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Dia 18.05.01 às 10h46min
 

 

Pesquisadores ligam legalização do aborto a diminuição da criminalidade

Rodrigo Zavala
Equipe GD

Em artigo publicado no Havard's Quaterly Journal of Economics, os professores John Donohue e Steven Levitt, da Universidade de Stanford e da Universidade de Chicago, respectivamente, afirmam que existe uma forte ligação entre a legalização do aborto e a diminuição da delinqüência em até 30%.

Para chegar a essa conclusão, a dupla de estudiosos comparou os estados de Alaska, Califórnia, Hawai, Nova York e Washington, que aprovaram o aborto em 1970, com os demais estados dos EUA, que só o aprovaram em 1979. Segundo eles, os estados pioneiros apresentam desde 1991 uma constante queda na criminalidade, o que só se reparou nos demais estados em 1996.

Em outras palavras, Donohue e Levitt calculam que as crianças abortadas nos anos 70 teriam em 1991 a idade mais propícia para se cometer delitos (18 a 24 anos). Esse argumento baseia-se no princípio de que a maioria das gestantes que optam pelo aborto são menores de 20 anos, solteiras, com pouca educação e recursos, o quê, por sua vez, envolve a criança em um ambiente propenso à delinqüência.

Há dados ainda mais polêmicos. Os autores citam uma investigação de 1996, publicada pela National Bureau of Economic Reserch Working Paper, na qual afirmam que "a queda nos nascimentos era duas vezes maior para adolescentes e mães não brancas, do que para a população branca não adolescente". Ou seja, Donohue e Levitt sustentam que jovens não brancos tendem a ser delinqüentes.

Segundo pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Luis Antônio Souza, o estudo deve ser encarado com desconfiança, devido à sua falta de critérios. "Eles utilizaram dados sobre dois temas distintos e que não apresentam qualquer relação e tentaram mostrar uma tendência"

Souza acredita que a hipótese despreza as políticas de combate à criminalidade promovida pelo governo norte-americano. "Não se faz qualquer relação com as iniciativas públicas contra a violência ou mesmo com o impacto que a legalização do aborto teve no crescimento vegetativo da população", critica.

 

 
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