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14/11/2002
-
19h30
da Folha Online
O diretor-superintendente do Hospital São Paulo, José Roberto Ferraro, disse nesta quinta-feira que a crise financeira que afeta o hospital ainda não provocou a falta de medicamentos, mas admite que há escassez de produtos.
A crise que atinge os hospitais universitários do país vai reduzir, a partir de segunda-feira (18), o atendimento no pronto-socorro do Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista. Somente casos de emergência serão atendidos. A previsão é de que aproximadamente mil pessoas deixem de receber atendimento médico todos os dias.
"Estamos comprando medicamento por semana. Projeta-se um número de doentes internados", disse Roberto Ferraro.
Segundo ele, para driblar a falta de recursos e manter o atendimento, cheques pré-datados são passados aos fornecedores.
"Por isso [pela falta de verba], queremos controlar a demanda. O pronto-socorro é aberto. Queremos controlar aqueles [pacientes] internados para que tenham o mínimo necessário do tratamento", afirmou.
O Hospital São Paulo é o maior dos 45 hospitais universitários do país mantidos pelo governo federal.
O déficit mensal do hospital é de R$ 2 milhões, além de uma dívida de R$ 60 milhões, acumulada ao longo dos anos.
Ferraro diz que, para cumprir a folha de pagamento, são utilizados recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) e outros "que vão emendando a receita", como o convênio interministerial e emendas parlamentares, que não foram liberadas este ano, aprofundando a crise.
"Tomamos todos os cuidados. Nunca fizemos isso [reduzir o atendimento] por falta de recursos financeiros. Nós sofremos a consequência da demanda desorganizada porque atendemos pessoas de todos os municípios e todos os Estados", disse.
O Hospital São Paulo é apontado como uma das referências para atendimento.
"Agora, neste instante, o respeito que temos é com os doentes que estão internados e aqueles outros que podem ser atendidos em unidades básicas e outros hospitais", afirmou Ferraro.
Segundo o Ministério da Saúde, o presidente Fernando Henrique assinou decreto em fevereiro contingenciando emendas coletivas na área da Saúde. Essas emendas totalizam R$ 617,8 milhões, dos quais R$ 11,1 milhões destinam-se ao apoio à manutenção dos hospitais universitários.
O ministério diz também que não há qualquer dívida para com os hospitais universitários. O ministério afirma que o compromisso com os 147 hospitais universitários -41 mil leitos- é de pagar pelo atendimento que prestam aos usuários do SUS. De janeiro a setembro deste ano foram repassados R$ 807,8 milhões referentes a 1,033 milhão de internações hospitalares. Não há qualquer atraso nesses repasses. Ao longo do ano passado, foram repassados R$ 1 bilhão.
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Hospital São Paulo nega falta de remédios, mas admite escassez
LÍVIA MARRAda Folha Online
O diretor-superintendente do Hospital São Paulo, José Roberto Ferraro, disse nesta quinta-feira que a crise financeira que afeta o hospital ainda não provocou a falta de medicamentos, mas admite que há escassez de produtos.
A crise que atinge os hospitais universitários do país vai reduzir, a partir de segunda-feira (18), o atendimento no pronto-socorro do Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista. Somente casos de emergência serão atendidos. A previsão é de que aproximadamente mil pessoas deixem de receber atendimento médico todos os dias.
"Estamos comprando medicamento por semana. Projeta-se um número de doentes internados", disse Roberto Ferraro.
Segundo ele, para driblar a falta de recursos e manter o atendimento, cheques pré-datados são passados aos fornecedores.
"Por isso [pela falta de verba], queremos controlar a demanda. O pronto-socorro é aberto. Queremos controlar aqueles [pacientes] internados para que tenham o mínimo necessário do tratamento", afirmou.
O Hospital São Paulo é o maior dos 45 hospitais universitários do país mantidos pelo governo federal.
O déficit mensal do hospital é de R$ 2 milhões, além de uma dívida de R$ 60 milhões, acumulada ao longo dos anos.
Ferraro diz que, para cumprir a folha de pagamento, são utilizados recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) e outros "que vão emendando a receita", como o convênio interministerial e emendas parlamentares, que não foram liberadas este ano, aprofundando a crise.
"Tomamos todos os cuidados. Nunca fizemos isso [reduzir o atendimento] por falta de recursos financeiros. Nós sofremos a consequência da demanda desorganizada porque atendemos pessoas de todos os municípios e todos os Estados", disse.
O Hospital São Paulo é apontado como uma das referências para atendimento.
"Agora, neste instante, o respeito que temos é com os doentes que estão internados e aqueles outros que podem ser atendidos em unidades básicas e outros hospitais", afirmou Ferraro.
Segundo o Ministério da Saúde, o presidente Fernando Henrique assinou decreto em fevereiro contingenciando emendas coletivas na área da Saúde. Essas emendas totalizam R$ 617,8 milhões, dos quais R$ 11,1 milhões destinam-se ao apoio à manutenção dos hospitais universitários.
O ministério diz também que não há qualquer dívida para com os hospitais universitários. O ministério afirma que o compromisso com os 147 hospitais universitários -41 mil leitos- é de pagar pelo atendimento que prestam aos usuários do SUS. De janeiro a setembro deste ano foram repassados R$ 807,8 milhões referentes a 1,033 milhão de internações hospitalares. Não há qualquer atraso nesses repasses. Ao longo do ano passado, foram repassados R$ 1 bilhão.
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