Aumenta
participação da mulher no trabalho, mas elas continuam ganhando
menos
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Durante toda a semana em
que se comemora o Dia Internacional da Mulher os jornais estamparam notícias
sobre o crescimento da inserção da mulher no mercado de trabalho.
Porém, segundo pesquisa divulgada hoje, dia 8 de março, pelo Dieese,
esse crescimento não foi acompanhado de uma melhor remuneração,
ou mesmo de uma melhoria na qualidade do trabalho.
Apesar de já ocuparem,
41,4% da População Economicamente Ativa (0,73% a mais do que o ano
passado), a pesquisa aponta que em relação à renda as mulheres
estão em pior situação que os homens em todas as regiões
pesquisadas. As cidades de Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP) são
a que apresentam as maiores diferenciações salariais. Nestas duas
regiões as mulheres ganham 60,5% e 61,9% do rendimento médio real
dos homens, respectivamente.
Outro estudo, elaborado
pela Fundação Seade, mostra que o rendimento médio mensal
dos homens atingiu R$1.108, enquanto para as mulheres, estagnou em R$712. Já
para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a média
do salário das brasileiras é de 60,7% dos rendimentos dos homens.
"Para diminuir as diferença entre homens e mulheres, como também
negros e não-negros, devem ser criadas ações efetivas de
reeducação e conscientização de caráter sindical
e político", afirma Patrícia Lino Costa, economista do Dieese.
Para ela, esse tipo de mudança não ocorrerá espontaneamente
dentro do mercado de trabalho.
A escolaridade também
é um ponto importante, de acordo com Patrícia, para demonstrar que
a discriminação no mercado de trabalho ainda existe. "As mulheres
estão estudando mais que os homens, mas não há um aumento
considerável da média salarial", argumenta.
Dados da Fundação
Seade corroboram com essa idéia: a parcela feminina com Ensino Médio
completo e Ensino Superior incompleto ou completo do PEA (População
Economicamente Ativa), chegou a 40,6%, enquanto que os homens mantiveram a média
de 33%.
Quanto a qualidade do trabalho, um grande número de trabalhadoras exercem
suas atividades com vínculos empregatícios frágeis sem qualquer
benefício social. Segundo o Dieese, mais de 44% das trabalhadoras estão
nessa situação.
De acordo com pesquisa do
Banco Mundial (Bird) divulgada ontem em Washington, os países onde as mulheres
têm mais acesso à educação, à propriedade e
aos empregos têm níveis significativamente mais baixos de corrupção
e pobreza ."As evidências neste relatório indicam que educação,
saúde, produtividade, crédito e governo funcionam melhor quando
há mulheres envolvidas nestes processos", disse Nicholas Stern, economista-chefe
do Bird.
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