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21/08/2002 - 12h38

Morte do traficante Vado provoca fechamento do comércio no Rio

da Folha Online

A morte do traficante Valdir Ferreira, o Vado, apontado como chefe do tráfico na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio, obrigou hoje o fechamento de parte do comércio local. Vado foi morto ontem à noite durante operação da Polícia Militar. A segurança foi reforçada na favela.

Segundo a PM, os comerciantes da região da rua Miguel Cervantes, no Cachambi, fecharam as portas com medo de manifestações de moradores.

Cerca de 100 policiais do 3º Batalhão da Polícia Militar, do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Grupamento Especial Tático-Móvel estão na favela desde ontem.

O enterro do corpo de Vado estava marcado para ocorrer às 16h no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio. No entanto, foi transferido para as 10h de amanhã, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul, a pedidos de parentes.

Há suspeitas de envolvimento do cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, e o traficante Vado. As suspeitas surgiram a partir de grampos, autorizados pela Justiça, feitos em celulares do criminoso.

Confronto
Segundo a PM, um grupo com mais de 20 bandidos foi surpreendido pelos policiais por volta das 20h30 de ontem quando começou a troca de tiros. Além de Vado, que portava um fuzil G-3, Rodrigo Cláudio de Moraes Silva, que tinha em seu poder uma submetralhadora, também foi morto.

Vado foi atingido por vários tiros de fuzil. Uma granada, que, segundo a PM, seria jogada contra a polícia, teria explodido. Estilhaços teriam atingido o traficante, que foi reconhecido pela tatuagem de tubarão no peito. Para evitar protestos, a PM ocupou a favela.

Outras seis pessoas foram atingidas na troca de tiros, entre elas uma menina de quatro anos, que foi alvejada na perna. Todos foram encaminhados ao Hospital Salgado Filho e passam bem.

Caso Belo
Há a suspeita de envolvimento do cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, e o traficante Vado. De acordo com Zaqueu Teixeira, chefe da Polícia Civil do Rio, Vado é um dos gerentes de um dos pontos de drogas comandados por Elias Maluco e Belo entraria no esquema "financiando a aquisição de armas".

Em conversa grampeada pela polícia, o traficante pede R$ 11 mil para comprar um "tecido fino". Em troca, daria um "tênis AR". Para a polícia, o "tecido fino" é cocaína e o tênis, um fuzil AR-15.

Novas conversas entre os dois foram apresentadas no dia 11 deste mês, pela Rede Globo, onde Belo demonstrava intimidade com Vado.

Belo se entregou à polícia em 5 de junho, depois de passar uma semana foragido.

Ele ficou detido na carceragem da DAS (Delegacia Anti-Sequestro), no Leblon, zona sul, por 37 dias, até ser beneficiado pelo habeas corpus concedido pelo presidente do STF, ministro Marco Aurélio de Mello, durante o recesso do judiciário.


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