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09/08/2006 - 09h14

Resistência ao Exército convém a Lula

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A resistência do governo de Cláudio Lembo (PFL) em aceitar a presença do Exército em São Paulo é conveniente ao projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula não gostaria de enviar as Forças Armadas ao Estado em plena campanha eleitoral. Só o fará numa situação extrema, na qual não tenha como recuar da oferta feita desde maio, quando começaram os ataques do PCC.

Lula e seus principais auxiliares se preocupam com a eficácia do Exército no combate à facção --cujo método mistura táticas de guerrilha e de terror. O Planalto teme os efeitos imprevisíveis de uma ação assim no auge da campanha eleitoral.

A cúpula das Forças Armadas resiste a esse tipo de operação, apesar de estar disposta a cumprir as ordens de Lula. Por último, o Planalto e os militares não aceitariam que as Forças Armadas ficassem sob comando do secretário da Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho. Ainda que a lei determine que o comando seja do governo federal, poderia haver espaço para uma disputa política em torno do tema.

Ou seja, há uma série de razões de curto prazo que, na avaliação da cúpula do governo federal, inviabilizariam a utilização do Exército na crise. Lula considera que, terminadas as eleições, haveria, sim, um cenário mais favorável à eventual ação militar.

Além da cúpula das Forças Armadas, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tem posição cautelosa sobre o uso do Exército --sobretudo em período eleitoral.

Para ele, antes de mandar o Exército, o mais conveniente seria o envio de um contingente da FNS (Força Nacional de Segurança). No caso de decisão de envio das Forças Armadas, a Folha apurou que o governo federal colocaria a entrada da FNS como condição prévia a uma ação militar.

Mais: o comando da segurança pública teria de ser repartido entre as autoridades federais e as estaduais. E caberia às Forças Armadas a palavra final em relação às ações.

Saulo é fortemente criticado pelos auxiliares de Lula, que atribuem parte do fortalecimento do PCC nos últimos anos (governo do tucano Geraldo Alckmin, candidato a presidente) a uma suposta truculência da política de segurança pública. O secretário rebate dizendo que Lula destinou poucos recursos aos Estados para o combate à violência.

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