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18/04/2007 - 18h12

Greve da PF pára mais de 13 mil; fila em Guarulhos tem 2 km

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CAROLINA FARIAS
da Folha Online

Cerca de 13 mil servidores que exercem carreiras policiais na PF (Polícia Federal) aderiram à paralisação de 24 horas que a categoria promove nesta quarta-feira em todos os Estados, de acordo com estimativa da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais). No aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, a fila no setor de embarque internacional só aumentou desde a manhã. Às 18h, ela tinha 2 km de extensão e chegava à área externa do terminal.

Naquele horário, havia apenas quatro agentes trabalhando na admissão dos passageiros e três no desembarque --todos em operação-padrão--, segundo o chefe da delegacia da PF no aeroporto, Marlon Almeida.

Na operação-padrão, além do efetivo ser reduzido à metade, os servidores conferem todos os documentos antes de liberar a passagem. Desta forma, o procedimento que costuma durar 20 segundos por pessoa dura mais de um minuto.

Parte dos passageiros que aguardavam atendimento se programaram para chegar mais cedo quando souberam da greve. "Foi muito desagradável, mas preferi me programar a perder o vôo", afirmou a química Rosana Motta, 32, que esperou quase duas horas para entrar na sala de embarque. Ela viajará para Milão (Itália).

O padre Breno Guastalla, 67, que viajará para a Itália à noite, disse que foi pego de surpresa e reclamou: "ninguém gosta de ficar em fila".

Presente no protesto que os policiais planejam realizar no aeroporto de Guarulhos na noite desta quarta-feira, o presidente do sindicato dos delegados de São Paulo, Amauri Portugal, admitiu que, embora a categoria não tenha a intenção de prejudicar os passageiros, o movimento só ganha visibilidade quando causa transtornos.

Paralisação

Nas superintendências estaduais, estão mantidos serviços básicos de carceragem; emissão de passaportes para casos de urgência; registro de flagrantes com presos e perícia de cenas de crimes. Nos aeroportos, os servidores fazem operação-padrão, ou seja, mantêm apenas metade do efetivo. Por isso as longas filas nos terminais de Guarulhos e Tom Jobim, no Rio --dois dos mais movimentados do país.

O movimento realizado nesta quarta-feira é similar ao do último dia 28 de março. Naquele dia, a paralisação só não atingiu os Estados de Alagoas e Santa Catarina.

Os servidores ligados à Fenapef são das cinco cargos policiais existentes na PF: delegados, agentes, escrivães, peritos e papiloscopistas.

Brasília

Em Brasília (DF), os policiais realizaram uma caminhada desde a sede da superintendência até a Esplanada dos Ministérios. No começo da tarde, o Ministério do Planejamento decidiu marcar uma reunião com representantes da categoria para quinta-feira (19). Segundo a assessoria de imprensa da pasta, o secretário nacional de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, poderá participar da reunião.

Cerca de 300 pessoas participaram do protesto, segundo a PM (Polícia Militar). O número chegou a 500 de acordo com um dos organizadores, a ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal).

Outro importante efeito da paralisação em Brasília foi a interrupção das investigações ligadas à operação Hurricane.

Sem acordo

Os servidores da PF protestam pelo não-cumprimento de um acordo de reajuste salarial que foi firmado com o governo federal em 2006. Eles reivindicam o pagamento de um aumento de 30% previsto no documento. Semanas atrás, o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, chegou a negar a existência do acordo.

Em nota publicada em seu site, a Fenapef ressalta que o protesto desta quarta-feira também reflete a revolta da categoria com o Ministério do Planejamento, que marcou uma reunião no último dia 11, mas não recebeu a comissão de representantes. "

Mobilização paralela

Os servidores que exercem carreiras administrativas na PF não participam da greve desta quarta-feira, mas também estão em campanha. No último dia 11, foi a vez deles pararem por 24 horas por um plano de reestruturação da carreira; por equiparação de seus salários aos dos servidores policiais; e pelo fim das terceirizações.

Representados pelo SINPECPF (Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da PF), os servidores de carreiras administrativas --cerca de 4.500 em todo o país-- exercem serviços internos nos setores de logística e protocolo, por exemplo.

Com GABRIELA MANZINI, da Folha Online

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