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25/09/2003
-
15h41
LÍVIA MARRA
da Folha Online
Em depoimento ao Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, o apresentador Gugu Liberato responsabilizou "indiretamente" o SBT pela falsa entrevista com com dois supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A afirmação é do deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-SP), da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, que acompanhou o depoimento do apresentador, nesta tarde. De acordo com o petista, Gugu disse que é apenas contratado como apresentador e que desconhecia tanto o conteúdo da entrevista como a forma de produção.
"Ele [Gugu] disse que é um funcionário e o programa é do SBT", disse o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, do Deic.
O advogado Adriano Salles Vanni, que defende Gugu, nega que o apresentador tenha responsabilizado o SBT pela exibição. De acordo com o advogado, o Gugu, ao ser questionado sobre o valor pago pela reportagem, disse que era apenas o apresentador e que a forma de produção das reportagens não chega a seu conhecimento.
De acordo com Vanni, o apresentador disse à polícia sua equipe é competente e teria sido enganada pela fonte. A "fonte", pelo que a Polícia Civil apurou, é Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney, apontado como o responsável por intermediar com o "Domingo Legal" a entrevista com os falsos integrantes do PCC.
A idéia de produzir uma entrevista com membros do PCC surgiu após Gugu ler uma reportagem sobre suposta ameaça de sequestro sofrida pelo padre Marcelo Rossi. Em entrevista coletiva, o delegado disse que Gugu, durante depoimento, afirmou ter pedido ao repórter Wagner Maffezoli que localizasse integrantes da facção criminosa.
"Foi ele quem solicitou a matéria [ao repórter]. Agora, ele nega que tenha visto a matéria [antes de ser exibida]", disse o delegado.
Depoimento
Segundo o deputado coronel Ubiratan Guimarães (PTB), que acompanhou o depoimento representando a Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa de São Paulo, Gugu manteve a versão de que não sabia do conteúdo da matéria transmitida no programa "Domingo Legal", no último dia 7.
O apresentador deixou o prédio do Deic às 15h30 sem falar com a imprensa.
Indiciamento
Ontem, a defesa de Gugu conseguiu evitar que ele fosse indiciado antes de prestar depoimento, como pretendia a polícia. O apresentador foi beneficiado por uma liminar do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).
A decisão da Justiça, no entanto, não irá interferir no processo, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O inquérito serve apenas como base para a promotoria, que analisará os supostos crimes cometidos por Gugu. Ele ainda poderá ser responsabilizado.
"O indiciamento, nesse caso, não interfere no resultado final do inquérito policial. As provas já são claras no inquérito. O fato do indiciamento ou não de uma pessoa, nesse caso, é uma mera formalidade, que não interfere em nada em nossa convicção e no conteúdo das provas", disse Porto.
Lei de Imprensa
Ontem, o produtor Rogério Casagrande e o repórter Wagner Maffezoli foram ouvidos pela polícia e indiciados no artigo 16 da Lei de Imprensa. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados. Se condenados, podem pegar até um ano de prisão.
Outras três pessoas --o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney, e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta --foram indiciados por apologia ao crime. Alfa e Beta são os homens que apareceram encapuzados na entrevista.
Segundo a polícia, Barney recebeu R$ 3.000 para produzir a matéria e "encontrar" integrantes do PCC para dar entrevista. Alfa e Beta teriam recebido R$ 150 cada para participar da farsa. Eles disseram que havia um roteiro sobre o que deveriam falar escrito em cartolinas, colocadas atrás das câmeras.
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Em depoimento ao Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, o apresentador Gugu Liberato responsabilizou "indiretamente" o SBT pela falsa entrevista com com dois supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A afirmação é do deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-SP), da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, que acompanhou o depoimento do apresentador, nesta tarde. De acordo com o petista, Gugu disse que é apenas contratado como apresentador e que desconhecia tanto o conteúdo da entrevista como a forma de produção.
"Ele [Gugu] disse que é um funcionário e o programa é do SBT", disse o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, do Deic.
O advogado Adriano Salles Vanni, que defende Gugu, nega que o apresentador tenha responsabilizado o SBT pela exibição. De acordo com o advogado, o Gugu, ao ser questionado sobre o valor pago pela reportagem, disse que era apenas o apresentador e que a forma de produção das reportagens não chega a seu conhecimento.
De acordo com Vanni, o apresentador disse à polícia sua equipe é competente e teria sido enganada pela fonte. A "fonte", pelo que a Polícia Civil apurou, é Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney, apontado como o responsável por intermediar com o "Domingo Legal" a entrevista com os falsos integrantes do PCC.
A idéia de produzir uma entrevista com membros do PCC surgiu após Gugu ler uma reportagem sobre suposta ameaça de sequestro sofrida pelo padre Marcelo Rossi. Em entrevista coletiva, o delegado disse que Gugu, durante depoimento, afirmou ter pedido ao repórter Wagner Maffezoli que localizasse integrantes da facção criminosa.
"Foi ele quem solicitou a matéria [ao repórter]. Agora, ele nega que tenha visto a matéria [antes de ser exibida]", disse o delegado.
P. Vergilius/Folha Imagem O apresentador Gugu Liberato |
Segundo o deputado coronel Ubiratan Guimarães (PTB), que acompanhou o depoimento representando a Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa de São Paulo, Gugu manteve a versão de que não sabia do conteúdo da matéria transmitida no programa "Domingo Legal", no último dia 7.
O apresentador deixou o prédio do Deic às 15h30 sem falar com a imprensa.
Indiciamento
Ontem, a defesa de Gugu conseguiu evitar que ele fosse indiciado antes de prestar depoimento, como pretendia a polícia. O apresentador foi beneficiado por uma liminar do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).
A decisão da Justiça, no entanto, não irá interferir no processo, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O inquérito serve apenas como base para a promotoria, que analisará os supostos crimes cometidos por Gugu. Ele ainda poderá ser responsabilizado.
"O indiciamento, nesse caso, não interfere no resultado final do inquérito policial. As provas já são claras no inquérito. O fato do indiciamento ou não de uma pessoa, nesse caso, é uma mera formalidade, que não interfere em nada em nossa convicção e no conteúdo das provas", disse Porto.
Lei de Imprensa
Ontem, o produtor Rogério Casagrande e o repórter Wagner Maffezoli foram ouvidos pela polícia e indiciados no artigo 16 da Lei de Imprensa. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados. Se condenados, podem pegar até um ano de prisão.
Outras três pessoas --o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney, e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta --foram indiciados por apologia ao crime. Alfa e Beta são os homens que apareceram encapuzados na entrevista.
Segundo a polícia, Barney recebeu R$ 3.000 para produzir a matéria e "encontrar" integrantes do PCC para dar entrevista. Alfa e Beta teriam recebido R$ 150 cada para participar da farsa. Eles disseram que havia um roteiro sobre o que deveriam falar escrito em cartolinas, colocadas atrás das câmeras.
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