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14/02/2007
-
13h29
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
A missa celebrada nesta quarta-feira em homenagem ao menino João Hélio Fernandes Vieites, 6, morto na semana passada ao ser arrastado por cerca de 7 km por ladrões que roubavam o carro de sua família, lotou a igreja da Candelária, no centro do Rio, e provocou um protesto emocionado contra a violência e pela paz.
Durante a cerimônia, o padre lembrou outros crimes e disse que João Hélio, assim como outras tantas crianças, foi "mártir em uma cidade que não sabe respeitar a vida".
Os pais de João Hélio, Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes Vieites, e a psicóloga Cleyde Prado Maia, mãe da estudante Gabriela, que foi morta durante um assalto ao metrô em março de 2003, também no Rio, lideraram a cerimônia. Na chegada deles, cerca de 500 pessoas gritaram por "paz", "justiça", "mudança" e "socorro".
Ao final da missa, cerca de mil pessoas saíram em passeata pela avenida Rio Branco.
Entre as pessoas que participaram da missa estava a atriz Claudia Ohana. Ela disse que foi impelida a comparecer por "muita indignação" e que, embora apoie a redução da maioridade penal, reconhece que isso "não vai resolver o problema". "A discussão é muito mais profunda, mas estamos todos muito indignados, não sabemos o que fazer."
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), esteve na missa durante aproximadamente 15 minutos. Ele disse aos jornalistas que levará uma carta assinada pelas vítimas da violência do Rio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda nesta quarta, e defendeu mais uma vez que os Estados tenham autonomia para legislar.
"Cada Estado deveria discutir isso [a autonomia], porque cada Estado tem sua realidade não só na área penal, mas em outras questões também. Chega de achar que Brasília vai resolver todas as questões. Não vai." Na carta, as vítimas propõem a criação de comissões de bairro para fiscalizar o trabalho da polícia. "Basta de guerra, queremos paz", afirma o documento.
Antes de deixar a igreja, Cabral ainda elogiou a "serenidade e lucidez" dos pais de João Hélio.
O secretário da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que também foi à missa, disse ter achado a morte de João Hélio "uma barbaridade". "Só Deus e muita oração vão ajudar a confortar a família nesse momento."
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Missa por João Hélio lota Candelária e provoca protestos no Rio
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da Folha Online, no Rio
A missa celebrada nesta quarta-feira em homenagem ao menino João Hélio Fernandes Vieites, 6, morto na semana passada ao ser arrastado por cerca de 7 km por ladrões que roubavam o carro de sua família, lotou a igreja da Candelária, no centro do Rio, e provocou um protesto emocionado contra a violência e pela paz.
Durante a cerimônia, o padre lembrou outros crimes e disse que João Hélio, assim como outras tantas crianças, foi "mártir em uma cidade que não sabe respeitar a vida".
Os pais de João Hélio, Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes Vieites, e a psicóloga Cleyde Prado Maia, mãe da estudante Gabriela, que foi morta durante um assalto ao metrô em março de 2003, também no Rio, lideraram a cerimônia. Na chegada deles, cerca de 500 pessoas gritaram por "paz", "justiça", "mudança" e "socorro".
Ao final da missa, cerca de mil pessoas saíram em passeata pela avenida Rio Branco.
Entre as pessoas que participaram da missa estava a atriz Claudia Ohana. Ela disse que foi impelida a comparecer por "muita indignação" e que, embora apoie a redução da maioridade penal, reconhece que isso "não vai resolver o problema". "A discussão é muito mais profunda, mas estamos todos muito indignados, não sabemos o que fazer."
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), esteve na missa durante aproximadamente 15 minutos. Ele disse aos jornalistas que levará uma carta assinada pelas vítimas da violência do Rio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda nesta quarta, e defendeu mais uma vez que os Estados tenham autonomia para legislar.
"Cada Estado deveria discutir isso [a autonomia], porque cada Estado tem sua realidade não só na área penal, mas em outras questões também. Chega de achar que Brasília vai resolver todas as questões. Não vai." Na carta, as vítimas propõem a criação de comissões de bairro para fiscalizar o trabalho da polícia. "Basta de guerra, queremos paz", afirma o documento.
Antes de deixar a igreja, Cabral ainda elogiou a "serenidade e lucidez" dos pais de João Hélio.
O secretário da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que também foi à missa, disse ter achado a morte de João Hélio "uma barbaridade". "Só Deus e muita oração vão ajudar a confortar a família nesse momento."
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