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15/03/2003
-
13h41
da Folha Online
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, afirmou hoje que o assassinato do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias é "um atentado a um estado democrático". O crime ocorreu ontem por volta das 18h30, em Presidente Prudente, 565 km a oeste de São Paulo, logo após Dias deixar o fórum da cidade.
Marrey esteve reunido hoje com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Sérgio Augusto Nigro da Conceição, e também com o corregedor geral de Justiça, Luiz Tâmbara. "Trocamos idéias sobre o crime. O fato é muito grave e mais grave do que a própria tragédia pessoal [do juiz]", explicou Marrey.
O juiz assassinado era responsável pelos presos da região de Presidente Prudente. Entre eles estão os principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado ao CV (Comando vermelho), detidos na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, cidade vizinha a Presidente Prudente.
Marrey acredita, no entanto, que seria precipitado afirmar que o crime está relacionado com as facções criminosas. "Tudo indica que é obra do crime organizado, mas seria precipitado afirmar qualquer coisa a esse respeito. São hipóteses que vêm à cabeça de todos. Vamos esperar a conclusão das investigações", disse.
Para o procurador-geral de Justiça, "é necessário rapidez nas investigações. Não podemos aceitar que este seja um processo de colombianização".
A Polícia Civil de Presidente Prudente tenta localizar os assassinos de Dias. Até o momento, nenhum suspeito foi detido. De acordo com informações da delegacia da cidade, moradores da região e pessoas que estavam próximas ao local do crime são ouvidas. Marrey designou ontem três promotores para acompanhar as investigações.
A penitenciária de Presidente Bernardes foi inaugurada em abril de 2002 e é considerada a mais segura do país. Conta com bloqueador de celular e os líderes de facções não se encontram, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
Assassinato
Antonio José Machado Dias foi baleado por ocupantes de um Fiat Uno, que fecharam seu Vectra. Segundo a Polícia Civil, um dos criminosos desceu do carro e atirou quatro vezes contra o juiz. Teria utilizado uma pistola calibre 9mm. Ao menos dois tiros atingiram o juiz -na cabeça e no tórax. O carro de Dias bateu contra uma árvore.
O juiz teria tentado usar o celular ao perceber que seria atacado.
O Fiat usado pelos criminosos foi abandonado nas proximidades. De acordo com informações da delegacia da cidade, o veículo seria furtado.
Desde o ano passado, a polícia tem interceptado planos de atentados contra autoridades que atuaram contra o PCC em represália ao rígido sistema da penitenciária de Presidente Bernardes. Não há confirmação, porém, se Dias teria sido vítima de uma emboscada praticada por facções criminosas.
O juiz havia negado, recentemente, pedido de advogados de Beira-Mar, que queriam visitá-lo na penitenciária antes dos dez dias de isolamento obrigatório aos presos recém-chegados.
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Assassinato de juiz é ''atentado a um estado democrático", diz procurador
LÍVIA MARRAda Folha Online
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, afirmou hoje que o assassinato do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias é "um atentado a um estado democrático". O crime ocorreu ontem por volta das 18h30, em Presidente Prudente, 565 km a oeste de São Paulo, logo após Dias deixar o fórum da cidade.
Marrey esteve reunido hoje com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Sérgio Augusto Nigro da Conceição, e também com o corregedor geral de Justiça, Luiz Tâmbara. "Trocamos idéias sobre o crime. O fato é muito grave e mais grave do que a própria tragédia pessoal [do juiz]", explicou Marrey.
O juiz assassinado era responsável pelos presos da região de Presidente Prudente. Entre eles estão os principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado ao CV (Comando vermelho), detidos na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, cidade vizinha a Presidente Prudente.
Marrey acredita, no entanto, que seria precipitado afirmar que o crime está relacionado com as facções criminosas. "Tudo indica que é obra do crime organizado, mas seria precipitado afirmar qualquer coisa a esse respeito. São hipóteses que vêm à cabeça de todos. Vamos esperar a conclusão das investigações", disse.
Para o procurador-geral de Justiça, "é necessário rapidez nas investigações. Não podemos aceitar que este seja um processo de colombianização".
A Polícia Civil de Presidente Prudente tenta localizar os assassinos de Dias. Até o momento, nenhum suspeito foi detido. De acordo com informações da delegacia da cidade, moradores da região e pessoas que estavam próximas ao local do crime são ouvidas. Marrey designou ontem três promotores para acompanhar as investigações.
A penitenciária de Presidente Bernardes foi inaugurada em abril de 2002 e é considerada a mais segura do país. Conta com bloqueador de celular e os líderes de facções não se encontram, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
Assassinato
Antonio José Machado Dias foi baleado por ocupantes de um Fiat Uno, que fecharam seu Vectra. Segundo a Polícia Civil, um dos criminosos desceu do carro e atirou quatro vezes contra o juiz. Teria utilizado uma pistola calibre 9mm. Ao menos dois tiros atingiram o juiz -na cabeça e no tórax. O carro de Dias bateu contra uma árvore.
O juiz teria tentado usar o celular ao perceber que seria atacado.
O Fiat usado pelos criminosos foi abandonado nas proximidades. De acordo com informações da delegacia da cidade, o veículo seria furtado.
Desde o ano passado, a polícia tem interceptado planos de atentados contra autoridades que atuaram contra o PCC em represália ao rígido sistema da penitenciária de Presidente Bernardes. Não há confirmação, porém, se Dias teria sido vítima de uma emboscada praticada por facções criminosas.
O juiz havia negado, recentemente, pedido de advogados de Beira-Mar, que queriam visitá-lo na penitenciária antes dos dez dias de isolamento obrigatório aos presos recém-chegados.
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