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19/02/2007
-
00h04
CAROLINA FARIAS
da Folha Online
A Mangueira desfila na Marquês de Sapucaí nesta primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro com um enredo que celebra a língua portuguesa. Mesmo sem Jamelão, seu maior intérprete, a escola promete animar o público como fez no ensaio técnico no sambódromo, no dia 14 de janeiro.
Com o enredo "Minha pátria é minha língua, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao Lácio e colhe a última flor", a verde e rosa iniciou o desfile por volta 0h desta segunda-feira e vai contar a história da língua portuguesa falada do Brasil.
Poetas, compositores e escritores de clássicos brasileiros "desfilam" no enredo da Mangueira. Quem assistir à passagem da escola aprenderá também um pouco sobre o Lácio --região da Itália de onde surgiu o latim, língua que deu origem a vários idiomas, entre eles, o português.
O carnavalesco Max Lopes, 57, também introduziu no enredo o tema do hábito da leitura, que para ele, perdeu-se entre os mais jovens.
"Quando surgiu a idéia do enredo, achei o tema muito atual. Com esse enredo conseguimos incitar os jovens ao hábito da leitura. Hoje ninguém lê, ninguém mais conversa", diz o carnavalesco.
No início do desfile a escola traz a carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro manifesto de literatura no Brasil, segundo o carnavalesco. Na seqüência, a escola mostra as mudanças que a língua sofreu com a influência indígena e africana.
Figuras de Debret --pintor francês-- estarão na avenida para representar esse período da história do Brasil. O pintor retratou paisagens e a sociedade brasileira, com a presença maciça de negros, no início do século 19 a pedido de Dom João 6º.
A Semana de Arte Moderna de 1922, marco de transformação na literatura e nas artes no país, será retratada no desfile com uma imensa e tridimensional "Abaporu" --tela da pintora modernista Tarsila do Amaral.
"Depois falaremos do Tropicalismo, que foi um movimento muito importante também porque muitas gírias dessa época "paz e amor' foram incorporadas em nossa língua depois do Tropicalismo", afirma o carnavalesco.
No encerramento do desfile, uma estação de trem com traços antigos invadirá o sambódromo. Do carro alegórico, segundo Lopes, sairá um trem moderno e também sairão dezenas de capas de livros clássicos da literatura adulta e infantil.
"Vamos fechar o desfile falando do Museu da Língua Portuguesa [em São Paulo]", afirmou o carnavalesco.
Preta Gil, cantora e filha do ministro da Cultura, Gilberto Gil, desfila como rainha da bateria da escola. Também desfilam na escola a cantora Maria Rita, as atrizes Debora Bloch, Julia Lemmertz e Leandra Leal.
Intérpretes
O sambista Jamelão, 93, intérprete da Mangueira desde os anos 50, sofreu dois derrames em um intervalo de pouco mais de um mês, no final de 2006. Com isso, suas funções cognitivas foram afetadas e ele teve de ser substituído na escola.
Seu substituto, o intérprete Luizito, chegou a gravar o CD das escolas de samba do Carnaval 2007, mas sofreu um princípio de infarto durante o ensaio técnico da Mangueira e também teve de ser substituído. Ele fará o grito de guerra que abre o desfile e cinco cantores, da equipe de intérpretes da Mangueira, cantarão o samba da escola.
Desfiles
Antes da Mangueira desfilaram Império Serrano e Estácio de Sá. Na seqüência desfilam Viradouro, Mocidade Independente e Vila Isabel.
Na segunda-feira (19), desfilam Porto da Pedra, Unidos da Tijuca, Salgueiro, Portela, Imperatriz Leopoldinense, Grande Rio e Beija-Flor.
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Mangueira celebra língua portuguesa na Marquês de Sapucaí
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da Folha Online
A Mangueira desfila na Marquês de Sapucaí nesta primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro com um enredo que celebra a língua portuguesa. Mesmo sem Jamelão, seu maior intérprete, a escola promete animar o público como fez no ensaio técnico no sambódromo, no dia 14 de janeiro.
Com o enredo "Minha pátria é minha língua, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao Lácio e colhe a última flor", a verde e rosa iniciou o desfile por volta 0h desta segunda-feira e vai contar a história da língua portuguesa falada do Brasil.
Poetas, compositores e escritores de clássicos brasileiros "desfilam" no enredo da Mangueira. Quem assistir à passagem da escola aprenderá também um pouco sobre o Lácio --região da Itália de onde surgiu o latim, língua que deu origem a vários idiomas, entre eles, o português.
O carnavalesco Max Lopes, 57, também introduziu no enredo o tema do hábito da leitura, que para ele, perdeu-se entre os mais jovens.
"Quando surgiu a idéia do enredo, achei o tema muito atual. Com esse enredo conseguimos incitar os jovens ao hábito da leitura. Hoje ninguém lê, ninguém mais conversa", diz o carnavalesco.
No início do desfile a escola traz a carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro manifesto de literatura no Brasil, segundo o carnavalesco. Na seqüência, a escola mostra as mudanças que a língua sofreu com a influência indígena e africana.
Figuras de Debret --pintor francês-- estarão na avenida para representar esse período da história do Brasil. O pintor retratou paisagens e a sociedade brasileira, com a presença maciça de negros, no início do século 19 a pedido de Dom João 6º.
A Semana de Arte Moderna de 1922, marco de transformação na literatura e nas artes no país, será retratada no desfile com uma imensa e tridimensional "Abaporu" --tela da pintora modernista Tarsila do Amaral.
"Depois falaremos do Tropicalismo, que foi um movimento muito importante também porque muitas gírias dessa época "paz e amor' foram incorporadas em nossa língua depois do Tropicalismo", afirma o carnavalesco.
No encerramento do desfile, uma estação de trem com traços antigos invadirá o sambódromo. Do carro alegórico, segundo Lopes, sairá um trem moderno e também sairão dezenas de capas de livros clássicos da literatura adulta e infantil.
"Vamos fechar o desfile falando do Museu da Língua Portuguesa [em São Paulo]", afirmou o carnavalesco.
Preta Gil, cantora e filha do ministro da Cultura, Gilberto Gil, desfila como rainha da bateria da escola. Também desfilam na escola a cantora Maria Rita, as atrizes Debora Bloch, Julia Lemmertz e Leandra Leal.
Intérpretes
O sambista Jamelão, 93, intérprete da Mangueira desde os anos 50, sofreu dois derrames em um intervalo de pouco mais de um mês, no final de 2006. Com isso, suas funções cognitivas foram afetadas e ele teve de ser substituído na escola.
Seu substituto, o intérprete Luizito, chegou a gravar o CD das escolas de samba do Carnaval 2007, mas sofreu um princípio de infarto durante o ensaio técnico da Mangueira e também teve de ser substituído. Ele fará o grito de guerra que abre o desfile e cinco cantores, da equipe de intérpretes da Mangueira, cantarão o samba da escola.
Desfiles
Antes da Mangueira desfilaram Império Serrano e Estácio de Sá. Na seqüência desfilam Viradouro, Mocidade Independente e Vila Isabel.
Na segunda-feira (19), desfilam Porto da Pedra, Unidos da Tijuca, Salgueiro, Portela, Imperatriz Leopoldinense, Grande Rio e Beija-Flor.
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