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25/03/2003
-
20h35
SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio
O advogado Alexandre Martins de Castro, pai do juiz assassinado Alexandre Martins de Castro Filho, 32, defendeu hoje a prisão dos mandantes do crime, não só dos executores. Para ele, o filho morreu em ação planejada pelo crime organizado.
O corpo do juiz foi enterrado nesta terça-feira no Rio, onde moram seus parentes. Castro mostrou um cartaz com a fotografia do filho e a frase "Não vamos nos intimidar", dita pelo juiz em sua última entrevista, publicada no domingo pelo jornal "A Tribuna", do Espírito Santo.
"Quem atirou foi a extensão da mão de quem mandou. Esse é que tem que ser pego. Esse é o crime organizado", afirmou o advogado no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio.
Cerca de 300 pessoas estiveram no cemitério, protegidas por policiais federais, rodoviários federais, militares e civis. Pelo menos 300 policiais participaram do esquema de segurança, que incluiu até mesmo agentes armados de fuzis sobre as lápides e patrulhas ao longo dos acessos a Inhaúma.
Estiveram no cemitério, entre outros, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), o ex-ministro da Justiça Paulo de Tarso Ribeiro e o secretário de Segurança do Estado do Rio, Josias Quintal, representante da governadora Rosinha Matheus (PSB).
Revoltado com a morte do filho, Martins de Castro afirmou que "se todos fizessem um pouquinho não haveria um Alexandre Martins de Castro Filho ali chegando num caixão agora".
"Acho estranho que numa terra como essa um homem de tamanho preparo sofra tamanha injustiça por trabalhar certo. E ninguém faz nada, ninguém se revolta, ninguém apura nada", afirmou.
O advogado disse que a morte do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, em Presidente Prudente (SP), há 11 dias, não intimidou seu filho. "Ele disse que continuaria fazendo seu trabalho, que ninguém iria prejudicá-lo. Ele achava que deveria continuar o papel dele e não acreditava que alguém agiria de maneira covarde contra ele."
Martins de Castro definiu o filho único como "um jovem de 32 anos idealista, honesto e íntegro que a única coisa que fez foi fazer o que tinha de ser feito".
Castro Filho era carioca, formado pela Universidade Gama Filho. Mudou-se para o Espírito Santo em 1998, onde também dava aulas na Faculdade de Direito de Vitória.
O juiz namorava a estudante de direito Letícia Serrão, de quem estava noivo havia dois anos.
O pai de Castro Filho evitou dar informações sobre a estudante e demais familiares com medo de que eles possam sofrer algum tipo de violência. "Estou preocupado com a segurança dos meus familiares. Não recebi nenhum tipo de ameaça, mas ninguém sabe aonde isso vai parar."
O secretário Josias Quintal disse não crer que juízes serão mortos no Rio. "Os bandidos sabem muito bem como a polícia reage a qualquer ofensa a seus quadros, a qualquer ofensa a autoridades."
O corpo do juiz chegou ao Rio às 10h20, a bordo de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Foi levado em um carro aberto do Corpo de Bombeiros até o cemitério, escoltado por oito batedores do Grupamento Tático de Motociclistas da Aeronáutica, quatro carros da Polícia Rodoviária Federal e dois da Polícia Federal.
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Pai de juiz morto no ES defende prisão dos mandantes do crime
SABRINA PETRYSERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio
O advogado Alexandre Martins de Castro, pai do juiz assassinado Alexandre Martins de Castro Filho, 32, defendeu hoje a prisão dos mandantes do crime, não só dos executores. Para ele, o filho morreu em ação planejada pelo crime organizado.
O corpo do juiz foi enterrado nesta terça-feira no Rio, onde moram seus parentes. Castro mostrou um cartaz com a fotografia do filho e a frase "Não vamos nos intimidar", dita pelo juiz em sua última entrevista, publicada no domingo pelo jornal "A Tribuna", do Espírito Santo.
"Quem atirou foi a extensão da mão de quem mandou. Esse é que tem que ser pego. Esse é o crime organizado", afirmou o advogado no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio.
Cerca de 300 pessoas estiveram no cemitério, protegidas por policiais federais, rodoviários federais, militares e civis. Pelo menos 300 policiais participaram do esquema de segurança, que incluiu até mesmo agentes armados de fuzis sobre as lápides e patrulhas ao longo dos acessos a Inhaúma.
Estiveram no cemitério, entre outros, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), o ex-ministro da Justiça Paulo de Tarso Ribeiro e o secretário de Segurança do Estado do Rio, Josias Quintal, representante da governadora Rosinha Matheus (PSB).
Revoltado com a morte do filho, Martins de Castro afirmou que "se todos fizessem um pouquinho não haveria um Alexandre Martins de Castro Filho ali chegando num caixão agora".
"Acho estranho que numa terra como essa um homem de tamanho preparo sofra tamanha injustiça por trabalhar certo. E ninguém faz nada, ninguém se revolta, ninguém apura nada", afirmou.
O advogado disse que a morte do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, em Presidente Prudente (SP), há 11 dias, não intimidou seu filho. "Ele disse que continuaria fazendo seu trabalho, que ninguém iria prejudicá-lo. Ele achava que deveria continuar o papel dele e não acreditava que alguém agiria de maneira covarde contra ele."
Martins de Castro definiu o filho único como "um jovem de 32 anos idealista, honesto e íntegro que a única coisa que fez foi fazer o que tinha de ser feito".
Castro Filho era carioca, formado pela Universidade Gama Filho. Mudou-se para o Espírito Santo em 1998, onde também dava aulas na Faculdade de Direito de Vitória.
O juiz namorava a estudante de direito Letícia Serrão, de quem estava noivo havia dois anos.
O pai de Castro Filho evitou dar informações sobre a estudante e demais familiares com medo de que eles possam sofrer algum tipo de violência. "Estou preocupado com a segurança dos meus familiares. Não recebi nenhum tipo de ameaça, mas ninguém sabe aonde isso vai parar."
O secretário Josias Quintal disse não crer que juízes serão mortos no Rio. "Os bandidos sabem muito bem como a polícia reage a qualquer ofensa a seus quadros, a qualquer ofensa a autoridades."
O corpo do juiz chegou ao Rio às 10h20, a bordo de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Foi levado em um carro aberto do Corpo de Bombeiros até o cemitério, escoltado por oito batedores do Grupamento Tático de Motociclistas da Aeronáutica, quatro carros da Polícia Rodoviária Federal e dois da Polícia Federal.
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