindamonhangaba.

Conforme o último balanço divulgado pelo governo estadual ocorreram, ao todo, 11 ataques contra bancos, seis contra revendedoras de veículos, dois supermercados, uma loja, um sindicato e três casas de policias militares. Trinta ônibus foram atacados em diferentes pontos do Estado.

Apesar de divulgar os números, o governo estadual não informou todos os locais onde ocorreram os ataques. O motivo seria não aumentar a sensação de insegurança, de acordo com o comandante da PM, Eliseu Eclair Teixeira.

Mortes

Na zona norte de São Paulo, homens armados balearam o soldado Odair José Lorenzi, 29, na frente de sua casa, na região da favela do Boi Malhado, na Vila Nova Cachoeirinha, por volta da 0h10. A irmã do policial, Rita de Cássia Lorenzi, 39, saiu à janela após ouvir os disparos e também foi baleada. Ambos morreram.

No Guarujá (litoral), três vigilantes foram mortos desde a noite de ontem. Um deles trabalhava no IML (Instituto Médico Legal), localizado no bairro de Morrinhos. Ele foi baleado ao atender a porta para os criminosos, que fugiram em bicicletas.

Meia hora depois, um grupo de homens pulou o muro de um centro comunitário do mesmo bairro e matou outro vigilante a tiros. As duas vítimas trabalhavam para a empresa de segurança GP.

Por volta das 5h, um grupo matou com um tiro no rosto o vigia da linha férrea, localizado na avenida Thiago Ferreira.

Maio

Na maior série de atentados promovida pelo PCC, entre 12 e 19 de maio, o PCC promoveu uma onda de rebeliões que atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista e realizou 299 ataques, incluindo incêndios a ônibus.

Na ocasião, a onda de violência seria uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa em prisões.

A partir de 28 de junho, os atentados passaram a atingir também agentes penitenciários. Desde então, cinco agentes penitenciários e um carcereiro foram mortos. Outros dois agentes sofreram tentativas de homicídio. Ontem, o filho de um agente foi morto na zona sul de São Paulo.

Colaboraram LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e TATIANA FÁVARO, da Folha Online

Leia mais
  • Ministro e governador de São Paulo discutirão combate ao PCC
  • Falta de inteligência da polícia estimula o crime, diz especialista
  • Ataques criminosos atingem 53 alvos e causam 5 mortes em SP

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o PCC
  • Leia a cobertura completa sobre os ataques do PCC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página