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08/12/2006
-
06h03
CAROLINA FARIAS
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
Quando foi inaugurada, em 8 de dezembro de 1891, a isolada avenida Paulista pretendia servir de passarela e de mirante à endinheirada burguesia industrial paulistana.
Conforme o projeto do uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, que dá nome a uma rua da região, a luxuosa faixa central --destinada às carruagens-- era feita de pedregulho branco e separada por filas de árvores. Pelas outras duas pistas, rodeadas de terrenos vazios, circulavam pedestres e bondes puxados a burro.
Nos anos seguintes, a Paulista passaria a abrigar industriais e comerciantes rurais --na maioria árabes, turcos ou libaneses--, enquanto a elite cafeeira se concentrava em Campos Elíseos, no centro velho, segundo o professor de história da arquitetura da USP Benedito Lima de Toledo, 72, autor do "Álbum Iconográfico da Avenida Paulista".
Condes e barões também moravam na avenida. Os primeiros eram industriais italianos. Entre eles, o mais famoso foi Francisco Matarazzo, oriundo daquela que foi a família mais rica do país. O casarão dos Matarazzo, na esquina com a rua Pamplona, foi, anos depois, substituído por um estacionamento. Do prédio original, atualmente, resta apenas o pórtico da entrada.
Já os barões eram os únicos ligados ao meio rural. Eles integravam famílias tradicionais paulistanas que enriqueciam com o café.
Paisagem
Mesmo com o surgimento dos primeiros imóveis, a avenida chamava atenção por sua paisagem natural. Dela era possível apreciar, à esquerda, o rio Pinheiros; à direita, o centro histórico da cidade e a serra da Cantareira, além das colinas do Pacaembu. Do recém-inaugurado parque da Avenida, dava para ver o Vale do Saracura.
Com o passar dos anos, o horizonte ficou restrito à calçada oposta. O parque foi informalmente rebatizado Trianon, por influência da fama de uma confeitaria da região; e o vale foi dilacerado pela avenida Nove de Julho. Atualmente, o único ponto de observação onde os arranha-céus se descortinam é o vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo).
Sustentado por quatro pilares, o prédio do Masp foi projetado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi em cumprimento a uma exigência da prefeitura, que havia imposto a preservação do mirante para a Cantareira como condição para doar o terreno.
Fontes: Associação Paulista Viva, "Álbum Iconográfico da Avenida Paulista", Andanças Viagens e Turismo, FAU-USP e Masp
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GABRIELA MANZINI
da Folha Online
Quando foi inaugurada, em 8 de dezembro de 1891, a isolada avenida Paulista pretendia servir de passarela e de mirante à endinheirada burguesia industrial paulistana.
Conforme o projeto do uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, que dá nome a uma rua da região, a luxuosa faixa central --destinada às carruagens-- era feita de pedregulho branco e separada por filas de árvores. Pelas outras duas pistas, rodeadas de terrenos vazios, circulavam pedestres e bondes puxados a burro.
Nos anos seguintes, a Paulista passaria a abrigar industriais e comerciantes rurais --na maioria árabes, turcos ou libaneses--, enquanto a elite cafeeira se concentrava em Campos Elíseos, no centro velho, segundo o professor de história da arquitetura da USP Benedito Lima de Toledo, 72, autor do "Álbum Iconográfico da Avenida Paulista".
Condes e barões também moravam na avenida. Os primeiros eram industriais italianos. Entre eles, o mais famoso foi Francisco Matarazzo, oriundo daquela que foi a família mais rica do país. O casarão dos Matarazzo, na esquina com a rua Pamplona, foi, anos depois, substituído por um estacionamento. Do prédio original, atualmente, resta apenas o pórtico da entrada.
Já os barões eram os únicos ligados ao meio rural. Eles integravam famílias tradicionais paulistanas que enriqueciam com o café.
Paisagem
Mesmo com o surgimento dos primeiros imóveis, a avenida chamava atenção por sua paisagem natural. Dela era possível apreciar, à esquerda, o rio Pinheiros; à direita, o centro histórico da cidade e a serra da Cantareira, além das colinas do Pacaembu. Do recém-inaugurado parque da Avenida, dava para ver o Vale do Saracura.
Com o passar dos anos, o horizonte ficou restrito à calçada oposta. O parque foi informalmente rebatizado Trianon, por influência da fama de uma confeitaria da região; e o vale foi dilacerado pela avenida Nove de Julho. Atualmente, o único ponto de observação onde os arranha-céus se descortinam é o vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo).
Sustentado por quatro pilares, o prédio do Masp foi projetado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi em cumprimento a uma exigência da prefeitura, que havia imposto a preservação do mirante para a Cantareira como condição para doar o terreno.
Fontes: Associação Paulista Viva, "Álbum Iconográfico da Avenida Paulista", Andanças Viagens e Turismo, FAU-USP e Masp
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