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12/11/2002
-
10h31
da Folha Online
A reconstituição do assassinato de Marísia e Manfred von Richthofen, que deve ser feita amanhã (13) pela manhã, pode esclarecer se a filha do casal Suzane Louise von Richthofen, 19, participou dos golpes que mataram os dois.
O namorado da estudante, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e seu irmão Cristian, 26, que confessaram serem os autores do crime, mas sem a colaboração de Suzane na execução.
"Precisamos esclarecer a participação dela [Suzane] no crime. Não há indícios de que ela os golpeou, mas os depoimentos dos três têm muitas contradições, que vamos tentar esclarecer com a reconstituição", disse a delegada Cíntia Tucunduva Gomes, responsável pelo inquérito.
O crime ocorreu no último dia 31. O casal foi assassinado na cama, com golpes de barra de ferro.
"Eles [Cristian e Daniel] eximem Suzane de ter participado diretamente do crime", afirma a delegada.
Segundo os irmãos, ela teria ficado em outro andar da casa na hora do assassinato, mas teria participado do planejamento do crime, havia meses, e fornecido sacos plásticos, usados para sufocar a mãe.
De acordo com a delegada, a perícia ainda vai confirmar a data da reconstituição. Será a primeira vez que os três, Cristian Daniel e Suzane vão se encontrar após suas prisões, na última sexta-feira.
Suzane está detida no 89º DP (Portal do Morumbi) e os irmãos, no 77º DP (Santa Cecília).
O crime
Os corpos de Manfred e Marísia foram descobertos na cama, na madrugada de 31 de outubro. O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto e Marísia estava com um saco plástico na cabeça.
Na sexta-feira (8), após depoimentos que se estenderam pela madrugada, a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime.
Segundo o DHPP, Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado.
A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada.
Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.
Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas.
Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.
Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado.
Investigação
Para desvendar o crime, a polícia investigou pessoas próximas ao casal e utilizou grampos telefônicos.
Uma das suspeitas que levou à prisão dos acusados foi levantada por policiais do 27º Distrito Policial (Campo Belo). Eles avistaram uma moto Suzuki na casa de Astrogildo Cravilhos de Paula e Silva, pai de Daniel e Cristian, fizeram um "levantamento" da placa e chegaram até a loja onde o veículo havia sido comprado.
Os policiais descobriram que Cristian, que trabalha como mecânico, comprou a moto cerca de dez horas depois do crime. A compra teria sido feita por um "laranja".
Para o pagamento da moto, foram dados US$ 3.600 _usando 36 notas de US$ 100_ e uma moto usada. As suspeitas eram de que os dólares teriam sido retirados da residência do casal assassinado.
Além disso, Cristian também caiu em contradição quando prestava depoimento: disse que na noite das mortes estava acompanhado de uma garota, mas a moça negou a versão à polícia.
O rapaz acabou confessando todo o caso durante a madrugada da última sexta-feira. O depoimento levou às prisões de Daniel e Suzane, que também acabaram admitindo participação no crime.
Leia mais:
Confira como foram os depoimentos de Suzane e Daniel
Acusados da morte de casal devem se encontrar para reconstituição
Filha de casal morto teria ajudado a limpar o quarto após crime
Amigo da família diz que irmão perdoou Suzane por morte dos pais
Pai de acusados vai à missa de casal assassinado
Reconstituição do crime de casal pode esclarecer ação de Suzane
LETÍCIA JARDIM GUEDESda Folha Online
A reconstituição do assassinato de Marísia e Manfred von Richthofen, que deve ser feita amanhã (13) pela manhã, pode esclarecer se a filha do casal Suzane Louise von Richthofen, 19, participou dos golpes que mataram os dois.
O namorado da estudante, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e seu irmão Cristian, 26, que confessaram serem os autores do crime, mas sem a colaboração de Suzane na execução.
"Precisamos esclarecer a participação dela [Suzane] no crime. Não há indícios de que ela os golpeou, mas os depoimentos dos três têm muitas contradições, que vamos tentar esclarecer com a reconstituição", disse a delegada Cíntia Tucunduva Gomes, responsável pelo inquérito.
O crime ocorreu no último dia 31. O casal foi assassinado na cama, com golpes de barra de ferro.
"Eles [Cristian e Daniel] eximem Suzane de ter participado diretamente do crime", afirma a delegada.
Segundo os irmãos, ela teria ficado em outro andar da casa na hora do assassinato, mas teria participado do planejamento do crime, havia meses, e fornecido sacos plásticos, usados para sufocar a mãe.
De acordo com a delegada, a perícia ainda vai confirmar a data da reconstituição. Será a primeira vez que os três, Cristian Daniel e Suzane vão se encontrar após suas prisões, na última sexta-feira.
Suzane está detida no 89º DP (Portal do Morumbi) e os irmãos, no 77º DP (Santa Cecília).
O crime
Os corpos de Manfred e Marísia foram descobertos na cama, na madrugada de 31 de outubro. O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto e Marísia estava com um saco plástico na cabeça.
Na sexta-feira (8), após depoimentos que se estenderam pela madrugada, a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime.
Segundo o DHPP, Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado.
A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada.
Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.
Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas.
Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.
Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado.
Investigação
Para desvendar o crime, a polícia investigou pessoas próximas ao casal e utilizou grampos telefônicos.
Uma das suspeitas que levou à prisão dos acusados foi levantada por policiais do 27º Distrito Policial (Campo Belo). Eles avistaram uma moto Suzuki na casa de Astrogildo Cravilhos de Paula e Silva, pai de Daniel e Cristian, fizeram um "levantamento" da placa e chegaram até a loja onde o veículo havia sido comprado.
Os policiais descobriram que Cristian, que trabalha como mecânico, comprou a moto cerca de dez horas depois do crime. A compra teria sido feita por um "laranja".
Para o pagamento da moto, foram dados US$ 3.600 _usando 36 notas de US$ 100_ e uma moto usada. As suspeitas eram de que os dólares teriam sido retirados da residência do casal assassinado.
Além disso, Cristian também caiu em contradição quando prestava depoimento: disse que na noite das mortes estava acompanhado de uma garota, mas a moça negou a versão à polícia.
O rapaz acabou confessando todo o caso durante a madrugada da última sexta-feira. O depoimento levou às prisões de Daniel e Suzane, que também acabaram admitindo participação no crime.
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