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03/12/2007 - 08h27

Governadora do Pará culpa Justiça por prisão de jovem

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Belém

A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), transferiu ao Judiciário a responsabilidade pela permanência de presas em celas degradantes no interior do Estado. À Folha, a governadora disse que, em março, o Tribunal de Justiça do Pará condicionou a transferência e recambiamento de presos provisórios a uma autorização da Corregedoria de Justiça das Comarcas do Interior.

Por isso, segundo ela, não foi tomada nenhuma medida antes da descoberta do caso da adolescente de 15 anos colocada em uma cela com homens por 26 dias em Abaetetuba (137 km de Belém).

Só depois da repercussão, a governadora assinou um decreto determinando a transferências das presas. Cerca de 50 já foram transferidas.

"O decreto diz agora aos delegados que, mesmo que a Justiça não autorize, podem transferir as presas para evitar outro tipo de situação absurda como essa [da garota]. Chamei essa responsabilidade e determinei. Se a Justiça quiser entrar com processo, vai ter que entrar contra a governadora", disse, após quatro dias de silêncio.

Ela não dava declarações desde a demissão do então delegado-geral da Polícia Civil Raimundo Benassuly, que chamou a menina de débil mental.

A reportagem procurou o TJ para comentar as declarações da governadora, mas a assessoria de imprensa do tribunal informou que apenas hoje poderá falar sobre o assunto.

A decisão de 12 de março, mencionada por Ana Júlia, é um provimento do desembargador Constantino Guerreiro, corregedor de Justiça das Comarcas do Interior. No provimento, ele diz que a transferência somente será solicitada em casos de necessidades, como problemas de saúde grave e risco à vida do preso.

Para o presidente da Associação dos Magistrados do Pará, João Batista Lopes do Nascimento, o decreto da governadora é inconstitucional porque a legislação de execução penal diz que o preso tem de cumprir a pena no lugar do domicílio.

"A Constituição é a Carta Magna. Se cada um for justificar que vai ferir um texto constitucional porque está bem intencionado e quer fazer o bem, aí nós vamos perder o parâmetro de comportamento."

"É inconstitucional o desrespeito aos direitos humanos, isso que é inconstitucional, isso é que inadmissível. Entre uma medida que o jurista acha inconstitucional e o desrespeito aos direitos humanos, eu vou combater o desrespeito aos direito humanos. Foi isso que eu fiz e tive a coragem de fazer", afirmou a governadora.

Sobre o andamento dos dois inquéritos abertos para responsabilizar os envolvidos nas violações contra a jovem em Abaetetuba, Ana Júlia afirmou que quer uma punição exemplar para os investigados. "A punição mais grave, em termos administrativos para servidores públicos, é a demissão."

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Comentários dos leitores
Edvaldo Oliveira (2) 14/09/2008 16h02
Edvaldo Oliveira (2) 14/09/2008 16h02
Este Delegado q gosta desse tipo de sacanagem deveria ser expulço da SSP e dar o lugar para outro mas competente q não aceita esse tipo de abuso.
Mas q vergonha seu Delegado!!!
sem opinião
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Edvaldo Oliveira (2) 14/09/2008 15h59
Edvaldo Oliveira (2) 14/09/2008 15h59
Agradeço a todos por terem me aceitado e desejo receber e-mails deste jornal oline sem opinião
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Carlos Gonçalves (226) 26/06/2008 17h53
Carlos Gonçalves (226) 26/06/2008 17h53
Os senadores deveriam ter prendido esse delegado geral do Pará, por charlatanice. Quem é ele para dar opinião sobre uma pessoa que sofreu barbárie. Mas é a arrogância e a certeza de impunidade que o leva a fazer isso. A dar esse tipo de declaração. Na mesma linha do Judiciário daquele estado do Pará. Omisso e cúmplice de muitos crimes que por lá acontecem. Escravidão é sinônimo de Pará. 6 opiniões
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