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12/04/2007 - 12h27

Ministro diz que governo busca solucionar crise aérea e volta a defender Lula

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da Folha Online

O ministro da Defesa, Waldir Pires, participa nesta quinta-feira de nova audiência pública para discutir a crise aérea do país. No Senado, ele afirmou que o governo busca soluções para os problemas e voltou a defender a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na gerência da crise.

"Estamos no caminho de solucionar uma crise lamentável que nossa população viveu." Pires afirmou, ainda, que as "crises em nosso país são antigas, vinculadas a políticas de investimentos e de prioridades".

Durante a audiência, realizada pelas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Pires disse que o acidente que resultou no Boeing da Gol, em setembro do ano passado, não gerou a crise, mas serviu para revelá-la.

No entanto, afirmou que o controle do espaço aéreo do país é seguro e destacou o baixo índice de acidentes registrados. Relatórios sigilosos recebidos por parlamentares da oposição revelam, porém, graves problemas no sistema de controle aéreo brasileiro.

Pires também voltou a defender a atuação de Lula, que há duas semanas desautorizou o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, a dar ordem de prisão para os controladores amotinados no Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília. O ministro afirmou que Lula tomou as atitudes que considerou necessárias para preservar os interesses da população.

Na quarta-feira (11), em audiência pública na Câmara, Pires atribuiu os problemas recentes no setor às falhas nos equipamentos e aos recursos humanos, numa referência indireta aos controladores de tráfego aéreo. O ministro considerou a crise como normal e também saiu em defesa de Lula.

Audiência

Para o presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, problemas locais causam impactos em toda a malha aérea. Como exemplo, ele citou que "uma chuva em Congonhas" causa problemas em todo o país --o aeroporto suspende as atividades sempre que a lâmina de água na pista chega a 3 mm (um milímetro equivale a um litro de água por um metro quadrado), para evitar que aviões derrapem. Ele afirmou, na audiência desta quinta, que é preciso encontrar soluções para que problemas locais não repercutam mais sobre todo o país.

Já o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, afirmou que uma série de problemas levou à atual crise, afirma a Agência Senado. Os problemas começaram com os problemas da Varig e, depois, com o acidente que resultou na queda do avião da Gol. Em seguida, ocorreram os problemas com os controladores de tráfego aéreo e falhas técnicas.

O representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, afirmou durante a audiência que há insatisfações entre os profissionais. Segundo ele, a principal reclamação é sobre os salários, uma vez que civis e militares podem desempenhar a mesma função, com faixas salariais diferentes. Os controladores também querem uma comunicação direta com o governo.

O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse que mais controladores serão contratados e considerou que os profissionais têm boas condições de trabalho --muitos, porém, reclamam da sobrecarga e das condições de trabalho. Segundo Saito, os equipamentos vêm sendo modernizados --desde o ano passado, falhas em equipamentos causaram atrasos em vôos.

Crise

O pior episódio da crise ocorreu no dia 30 de março, quando controladores de tráfego aéreo paralisaram as atividades por cerca de cinco horas. O movimento começou no Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e se espalhou para outras regiões do país.

Na ocasião, o governo federal chegou a firmar um acordo com os amotinados, mas recuou. Eles, agora, são investigados por suspeita de insubordinação.

Desde o final do ano passado, passageiros enfrentam constantes atrasos e cancelamentos de vôos. Inicialmente, os problemas foram causados pela operação-padrão dos controladores, que restabeleceram à força parâmetros internacionais de segurança. O Cindacta-1 sofria com a falta de controladores, pois alguns tinham sido afastados pelas investigações sobre a queda do Boeing da Gol, ocorrida em setembro.

Depois, falhas em equipamentos passaram a contribuir para aumentar a espera nos aeroportos. Desde março, o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), um dos maiores do país, pára sempre que chove forte, pois a pista auxiliar está fechada para reformas e a principal tem graves problemas de escoamento.

Com Agência Senado e Agência Brasil

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