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02/04/2003 - 20h45

Abastecimento de água é suspenso em Campos após vazamento tóxico

SABRINA PETRY
da Folha de S.Paulo, no Rio

O município de Campos, o maior do norte fluminense, teve seu abastecimento de água suspenso nesta quarta-feira, por tempo indeterminado, por causa do vazamento de substâncias químicas de uma das represas da empresa Cataguazes Papel, em Cataguazes (MG).

De acordo com a prefeitura, o corte no abastecimento vai afetar 50% da população da cidade, que tem cerca de 400 mil habitantes. A outra metade é abastecida com águas de outros rios, não-contaminados.

A concessionária Águas do Paraíba decidiu suspender a distribuição depois que a mancha com os resíduos tóxicos se aproximou de uma fábrica na região central de Campos.

Com a chegada do vazamento a Campos, já são sete os municípios do norte e noroeste fluminense com o abastecimento de água interrompido desde o acidente, ocorrido no último sábado.

Além de Campos, foram afetados Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, Cambuci, Aperibé, Portela e Miracema. Em Santo Antônio de Pádua, foi decretado estado de calamidade pública.

Também nesta quarta-feira a ANA (Agência Nacional de Águas) começou a modificar o fluxo dos rios Pomba e Paraíba do Sul, atingidos pelo vazamento, com o objetivo de aumentar o volume e a velocidade da água. A vazão de três represas nos dois rios foi aumentada.

Com essa medida, de acordo com a ANA, a diluição das substâncias químicas acontecerá mais rapidamente. É um processo para limpar os rios.

A contaminação dos rios também está afetando agricultores e pecuaristas da região. Para tentar controlar a situação, o secretário Christino Áureo, da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior, determinou a interdição de todas as agroindústrias fiscalizadas pelo Serviço de Inspeção Estadual e que se abastecem da água dos rios contaminados.

Isso significa que elas terão suas produções suspensas por tempo indeterminado, até que o problema da contaminação seja resolvido.

Além disso, a secretaria determinou que a irrigação das plantações localizadas nessas regiões seja suspensa. A água contaminada também não poderá ser dada de beber aos animais.

Como solução provisória, o governo estadual está liberando máquinas aos municípios para que possam ser usadas outras formas de abastecimento, como poços artesianos, açudes e carros-pipa.

"Estamos monitorando a qualidade dos alimentos produzidos na região, enquanto as análises das águas estão sendo feitas. Também estamos coletando amostras de produtos oriundos desses municípios, para constatar se houve impactos nos alimentos", disse o secretário.

De acordo com ele, são cerca de 20 mil produtores rurais na área atingida, onde são produzidos, diariamente 180 mil litros de leite. As áreas plantadas correspondem a 116 mil hectares.

A Procuradoria Geral do Estado entrou com uma ação pública na Justiça contra a Cataguazes Celulose, pedindo o pagamento de indenização à população ribeirinha do Estado do Rio afetada pelo vazamento das substâncias químicas. O valor da indenização ainda não foi estipulado.


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