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07/04/2004 - 08h50

Gil Rugai passa a madrugada em delegacia do centro de São Paulo

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da Folha Online

O estudante Gil Rugai, 20, suspeito de matar o pai, o empresário Luiz, 40, e a mulher dele, Alessandra, 33, passou a madrugada desta quarta-feira na carceragem do 77º DP (Santa Cecília), no centro de São Paulo. Com prisão temporária de 15 dias decretada, o estudante se apresentou na tarde desta terça à polícia.

Gil foi ouvido por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e negou ter matado o casal. Após depoimento, foi levado ao distrito policial.


Jorge Araújo/Folha Imagem
O estudante Gil chega ao DHPP após se entregar
Segundo policiais do 77º DP, Gil não concluiu o nível superior e, por isso, divide uma cela com outros dez presos. Segundo a polícia, ele é uma pessoa que aparenta tranqüilidade e fala pouco.

Gil se apresentou à equipe do delegado Mauro Argachoff por volta das 17h10, em companhia de um advogado. De acordo com compromisso firmado entre a defesa do rapaz e a polícia, o estudante foi preso em frente a um dos portões do estádio do Pacaembu e, em seguida, foi levado para o DHPP.

O crime ocorreu na noite do último dia 28, na casa das vítimas, em Perdizes (zona oeste). O casal foi assassinado a tiros.

Para a polícia, são vários os indícios que o colocam como suspeito de envolvimento nas mortes. Uma testemunha disse à polícia que dois homens saíram da casa após o crime, e um deles era Gil. O segundo suspeito era um homem branco e alto, segundo informações de testemunhas.

O delegado Armando de Oliveira da Costa Filho disse que Gil deverá ser indiciado por duplo homicídio qualificado (motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas).

Desfalque

O rapaz, que trabalhava com o pai, foi afastado após Rugai descobrir desfalque de cerca de R$ 100 mil em sua empresa --a produtora Referência Filmes. Gil trabalhava no departamento financeiro e estaria envolvido no desvio do dinheiro.

Segundo a promotora de Justiça Mildred Campi, designada pela Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo para acompanhar o caso, ao menos três cheques da empresa comprovam a fraude. Em um dos cheques a assinatura de Rugai foi falsificada e o valor foi descontado no caixa do banco por Gil. Os outros dois cheques foram encontrados nos pertences do rapaz.

Conforme a polícia, o rapaz registrou em dezembro do ano passado sua própria agência de publicidade, a KTM Comunicações, com um amigo que conheceu em uma academia de jiu-jitsu.

Gil tem um irmão, Leonardo, 19. Ambos são filhos do primeiro casamento do empresário.

Suspeitas

Além da preocupação das vítimas em trocar as fechaduras da casa, onde Gil morou até dias antes das mortes, nada foi roubado pelos criminosos. Nenhuma porta externa da casa foi arrombada. Na casa das vítimas, de alto padrão, funcionava a produtora.

Durante as buscas na casa, a polícia encontrou uma nota fiscal de compra de um coldre para pistola 380 --mesmo calibre usado para matar o casal--, munição e um certificado de conclusão de curso de tiro em nome de Gil. Após discussão, Gil decidiu morar com a mãe.

Na semana anterior ao crime, Rugai conversou com o gerente de um banco onde tinha conta. Teria orientado o gerente a "desconfiar" de toda e qualquer grande movimentação financeira em sua conta.

Perícia

Peritos retiraram para análise, na última quarta-feira, a porta de entrada da sala de vídeo que foi arrombada no dia do crime. Também foram levados pelos peritos uma sacola com fitas de vídeo e produtos de higiene pessoal.

Entre outras análises, o objetivo da polícia é identificar de quem eram as pegadas encontradas entre os corpos das vítimas.

Alessandra teria reagido à abordagem do criminoso. Peritos teriam encontrado sob sua unha fragmentos de pele supostamente do assassino.

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