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manifestação
20/11/2003
Pai de adolescente assassinada organiza passeata contra o crime

Cristina Veiga
Vanessa Sayuri Nakasato

Uma passeata silenciosa, com as pessoas vestidas de branco. É assim que o advogado Ari Friendenbach, pai da adolescente Liana, assassinada no último dia 5 por um menor, quer iniciar uma campanha contra a violência, discutir a redução da maioridade penal e a aplicação das leis já existentes. A passeata do sábado (22/11) sairá às 13:45 horas do Colégio São Luiz, onde a menina e o namorado Felipe estudavam, e irá até o Masp, na avenida Paulista, em São Paulo (SP).

“Quero que essa manifestação seja o início de uma luta, não o fim, não exclusivamente um protesto pelo assassinato de minha filha”, disse Friendenbach em entrevista aos sites GD e Aprendiz. “Espero que, a partir de então, as autoridades tirem da gaveta questões como quanto e onde gastar o dinheiro para combater a violência e recuperar menores infratores”, complementou o advogado.

Friendenbach está impressionado com a informação de que o governo federal destinara R$ 50 milhões para o sistema carcerário esse ano e que apenas R$ 3 milhões foram usados. “Onde está esse dinheiro? Eu quero saber onde foi parar essa verba! Custo a acreditar que com os R$ 1,7 mil gastos por mês com cada adolescente da Febem não se possa dar um tratamento classe A para esses jovens. As mensalidades das melhores escolas de São Paulo não custam isso!”.

O advogado concorda com a proposta do governador paulista, Geraldo Alckmin, de passar para o setor privado a administração dos presídios. “Está na cara que com o Estado não funciona”, disse ele ao explicar melhor o que defende em relação à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. “Concordo com a redução só para crimes hediondos. Não se pode equiparar quem pratica esse tipo de crime com quem fuma maconha e rouba carteira”.

Na opinião de Friendenbach, 99% dos adolescentes são recuperáveis “e temos a obrigação de investir neles”. Mas para os que cometem crimes como o que matou sua filha, ele acha que é preciso reduzir a maioridade, isolá-los porque não acredita ”que pessoas desse tipo virem gente”. O passo seguinte ao da passeata é um abaixo-assinado por todo país para discutir a violência e como amenizá-la.

Friendenbach está evitando politizar ou partidarizar a discussão que encabeça. Por isto, será recebido por uma comissão supra-partidária da Assembléia Legislativa logo depois da passeata de sábado. Sua expectativa é que compareçam ao ato a sociedade civil, artistas, políticos, a Igreja e quem mais estiver interessado em discutir os temas propostos.

O Colégio São Luiz, saída da passeata, fica na avenida Paulista esquina com a rua Haddock Lobo.

   
 
 
 

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