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15/08/2004 - 06h25

Metodologia do IBGE para definir favela causa distorções

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da Folha de S.Paulo, no Rio

A metodologia do IBGE para definir favela pode levar a algumas distorções. O órgão define favelas e assemelhados como habitações que "ocupam terrenos de propriedade alheia, dispostos de forma desordenada e densa e carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais".

Para Sérgio Besserman, ex-presidente do órgão e atual diretor de informações geográficas do Instituto Pereira Passos, essa definição dá margem à dúvida: "Não fica claro se todos esses fatores têm de coexistir ou se um aglomerado que tenha acesso aos serviços públicos essenciais, como grande parte dos cariocas, deixa de ser favela", afirmou.

Besserman mostra que, sem levar em conta essa peculiaridade, alguns dados do IBGE podem levar a conclusões irreais. "O Rio de Janeiro tem cerca de 3% da população do Brasil, mas quase 17% da população brasileira moradora de "favelas". É óbvio que essa informação é um equívoco", diz.

Ele afirma também que as estatísticas não permitem comparações entre municípios. No Rio, por exemplo, é a prefeitura que repassa ao IBGE a lista de áreas consideradas favelas.

Isso daria margem a distorções já que outros municípios não têm esse levantamento ou não repassam suas informações ao IBGE.

Para mostrar isso, ele comparou indicadores de favelas cariocas com municípios da região metropolitana do Rio.

"O Complexo do Alemão, por exemplo, tem 29% de seus habitantes vivendo abaixo da linha da pobreza e 87% deles morando em favelas.

Os municípios de Seropédica, Itaboraí, Queimados e Tanguá têm o mesmo percentual de pobreza, mas o percentual de moradores de favela nessas cidades varia de 0% a 1% apenas.

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