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26/01/2007 - 01h11

Bombeiros encerram buscas no metrô após resgate de sétima vítima

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da Folha Online

Duas semanas após o desabamento nas obras da estação de metrô Pinheiros (zona oeste de São Paulo), os bombeiros encerraram as buscas por pessoas soterradas na cratera.

Por volta da 0h desta sexta-feira, o corpo da sétima e última vítima, o office-boy Cícero da Silva, 60, foi retirado dos escombros e levado para o IML (Instituto Médico Legal), onde passa por necropsia e identificação formal.

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Imagem aérea mostra cratera aberta no desabamento nas obras do metrô
Cratera aberta por desabamento nas obras da linha 4 do metrô
Os documentos de Silva foram encontrados ao lado do corpo, que estava a cerca de cinco metros abaixo do local onde os bombeiros encontraram um microônibus com quatro vítimas, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública.

A secretaria afirma que os bombeiros interromperam as buscas, mas ainda continuarão trabalhando na cratera para evitar riscos de novos desabamentos e garantir a segurança dos operários da obra.

Vítimas

Silva havia desaparecido no dia 12, quando ocorreu o acidente. Na quarta-feira (24) o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), anunciou a conclusão do inquérito do desaparecimento e concluiu que o office-boy poderia estar sob os escombros do acidente.

Outros seis corpos foram retirados dos escombros na primeira semana após o acidente. As buscas por Silva começaram no dia 20, depois que as cadelas farejadoras dos bombeiros apontaram a possibilidade de haver mais uma vítima no local.

O primeiro corpo a ser retirado dos escombros foi o de Abigail Rossi de Azevedo, 75, que caminhava pela região do acidente quando a cratera se abriu. Os bombeiros resgataram em seguida o corpo de Valéria Alves Marmit, 37, que ocupava o microônibus soterrado.

Depois, foram localizados e resgatados os corpos do motorista Francisco Sabino Torres, 41, que trabalhava na obra, e dos demais ocupantes do lotação: o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31.

Consórcio

A Defesa Civil interditou 55 imóveis nas imediações da cratera --cinco foram demolidos. Cerca de 120 moradores das casas interditadas hospedaram-se em hotéis com diárias pagas pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da linha 4 do Metrô.

O Consórcio Via Amarela é liderada pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Um grupo poderoso, que financiou as principais campanhas eleitorais do Estado de São Paulo.

Nas eleições do ano passado, as construtoras do consórcio buscaram agradar os dois lados da disputa com doações milionárias. A campanha do governador José Serra (PSDB) recebeu R$ 1,7 milhão das empresas OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht. O principal adversário de Serra nas eleições, Aloizio Mercadante (PT), também não foi esquecido: ganhou R$ 500 mil de Camargo Corrêa e Odebrecht.

Causas do acidente

A Secretaria da Segurança Pública informou que a 4ª Delegacia Seccional elabora uma cronologia de todo o acidente, com base no depoimento de testemunhas.

A cronologia, de acordo com a Segurança, será elaborada juntamente com técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e com peritos do Instituto de Criminalística.

De acordo com a Segurança, as investigações verificaram imagens gravadas por câmeras de segurança do edifício Passarelli, vizinho à obra, na tentativa de identificar possíveis testemunhas.

Indenização

Foi firmado na quarta-feira (24) o primeiro acordo para pagamento de indenização a uma pessoa morta no desabamento. O acordo beneficia os três filhos --dois gêmeos de 11 anos e uma jovem de 18-- de Valéria Alves Marmit.

Entre as seis pessoas mortas no acidente, os parentes de Marmit foram os únicos a utilizar a Defensoria Pública de São Paulo. Os demais têm advogados particulares e, por isso, não há previsão de acordo.

O montante não foi divulgado por questões de segurança e para preservar a privacidade de família, segundo a Secretaria Estadual de Justiça de São Paulo. O acordo inclui uma quantia referente a danos morais e a lucros cessantes --um cálculo estimado dos ganhos mensais que Marmit teria e de quantos anos ela ainda viveria.

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