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14/01/2007
-
23h48
da Folha Online
O trabalho de resgate às vítimas do desabamento no canteiro da futura estação Pinheiros do metrô (zona oeste de São Paulo) será mantida durante toda a madrugada desta segunda-feira. Mesmo após os bombeiros suspenderem as buscas por meio de um túnel da obra, retroescavadeiras ainda removem a terra da superfície. Dois cães farejadores auxiliam os trabalhos.
A cratera deixada pelo desabamento, ocorrido na última sexta-feira (12), engoliu veículos, entre eles uma lotação. A van foi localizada visualmente neste domingo, mas as equipes de resgate não conseguiram chegar até ela. O governador José Serra (PSDB) considera "pouco provável" que as vítimas sejam encontradas com vida.
Serra visitou o túnel que era usado pelas equipes e viu imagens registradas pelas equipes de resgate. Ele afirmou que os bombeiros estiveram perto da van e chegaram a ligar o veículo a um cabo, mas dois novos deslizamentos de terra interromperam os trabalhos.
"Tem um microônibus, mas houve dois desabamentos mais, que impedem o prosseguimento do trabalho. Vão recomeçar [os trabalhos] por cima novamente, para aliviar a carga, para evitar novos desabamentos."
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
Vítimas
No total, sete pessoas são consideradas desaparecidas após o acidente nas obras da linha 4-Amarela do metrô.
Dentro da van estariam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e mais dois passageiros, sendo um o servidor municipal Marcio Rodrigo Alambert, 31.
Outras três pessoas também estariam entre os escombros: o caminhoneiro Francisco Sabino Torres, 48, funcionário da obra; a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que desapareceu no trajeto para o médico; e a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37.
Acidente
Três casas na rua Capri foram condenadas, e a Defesa Civil anunciou a demolição. Os moradores tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais. No total, 55 imóveis foram interditados.
Moradora de uma das casas condenadas, a costureira Maria do Carmo Moreira, 72, teve apenas alguns minutos neste domingo para escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187. "Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.
O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.
Em nota, o Consórcio afirma que as famílias que tiveram suas casas danificadas terão o "ressarcimento integral do imóvel e seus pertences". O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
O consórcio responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.
Trânsito
O rodízio de veículos permanecerá suspenso na cidade até o dia 29 --devido às férias escolares--, apesar da interdição da pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros, na região do acidente.
Segundo o prefeito Gilberto Kassab (PFL), a expectativa é que a liberação da marginal ocorra na noite de segunda-feira (15).
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online
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O trabalho de resgate às vítimas do desabamento no canteiro da futura estação Pinheiros do metrô (zona oeste de São Paulo) será mantida durante toda a madrugada desta segunda-feira. Mesmo após os bombeiros suspenderem as buscas por meio de um túnel da obra, retroescavadeiras ainda removem a terra da superfície. Dois cães farejadores auxiliam os trabalhos.
A cratera deixada pelo desabamento, ocorrido na última sexta-feira (12), engoliu veículos, entre eles uma lotação. A van foi localizada visualmente neste domingo, mas as equipes de resgate não conseguiram chegar até ela. O governador José Serra (PSDB) considera "pouco provável" que as vítimas sejam encontradas com vida.
Serra visitou o túnel que era usado pelas equipes e viu imagens registradas pelas equipes de resgate. Ele afirmou que os bombeiros estiveram perto da van e chegaram a ligar o veículo a um cabo, mas dois novos deslizamentos de terra interromperam os trabalhos.
Werther Santana/Folha Imagem |
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento |
"Tem um microônibus, mas houve dois desabamentos mais, que impedem o prosseguimento do trabalho. Vão recomeçar [os trabalhos] por cima novamente, para aliviar a carga, para evitar novos desabamentos."
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
Vítimas
No total, sete pessoas são consideradas desaparecidas após o acidente nas obras da linha 4-Amarela do metrô.
Dentro da van estariam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e mais dois passageiros, sendo um o servidor municipal Marcio Rodrigo Alambert, 31.
Raimundo Pacco/Folha Imagem |
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô |
Outras três pessoas também estariam entre os escombros: o caminhoneiro Francisco Sabino Torres, 48, funcionário da obra; a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que desapareceu no trajeto para o médico; e a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37.
Acidente
Três casas na rua Capri foram condenadas, e a Defesa Civil anunciou a demolição. Os moradores tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais. No total, 55 imóveis foram interditados.
Moradora de uma das casas condenadas, a costureira Maria do Carmo Moreira, 72, teve apenas alguns minutos neste domingo para escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187. "Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.
O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.
Em nota, o Consórcio afirma que as famílias que tiveram suas casas danificadas terão o "ressarcimento integral do imóvel e seus pertences". O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
O consórcio responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.
Trânsito
O rodízio de veículos permanecerá suspenso na cidade até o dia 29 --devido às férias escolares--, apesar da interdição da pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros, na região do acidente.
Segundo o prefeito Gilberto Kassab (PFL), a expectativa é que a liberação da marginal ocorra na noite de segunda-feira (15).
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online
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