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05/11/2003 - 11h11

Polícia diz ter identificado 6 acusados de envolvimento em ataques

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da Folha Online

Policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) disseram ter identificado seis pessoas acusadas de envolvimento nos atentados contra as polícias Civil e Militar e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo.

Dois homens foram detidos na área do 69ª DP (Teotônio Vilela), na zona leste da capital, após atentado contra a PM. A dupla portava metralhadoras. Outras duas pessoas foram detidas acusadas do sequestro de um policial. O carro da vítima teria sido usado nos ataques.

Os outros dois acusados, segundo informações iniciais da polícia, já estariam presos e teriam organizado as ações. Os seis --que fariam parte da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) --serão apresentados nesta tarde em entrevista coletiva no Deic, quando a polícia fornecerá detalhes do caso.


J. Copolla/Folha Imagem
Base da Guarda Civil Metropolitana é atacada
Carros, delegacias e bases policiais e da GCM foram alvos de tiros. Granadas foram lançadas contra delegacias e deixadas em carros da polícia. Os ataques, que começaram no último domingo e se estenderam até esta madrugada, deixaram dois PMs mortos e dez pessoas feridas --sete policiais e três guardas-civis.

Os atentados, atribuídos pela polícia ao PCC, seriam uma forma de pressionar o governo contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), adotado nos presídios de Presidente Bernardes, Avaré e Taubaté, onde estão os líderes da facção. No RDD são impostas regras mais rígidas aos presos. Eles ficam em celas isoladas, não têm direito a visita íntima e só podem tomar banho de sol uma hora por dia.

Lista de pedidos

Uma lista de reivindicações foi entregue pelo PCC à direção do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP). Na última quarta-feira, os presos Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, líderes do PCC, pediram audiência com o diretor do presídio para entregar uma lista de exigências que modificam o funcionamento do RDD e ampliam a variedade de itens de limpeza, de higiene e, principalmente, de alimentos que eles podem receber dos familiares.

Entre os pedidos estão visita íntima uma vez ao mês, duas horas de banho de sol por dia, liberação de carta, rádio AM/FM, banho quente, além de diversos produtos de alimentação como rocambole, água de coco, Gatorade, balas diversas, leite condensado, Sucrilhos, tempero Sazon, goiabada, mostarda e catchup. Eles pediram também fio dental, pomada Nívea, pomada Minancora, Cepacol ou Listerine e cortador de unhas.

R. Ventura/Folha Imagem
Computador com sangue em base onde PM morreu
Caso os pedidos não fossem atendidos em 30 dias, a organização daria início a "movimentos" dentro e fora das prisões. O RDD foi criado após a megarrebelião organizada pela facção criminosa em fevereiro de 2001, que atingiu 29 unidades prisionais.

Governo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que os ataques são uma reação "de desespero dos criminosos" em relação ao RDD.

"Não aceitamos nenhum tipo de chantagem. Em São Paulo não tem acordo com criminoso. Aqui se cumpre a lei. Aqui se enfrenta. [Os ataques] são reações da ação firme do Estado, tanto na ação da polícia, quanto do sistema prisional", disse.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o crime organizado está na Justiça, na política e nas empresas.

"O crime organizado é mais difícil de combater porque tem seu braço político, seu braço judiciário, seu braço empresário, seu braço da sociedade civil", disse, em entrevista em Luanda (Angola).

Foi a primeira manifestação do presidente após os atentados em São Paulo. Para Lula, os bandidos estão ficando "desaforados".

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