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26/08/2004 - 20h57

Moradores de rua de Belo Horizonte protestam contra mortes em SP

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da Agência Folha, em Belo Horizonte
da Folha Online

Moradores de rua de Belo Horizonte (MG) fizeram na tarde desta quinta-feira uma celebração ecumênica, com a distribuição de um manifesto, para condenar os ataques que deixaram seis moradores de rua mortos e dez feridos em São Paulo.

Cerca de 300 pessoas, de acordo com os organizadores, participaram do ato, ocorrido em uma praça do bairro Lagoinha.

Organizados pela Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte, o manifesto do Movimento da População de Rua da capital mineira presta solidariedade às pessoas atingidas em São Paulo, classifica como "barbaridade" as ocorrências e pede apoio da sociedade e do poder público.

"Foi uma das piores discriminações já ocorridas na nossa história. O que sentimos diante dessa situação é que não somos vistos como seres humanos. Chegamos a um ponto crítico", diz o manifesto. "Queremos ter direito como todo ser humano, queremos emprego digno e ser vistos como cidadãos. Não queremos ser vistos como marginais."

Mortes

Sobre as mortes em São Paulo, diz o documento: "Nem animais podem ser mortos assim. Sensibilizados, queremos manifestar nossa tristeza e indignação com os ataques violentos e as mortes acontecidas".

"Agradecemos toda a caridade que recebemos, mas nossa luta principal é pela moradia e pelo trabalho. Não queremos viver de doação, queremos políticas públicas que garantam nossa dignidade."

Os participantes do ato exigiram apuração rigorosa e punição dos responsáveis pelas mortes e agressões. Cristina Bove, coordenadora da Pastoral de Rua de Belo Horizonte, disse que a sociedade precisa ser mobilizada para que atos desse tipo não voltem a acontecer. "A população de rua precisa de trabalho e moradia", disse ela.

Em Belo Horizonte, estima-se que vivam nas ruas da cidade cerca de 1.200 pessoas. A cidade tem três abrigos e uma república, com totalizam cerca de 600 vagas, segundo Bove.

São Paulo

Ataques em série contra moradores de rua em São Paulo deixaram, desde a última quinta-feira (19), seis mortos e dez feridos. Todos foram golpeados na cabeça, na região central da capital.

O laudo oficial do IML (Instituto Médico Legal), entregue nesta quinta-feira à polícia de São Paulo, indica que os seis moradores de rua mortos foram vítimas do mesmo agressor e objeto.

De acordo com a polícia, eles foram mortos de forma semelhante --com o mesmo tipo de golpe, em um único lado da cabeça. O delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, da 3ª Delegacia do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirma que o agressor tinha "total domínio do instrumento". "Ele pode ter usado um taco, um cano ou um cabo de vassoura, mas o laudo constatou um objeto cilíndrico", afirmou.

Retrato falado

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) divulgou o retrato falado de dois supostos agressores. No entanto, os motivos dos ataques ainda são desconhecidos.

O Disque-Denúncia já recebeu cerca de 50 ligações referentes aos ataques. As denúncias são encaminhadas à Polícia Civil para investigação.

O Disque-Denúncia atende pelo telefone 0800-15-63-15 para denunciantes do Estado de São Paulo. Denunciantes de outros Estados devem utilizar o número 0/xx/11/3272-7373. O serviço garante o anonimato do denunciante.

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