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12/09/2006
-
13h15
TATIANA FÁVARO
da Folha Online
O tiro que causou a morte do deputado estadual de São Paulo e coronel da reserva da PM Ubiratan Guimarães (PTB), 63, partiu de uma arma calibre 38, o que reforça a possibilidade de que ele tenha sido baleado com uma de suas próprias armas. A informação foi dada nesta terça-feira por um perito que trabalha no caso e preferiu não se identificar.
Das sete armas pertencentes ao coronel, uma delas --um revólver calibre 38-- desapareceu do apartamento da vítima após o crime.
O perito disse, ainda, que Ubiratan recebeu cinco telefonemas entre sábado e o último domingo, quando foi encontrado o corpo. Na secretária eletrônica foram encontrados três recados --de um filho, de um irmão e um outro não-identificado, conforme o perito.
Policiais do DHPP retomaram os depoimentos sobre o assassinato. A namorada do coronel, a advogada Carla Ceppolina, 40, chegou por volta das 11h desta terça ao departamento para ser ouvida.
Ontem, ela prestou depoimento informal. Segundo a polícia, Carla negou a autoria do crime e disse ter discutido com o namorado no sábado. O motivo seria o telefonema de outra mulher, recebido pelo coronel. A advogada foi a última pessoa vista com Ubiratan.
Morte
Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em outubro de 1992, Ubiratan foi morto com um tiro no abdômen, em seu apartamento, nos Jardins --área nobre da zona oeste da cidade.
O corpo foi encontrado na noite de domingo pelo chefe de gabinete, Eduardo Anastasi, e um assessor do deputado. Ele estava caído na sala, apenas com uma toalha enrolada na cintura.
A principal suspeita é a de crime passional. Por isso, as últimas relações amorosas do coronel deverão ser investigadas.
Conforme a polícia, o disparo foi feito a mais de um metro de distância. É possível que Ubiratan estivesse sentado e tenha sido baleado ao levantar.
Investigação
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), descartou o possível envolvimento do crime organizado no assassinato. Já o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP, afirma que nenhuma hipótese pode ser descartada.
Alguns detalhes da cena do crime reforçam a suspeita de motivação passional, de acordo com a polícia. Não havia sinais de luta no apartamento e a porta da área de serviço estava aberta. Além disso, o coronel foi atingido por um único tiro --o que, para peritos, enfraquece a tese de eliminação ou vingança. Neste caso, o criminoso dispararia mais de um tiro, e em uma região mais mortal --como a cabeça.
Carandiru
O coronel nunca foi preso pela operação que resultou no massacre do Carandiru.
Em 2001, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pelas mortes de 102 dos 111 presos e por cinco tentativas de homicídio, num julgamento em primeira instância.
Réu primário, ele recorreu da sentença em liberdade. Em fevereiro último, os desembargadores do TJ (Tribunal de Justiça) inocentaram Ubiratan, o que gerou protestos de entidades de direitos humanos e repercutiu negativamente no exterior. Dias depois, o mesmo Órgão Especial do TJ modificou o resumo do acórdão que absolveu o coronel. A mudança estabeleceu que os desembargadores não "declararam absolvido o réu", mas apenas "reconheceram" que ele tinha sido absolvido pelo Tribunal de Júri.
A Casa de Detenção foi desativada em setembro de 2002. Em dezembro do mesmo ano, três pavilhões foram implodidos, inclusive o 9, onde ocorreram as mortes.
Colaborou LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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Perito diz que coronel Ubiratan foi morto com arma calibre 38
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da Folha Online
O tiro que causou a morte do deputado estadual de São Paulo e coronel da reserva da PM Ubiratan Guimarães (PTB), 63, partiu de uma arma calibre 38, o que reforça a possibilidade de que ele tenha sido baleado com uma de suas próprias armas. A informação foi dada nesta terça-feira por um perito que trabalha no caso e preferiu não se identificar.
Das sete armas pertencentes ao coronel, uma delas --um revólver calibre 38-- desapareceu do apartamento da vítima após o crime.
O perito disse, ainda, que Ubiratan recebeu cinco telefonemas entre sábado e o último domingo, quando foi encontrado o corpo. Na secretária eletrônica foram encontrados três recados --de um filho, de um irmão e um outro não-identificado, conforme o perito.
Folha Imagem |
Coronel Ubiratan Guimarães, assassinado com um tiro em casa, em São Paulo |
Policiais do DHPP retomaram os depoimentos sobre o assassinato. A namorada do coronel, a advogada Carla Ceppolina, 40, chegou por volta das 11h desta terça ao departamento para ser ouvida.
Ontem, ela prestou depoimento informal. Segundo a polícia, Carla negou a autoria do crime e disse ter discutido com o namorado no sábado. O motivo seria o telefonema de outra mulher, recebido pelo coronel. A advogada foi a última pessoa vista com Ubiratan.
Morte
Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em outubro de 1992, Ubiratan foi morto com um tiro no abdômen, em seu apartamento, nos Jardins --área nobre da zona oeste da cidade.
O corpo foi encontrado na noite de domingo pelo chefe de gabinete, Eduardo Anastasi, e um assessor do deputado. Ele estava caído na sala, apenas com uma toalha enrolada na cintura.
A principal suspeita é a de crime passional. Por isso, as últimas relações amorosas do coronel deverão ser investigadas.
Conforme a polícia, o disparo foi feito a mais de um metro de distância. É possível que Ubiratan estivesse sentado e tenha sido baleado ao levantar.
Investigação
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), descartou o possível envolvimento do crime organizado no assassinato. Já o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP, afirma que nenhuma hipótese pode ser descartada.
Alguns detalhes da cena do crime reforçam a suspeita de motivação passional, de acordo com a polícia. Não havia sinais de luta no apartamento e a porta da área de serviço estava aberta. Além disso, o coronel foi atingido por um único tiro --o que, para peritos, enfraquece a tese de eliminação ou vingança. Neste caso, o criminoso dispararia mais de um tiro, e em uma região mais mortal --como a cabeça.
Carandiru
O coronel nunca foi preso pela operação que resultou no massacre do Carandiru.
Em 2001, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pelas mortes de 102 dos 111 presos e por cinco tentativas de homicídio, num julgamento em primeira instância.
Réu primário, ele recorreu da sentença em liberdade. Em fevereiro último, os desembargadores do TJ (Tribunal de Justiça) inocentaram Ubiratan, o que gerou protestos de entidades de direitos humanos e repercutiu negativamente no exterior. Dias depois, o mesmo Órgão Especial do TJ modificou o resumo do acórdão que absolveu o coronel. A mudança estabeleceu que os desembargadores não "declararam absolvido o réu", mas apenas "reconheceram" que ele tinha sido absolvido pelo Tribunal de Júri.
A Casa de Detenção foi desativada em setembro de 2002. Em dezembro do mesmo ano, três pavilhões foram implodidos, inclusive o 9, onde ocorreram as mortes.
Colaborou LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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