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15/01/2007 - 07h29

Bombeiros encontram corpo de aposentada soterrada em obra do metrô

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da Folha Online

Equipes do Corpo de Bombeiros resgataram às 4h50 desta segunda-feira o corpo da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, nos escombros do canteiro de obras da futura estação Pinheiros do metrô (zona oeste de São Paulo), que desabou na sexta (12).

Foi o primeiro corpo descoberto pelas equipes nos escombros da linha 4 (Amarela). A identidade da vítima foi confirmada no início da manhã pelo coronel dos bombeiros João dos Santos de Souza. Pelo menos outras seis pessoas estão soterradas no local.

Segundo a família, a aposentada tinha consulta médica marcada para as 14h de sexta-feira, na Lapa (zona oeste). Os parentes acreditam que, após a consulta, Abgail pegou um ônibus e desceu no largo da Batata. Ela teria sido tragada pela cratera quando caminhava até a estação de trem. Seu marido esperava pela aposentada na estação Santo Amaro.

As buscas pelos desaparecidos prosseguiram ao longo da madrugada, com o auxílio de duas retroescavadeiras e de cães farejadores. Entre as 19h de domingo e as 3h30 de hoje, as equipes fizeram 250 viagens de caminhão para retirar entulho e lama do desabamento.

Lotação

Uma lotação, com ao menos quatro pessoas a bordo, foi localizada visualmente no domingo, mas as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar até ela, devido ao risco de desabamento. Por volta das 6h, um túnel escavado pelos bombeiros chegou a cerca de dois metros do teto do veículo.

No domingo, o governador José Serra (PSDB) visitou o túnel que era usado pelas equipes e viu imagens registradas pelas equipes de resgate. Na ocasião, Serra disse considerar "pouco provável" que as vítimas fossem encontradas com vida.

Ele afirmou que os bombeiros estiveram perto da van e chegaram a ligar o veículo a um cabo, mas dois novos deslizamentos de terra interromperam os trabalhos.

Dentro da van, estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31. Há um sétimo desaparecido, o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60, que poderia estar na van.

Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra há um ano e meio.

Acidente

O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.

Três casas na rua Capri foram condenadas, e a Defesa Civil anunciou a demolição. Os moradores tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais. No total, 55 imóveis foram interditados.

Moradora de uma das casas condenadas, a costureira Maria do Carmo Moreira, 72, teve apenas alguns minutos neste domingo para escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187. "Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.

O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.

Em nota, o Consórcio afirma que as famílias que tiveram suas casas danificadas terão o "ressarcimento integral do imóvel e seus pertences". O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

O consórcio responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.

Trânsito

O rodízio de veículos permanecerá suspenso na cidade até o dia 29 --devido às férias escolares--, apesar da interdição da pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros, na região do acidente.

Segundo o prefeito Gilberto Kassab (PFL), a expectativa é que a liberação da marginal ocorra na noite desta segunda.

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