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27/08/2004 - 22h43

Polícia encontra corpo de suposto andarilho em Belo Horizonte

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ADRIANA CHAVES
da Agência Folha

Um morador de rua foi encontrado morto quinta-feira, no centro de Belo Horizonte, depois de ser amordaçado e atirado no leito do ribeirão Arrudas. Na tarde desta sexta, a polícia localizou outro corpo, de um provável andarilho, no bairro São Cristóvão (região nordeste da cidade).

As polícias Civil e Militar não estabeleceram ligação entre os dois assassinatos ou com os crimes contra moradores de rua ocorridos em São Paulo.

No caso do suposto andarilho, o corpo estava em um terreno baldio e tinha um corte grande na cabeça. Não há detalhes sobre o crime.

Investigação

De acordo com a 2ª Delegacia de Homicídios, que investiga o primeiro caso, o morador de rua vivia embaixo do viaduto Castelo Branco, próximo ao local onde foi localizado o corpo. Era conhecido como Dênis --apelido Magrão-- e trabalhava como catador de papel.

Para o delegado Vicente Ferreira Guilherme, "as características da morte de Dênis e dos moradores de rua mortos em São Paulo são diferentes".

"Ele era alcoólatra. Quem bebe demais costuma criar desentendimentos. As características levam a crer que ele foi morto por vingança. Ele estava com as mãos e os pés amarrados e foi colocado em um saco parecido com os que são usados por catadores."

O laudo o IML (Instituto Médico Legal) deve ficar pronto dentro de 30 dias. "Aparentemente, ele não foi espancado. Estava encapuzado e tinha fraturas nas costas e na cabeça, mas provavelmente as lesões foram provocadas pela queda. Ele foi jogado de uma altura de mais de cinco metros. Houve tentativa de ocultação de cadáver", afirmou o delegado.

Fato isolado

A coordenadora da Pastoral da Rua, Cristina Bove, disse que o assassinato "foi um fato isolado". "Os moradores de rua são muito discriminados, têm problemas entre si, mas não havia registro de um ato de tanta crueldade."

Bove estima que existam cerca de 2.500 moradores de rua em Belo Horizonte--um censo realizado em 1998 pela prefeitura já havia detectado 916. "O número vem aumentando, mas essas pessoas não precisam de mais abrigos, precisam de políticas públicas para geração de emprego, renda e moradia."

São Paulo

Ataques em série contra moradores de rua em São Paulo deixaram, entre os dias 19 e 22, seis mortos e dez feridos. Todos foram golpeados na cabeça, na região central da capital.

O laudo oficial do IML (Instituto Médico Legal), entregue nesta quinta-feira à polícia de São Paulo, indica que os seis moradores de rua mortos foram vítimas do mesmo agressor e objeto. De acordo com a polícia, eles foram mortos de forma semelhante --com o mesmo tipo de golpe, em um único lado da cabeça.

O DHPP divulgou o retrato falado de dois supostos agressores. No entanto, os motivos dos ataques ainda são desconhecidos.

Moradores de rua de Belo Horizonte fizeram na tarde de quinta-feira uma celebração ecumênica, com a distribuição de um manifesto, para condenar os ataques ocorridos em São Paulo.

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